Na semana passada o dólar atingiu o maior patamar desde a criação do Plano Real, há 24 anos. A moeda americana, que já vem apresentando altas há alguns meses fechou cotada em quase R$ 4,20, o que representa um avanço superior a 1%. Pelo indicador a máxima ficou em R$ 4,2002 e a mínima em R$ 4,126. Desde o final de agosto a moeda vem se mantendo acima dos R$ 4. Um dos motivos mais fortes é o cenário eleitoral, que impacta diretamente nessas variações.
Em meio a tudo isso, existe a possibilidade de lucrar, especialmente no que diz respeito às exportações, mas é necessário um posicionamento forte no mercado, segundo Carlos Eduardo de Lima, presidente da representação regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Para Carlos Eduardo, as empresas precisam trabalhar uma cultura de exportação para conseguirem ter mais segurança em momentos de forte especulação como o atual.
De acordo com ele, esse é o objetivo da Firjan. A entidade vem trabalhando junto às indústrias - pequenos, médios e grandes empresários - para que elas comecem a se posicionar do mercado de exportação de forma contínua: “O grande desafio é implantar essa cultura exportadora na nossa região, porque não adianta só o empresário tentar exportar quando o dólar está em alta, tem que ser um trabalho contínuo. Especialmente neste momento, que é de especulação, estamos às vésperas das eleições”, observou.
O perfil do empresariado local
Carlos Eduardo ainda reforça o perfil do empresariado local: “O empresário do Centro-Norte fluminense ainda age com muita cautela, até porque a exportação depende de contratos firmados a longo prazo, geralmente são contratos fechados com seis meses a um ano de antecedência, até mais. Essa postura é importante, já que vivemos um momento especulativo. A alta do dólar não está consolidada, por isso muito empresários ficam receosos. Em um primeiro momento isso pode afetar um contrato de fechamento de câmbio, porque a partir do momento que uma mercadoria é exportada são contados até 180 dias para o fechamento do contrato. Em meio a um momento especulativo pode-se até ganhar mais um pouco ou perder”, explica o presidente da Firjan regional.
Ele ainda ressalta a necessidade de planejamento: “Quem já tem a cultura de exportação talvez agora colha mais um pouquinho com a alta do dólar, mas isso não deve ser visto como uma oportunidade de negócio. Como empresário, enxergo neste momento uma bolha especulativa, porque exportação não se faz do dia para noite, mas sim com planejamento, acesso ao mercado e busca de potenciais clientes, o que demora, no mínimo, seis meses para se desenvolver”, acredita Carlos Eduardo.
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