Fiocruz pesquisa aumento de cesarianas no Brasil

sexta-feira, 20 de abril de 2012
por Jornal A Voz da Serra

Para descobrir por que a preferência de muitas brasileiras pelo parto cirúrgico, a Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, ligada ao Ministério da Saúde, está coordenando a pesquisa “Nascer Brasil: Inquérito sobre Parto e Nascimento”. O estudo entrevistará 24 mil mulheres em situação de pós-parto para saber o motivo da escolha pela cesariana—que vem aumentando a cada ano segundo dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde. As entrevistas serão realizadas na própria maternidade e abordarão questões como a história estética da mãe, quantas vezes ela ficou grávida e quantos filhos já teve além da idade gestacional que o bebê nasceu. O estudo também verificará qual indicação médica e a preferência pelo tipo de parto, onde foi feito o pré-natal e se o parto foi realizado pelo mesmo profissional.

Dados do Ministério da Saúde revelam que, em 2010, o Brasil registrou mais cesarianas do que partos normais. Enquanto em 2009 o país alcançava uma proporção de 50% de partos cesáreos, em 2010, a taxa subiu para 52%. A Organização Mundial da Saúde recomenda que essa taxa fique em torno de 15%. Na rede privada, o índice de partos cesáreos chega a 82% e na rede pública, 37%. “É uma epidemia. É inaceitável para nós. Tem hospitais que se aproximam de 100%. E há uma pressão, às vezes, da própria paciente para que isso aconteça. Existe muito desconhecimento”, afirma o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães. Segundo ele, é preciso reforçar que a mulher tem o direito a anestesia, para aquelas que têm medo da dor, além do acompanhante durante todo o processo.

O estudo Nascer no Brasil: Inquérito sobre Parto e Nascimento já ouviu 22 mil mulheres, de um total de 24 mil que serão entrevistadas em 191 municípios. Dados aferidos até o momento mostram que 53% dos partos no Brasil são cesáreos, com prevalência nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. Outra curiosidade constatada pelo estudo é que 45% das brasileiras que dão à luz não planejam a gravidez.

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