A primeira reunião extraordinária do Conselho da Representação Regional Centro-Norte Fluminense da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em Nova Friburgo, terminou com anúncios importantes: o aumento do limite individual das linhas de financiamento do Investe Rio, de R$ 50 mil para R$ 100 mil, e a obtenção de mais R$ 70 milhões do BNDES para empréstimos às empresas da Região Serrana afetadas severamente pelas chuvas.
As garantias foram dadas pelo vice-governador Luiz Fernando Pezão. O aumento do limite de financiamento será publicado em Diário Oficial. O estado já havia separado R$ 30 milhões em linhas de crédito específicas para a região. Com a verba do BNDES, agora são R$ 100 milhões disponíveis.
A Firjan sugeriu que fosse montado um escritório de projetos na região, para auxiliar as prefeituras a obter recursos governamentais e de organismos internacionais de financiamento, como o Banco Mundial, que já anunciou empréstimo de US$ 485 milhões ao governo do estado para a reconstrução da Região Serrana. O vice-governador Luiz Fernando Pezão também se comprometeu a levar ao governador Sérgio Cabral o pedido dos empresários para começar o recolhimento de ICMS na região apenas a partir de abril.
Outro destaque da reunião foi a necessidade de ajudar especificamente aos funcionários da indústria da região. O setor empresarial entende que pode viabilizar, inclusive, ajuda financeira para os industriários, e o Sesi, por meio do Cirj, deverá abrir uma conta bancária para receber donativos em dinheiro, destinados especialmente aos trabalhadores do setor.
Os empresários não sabem como fazer para emitir Nota Fiscal Eletrônica e faturar, já que muitos estão sem internet. Problemas de infraestrutura afetam a todos: energia, telefonia, transporte coletivo, estradas. Indústrias que não foram atingidas pelos estragos das chuvas também sofrem com o impacto na clientela diante das notícias veiculadas na grande mídia.
Os mais de 50 empresários que participaram do encontro focaram a discussão nas questões tributárias, de empréstimos e de infraestrutura, consideradas emergenciais. “Precisamos dar sustentação à atividade industrial da região, que é uma economia importante para o estado. Só em Nova Friburgo, a indústria emprega mais de 20 mil funcionários. Se considerarmos apenas três pessoas por família, estamos falando de 60 mil pessoas, ou seja, um terço da população do município”, defendeu o presidente da Firjan Regional, Vicente Bastos Ribeiro.
“Viemos de uma concorrência severa com a China, lutamos com a taxa de câmbio desfavorável, e agora estamos sofrendo diretamente com as conseqüências das alterações no clima. Temos visto que as autoridades vêm à região e não têm interlocução com o setor; precisamos atuar para que essa interlocução seja com a indústria”, disse Cláudio Tângari, presidente do Sindicato das Indústrias Metal-Mecânicas de Nova Friburgo, Sindmetal.
DONATIVOS - A Rede Sesi de Solidariedade está atuando na arrecadação de donativos em suas Unidades Operacionais em todo o estado. “As unidades do Sesi e do Senai em Nova Friburgo também foram bastante afetadas pela chuva, salvo o Ginásio Frederico Sichel, que está funcionando como ponto de coleta de donativos”, afirmou Maria Lúcia Telles, superintendente do Sesi/Senai-RJ, presente ao encontro.
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