A contagem regressiva para o fim das férias escolares já começou. E não tem choro nem vela. Apesar de a largada para o carnaval este ano ser já na próxima sexta-feira, 5 de fevereiro, o primeiro semestre letivo já começa a partir desta terça-feira, 2. Ou seja, para muitos, o aquecimento para a folia será dentro da sala de aula.
Os mais de oito mil alunos já matriculados nas 25 unidades estaduais de ensino de Nova Friburgo estão na lista dos que já começam a estudar na próxima terça-feira. Na maioria das escolas da rede particular, o início das aulas também está marcado para este dia. Nas 120 instituições municipais em funcionamento, no entanto, cerca de 19 mil estudantes terão mais um dia de folga. Já que as aulas por lá, só começam na quarta-feira, 3.
O motivo, de acordo com a Secretaria de Educação do município, é que nestas segunda e terça-feiras, os professores da rede municipal passarão por diversas capacitações e diretores, dirigentes e demais profissionais estarão preparando as unidades para receber os alunos.
Os estudantes que já estão no ensino superior terão mais alguns dias de folga antes da folia. Isso porque, as aulas só devem começar depois do carnaval. Nas universidades Estácio de Sá e Candido Mendes, por exemplo, o ano letivo só começa nos dias 11 e 15, respectivamente.
Inscrições prorrogadas
Os candidatos que não foram alocados na primeira etapa de inscrições para matrícula na rede estadual de ensino ou os que perderam o prazo de inscrição, tem uma nova oportunidade. As inscrições da segunda fase foram prorrogadas até este sábado, 30 de janeiro, no site www.matriculafacil.rj.gov.br. A confirmação da matrícula desses alunos nas escolas será divulgada entre os dias 2 e 4 de fevereiro.
Quem, ainda assim, não garantir uma vaga em alguma instituição estadual, perderá a primeira semana de aulas, mas terá uma chance de conseguir uma direto nas escolas em que houver vaga remanescente da matrícula informatizada. Isso a partir do dia 15 de fevereiro.
Deixando tudo para a última hora
Não é à toa que o brasileiro é conhecido por seus tradicionais “atrasos”. Aquela mania de deixar as coisas para a última hora. O famoso “aos 45 minutos do segundo tempo”. E, se com as compras de Natal, Dia das Mães, Pais, Crianças é assim, com o material escolar não poderia ser diferente, não é mesmo? A semana que antecede o início do ano letivo é sempre uma loucura nas lojas.
A gerente de uma papelaria no centro da cidade, Aparecida Guimarães, afirma que este ano, a tradição do corre corre será mantida: “A maioria das pessoas deixa, realmente, para comprar o material em cima da hora. Por isso a expectativa é de que as vendas subam bastante nestes últimos dias de férias: sábado, segunda e terça-feira. Na verdade, acreditamos que ainda terá muita gente que deixará para vir à papelaria depois do carnaval, que é quando o ano letivo começa de verdade”, observa a comerciante.
A crise tem assustado os brasileiros e, por isso, o peso no bolso na hora de pagar a conta do material parece ter mudado um pouco o comportamento do consumidor. “Muitos pais continuam trazendo os filhos para fazer as compras do material escolar e grande parte faz a vontade da criançada. Mas o que nós percebemos é que está havendo um equilíbrio maior na hora de gastar. Quando o material é de uso básico, por exemplo, como cola, tesoura, lápis, os pais economizam mais”, conta a proprietária de outra papelaria também no centro da cidade, Juliana Wenderrosky.
A educadora física Leilane Knupp Chagas, de 29 anos, é mãe de gêmeas e, por isso, optou por um método cada vez mais comum entre os pais na hora de ir às compras: a pesquisa. “Não tem jeito, tem que fazer orçamento em várias lojas para achar o melhor preço. Ainda mais no meu caso que é tudo em dobro. Além disso, eu economizo de um lado para poder gastar do outro. As mochilas, por exemplo, vão ser as mesmas do ano passado para poder investir em outros detalhes da lista e comprar um material bonito para elas. Todo mundo ajuda um pouco também. As lancheiras, por exemplo, elas ganharam da tia, a avó vai dar os potinhos para levar a merenda e assim a gente vai se virando”, conta ela.
Quando o assunto é economia, muitos pais não medem esforços para diminuir as contas. A fisioterapeuta Mirela Daflon, de 34 anos, e mãe de dois meninos, por exemplo, veio de outra cidade em busca de preços mais baixos. “Sou de Macuco, mas resolvi vir para Friburgo para comprar o material porque os preços são bem diferentes. Para se ter uma ideia, com o dinheiro que eu compro dois cadernos aqui, lá na minha cidade eu só consigo comprar um”, disse.
A secretária Amara Pimentel, de 37 anos, sentiu o aumento dos preços na hora de ir às compras do material escolar do filho, porém confessa que fez algumas vontades na hora de decidir o que levar: “Os preços realmente estão mais salgadinhos, mas como ele é bastante estudioso e muito obediente deixei escolher a mochila e os cadernos. Ele merece”, conta.
Com a inflação, o valor dos itens da lista escolar subiu cerca de 10%, mas a marca e o personagem escolhidos para estampar os estudos ao longo do ano definem o tamanho do rombo no bolso do consumidor. Para se ter uma ideia, as mochilas podem variar de R$ 40 a R$ 400, em média. Os cadernos de uma matéria variam entre R$ 4 a R$ 25 e os de dez podem ser comprados por menos de R$ 10 ou até R$ 50, em média.
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