Fim do mundo

Por Dirmar de Caireyt (*)
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
por Jornal A Voz da Serra

Inscrições maias do século VII, descobertas na sítio arqueológico de Tortuguero, no estado mexicano de Tabasco, segundo especialistas, podem indicar que aquela civilização acreditava que o fim dos tempos ocorreria em 21 de dezembro de 2012, entendendo-se fim dos tempos como a destruição do planeta terra e o extermínio de qualquer tipo de vida. Como não poderia deixar de ser em uma humanidade que tem uma diversidade de deuses realmente espantosa, crédula e sujeita a oráculos, pitonisas, profetas e salvadores religiosos, o anúncio da descoberta animou os círculos esotéricos, espiritualistas e crentes que apostaram na destruição do mundo no ano 2000, já superado, e tornou-se motivo das mais desencontradas manifestações e, nos dias que correm, ponderáveis parcelas acreditam no vaticínio elaborado pelos sacerdotes maias. Outros sabichões entendem que se trata do fim de uma era e o advento de outra, com um novo deus, que se apresentaria para redimir a humanidade envolta em propósitos bélicos, cada nação se armando com mais tecnologia de destruição em massa para ser respeitada no cenário internacional. É o caso de Índia e Irã, países onde a miséria ainda sufoca contingentes de suas populações mas que estão desenvolvendo artefatos atômicos para manter distância de vizinhos belicosos e superarmados e até aqui na América do Sul, onde as quarteladas serviram apenas para mudar os caudilhos e ditadores, já se cogita de energia atômica para “fins pacíficos”. O arsenal nuclear de países como EUA, China e Rússia, para citar apenas os mais notórios, daria para destruir o planeta reduzindo-o a um monte de escombros radioativos onde sequer as baratas sobreviveriam.

Mas acredito no fim do mundo. Principalmente do mundo que conheci onde havia respeito, solidariedade e tradição, valores humanos já extintos, defendidos apenas por alguns poucos abnegados que serão engolfados pelo egoísmo, a ganância e o objetivo de levar vantagem em tudo, que são os novos credos. Fim de um mundo sem drogas, sem violência e sem terrorismo, banalizando a vida e extinguindo a defesa de crianças e idosos e o deus que estão preconizando pode ser o bezerro de ouro que já foi adorado em remotas eras, pelos israelitas que vagavam pelo deserto. A luxúria e a obscenidade invadem nossas casas via mídia eletrônica e a violência de cada dia é apresentada como serviço de cidadania. O tempo da Moral, da Ética, da Honestidade e da Transparência terminou para ceder lugar ao Mensalão, a Fraude, ao Enriquecimento a qualquer custo mesmo que seja sobre a merenda das crianças, dos remédios dos doentes, do sofrimentos dos velhos. E o pior é que o quadro tende a se agravar. Até os finalmentes ...

(*) jornalista em Brasília

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