Henrique Amorim
Os cemitérios de Nova Friburgo tiveram ontem, 2, um grande movimento como tradicionalmente acontece anualmente por conta do dia de finados. Muita gente levou flores, acendeu velas nos cruzeiros e fez orações em memória aos familiares e amigos falecidos. Os cemitérios São João Batista, no Centro, e Trilha do Céu, na Fazenda da Laje, ficaram lotados durante grande parte do dia. A novidade ficou por conta das tendas com serviços de informações computadorizados para localização de túmulos, montadas pela empresa que administra os cemitérios da cidade. No Centro, ambulantes que comercializavam flores e velas ocuparam, como de costume, a Rua Modesto de Mello, ao lado da antiga Rodoviária Leopoldina.
Outros aproveitaram as visitações aos cemitérios para ganhar um dinheiro extra com a limpeza dos túmulos. Foi o caso de José Cosme de Alencar, 19 anos, que está desempregado e até pouco antes das 9h de ontem já havia faturado R$ 20 com a lavagem de sepulturas no Cemitério São João Batista. “É um trabalho que eu gosto de fazer e uma fonte de renda extra todos os anos”, diz ele que pretende utilizar o dinheiro ganhado no cemitério para ajudar a família a comprar alimentos.
Finalidade idêntica teve um estudante de oito anos que acordou cedo para vender velas no Cemitério São João Batista. “Antes rezei por meu pai que morreu ano passado e está enterrado aqui. Todo o dinheiro que eu ganhar hoje (ontem) vou dar para minha mãe comprar leite para o meu irmão de um ano”, disse o menino que ofertava caixas de velas a R$ 2. A aposentada Maria Anunciata Alencar, 62 anos, sensibilizou-se com a história do garoto e fez questão de comprar as velas com ele e que as acendeu em memória do marido, dos irmãos e de uma filha que estão sepultados no Cemitério São João Batista.
Em diversas igrejas católicas houve missas em homenagem aos falecidos durante todo o dia de ontem. Nas celebrações religiosas destacou-se que a morte não deve ser encarada como o fim de tudo e que a saudade dos que já se foram precisa ser manifestada através de orações e visitas aos cemitérios. “As flores que se colocam nas sepulturas e as velas que se acendem nos cruzeiros junto aos restos mortais dos nossos entes queridos, com certeza são recebidas por eles no céu”, disse o padre Marcus Vinícius de Macedo, da Catedral São João Batista.
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