O Festival de Inverno do Sesc também está oferecendo uma diversificada programação gratuita, que inclui palestras, oficinas e apresentações musicais e teatrais. Um dos destaques desta quarta-feira, 14, é a leitura dramatizada com atores da badalada Casa da Gávea, no Rio. Amanhã, 15, começa o ciclo de palestras da Casa do Saber, que abordará temas variados e interessantes que permeiam o cotidiano. Ambos têm entrada franca e são abertos a quem quiser participar.
O público infantil também não foi esquecido e vai poder se divertir a partir de amanhã, na Tenda Sesc Nova Friburgo, que apresentará 48 sessões de teatro, com classificação livre e encenações de quinta-feira a domingo. A garotada vai se divertir com os espetáculos Simbá, o marujo; Sabrina, 40 fantasmas e mais uns amigos e outras histórias; M´Boiguaçu, a lenda da cobra grande; Depois da língua do nhem...; O barbeiro de Ervilha; Curupira, Passarinho à toa; A moura torta; Fábula fabulosa; A fantástica fábrica de bonecos no ano de 2080; Três Marias; e Um pé de feijão na mão de João. As sessões acontecem às 14h e às 16h e têm entrada franca.
O Festival de Inverno é uma realização do Sesc Rio e acontece até 1º de agosto. São mais de 60 atrações para todos os gostos, com destaque para os shows e peças teatrais com nomes consagrados do cenário artístico nacional, como o cantor Erasmo Carlos, que faz show hoje, na quadra, a partir das 21h. 18 ANOS
A venda de ingressos acontece de terça-feira a domingo, das 8h às 17h. Inscrições para atividades gratuitas (oficinas, encontros literários, palestras) podem ser feitas pelo telefone 2543-5000 ou no Sesc (Avenida Presidente Costa e Silva, 231, Duas Pedras). A programação completa pode ser conferida no site www.sescrio.org.br.
Atrações em cartaz nesta
semana na biblioteca do Sesc
(sempre às 18h)
14/7 - Leitura Dramatizada
Rotas Alteradas - de Marta Góes/ com Cristina Pereira (foto) e Stela Freitas
Sinopse: Uma falha no sistema do aeroporto faz com que uma repórter e uma manicure, ambas com 50 anos, convivam por algumas horas, trocando idéias sobre a crise da meia idade. 14 anos. Grátis
15/7 - Palestra
O que os gregos têm a dizer sobre o modo como conduzimos nossas vidas – Fernando Muniz
Quem controla nossas vidas: nós mesmos ou o acaso inexorável? Dando ênfase ao acaso, a tragédia grega mostra uma vida humana desamparada e frágil. No entanto, se os heróis gregos não têm saída, nós, leitores e espectadores das tragédias, temos algo essencial a aprender com eles. A aula propõe o debate destas questões, colocando personagens, autores e filósofos gregos frente a frente. 14 anos. Grátis
17/7 - Palestra
Os anos 60 e a formação da MPB – Paulo Cesar de Araújo
A gênese da moderna música popular brasileira feita por Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e João Gilberto no destino dos jovens artistas. A vitrine dos festivais de TV e as canções de protesto social. O AI-5, o exílio e as canções de protesto político. Esses são os temas da palestra de Paulo Cesar de Araújo. 14 anos. Grátis
18/7 - Leitura Dramatizada
Carta ao Pai - de Franz Kafka / com Paulo Betti
Sinopse: Na carta, escrita em 1919 e revisada diversas vezes antes da morte do autor, Kafka fala sobre sua relação conturbada com o pai. Homem que despertava no filho um conjunto de emoções conflitantes que iam do ódio a admiração.
14 anos. Grátis
Erasmo Carlos tira onda da velhice e ataca de rock hoje à noite no Sesc
Dalva Ventura
Hoje à noite o Sesc vai ferver. Tribos de todas as idades certamente estarão lá para curtir o show de Erasmo Carlos dentro da programação do Festival de Inverno. Erasmo é o tipo de músico que consegue transitar tanto entre os mais velhos como entre a garotada, o que representa, no mínimo, um fenômeno e uma raridade.
“Sou um garotão”, ele diz. “De cabelos brancos, mas um garotão”. E é verdade. Aos 69 anos, quatro netos, com suas roupas de couro, sem nenhuma tatuagem, sem nenhum piercing e apesar de usar gírias da década de 60, o Tremendão nunca deixou de ser uma figura muito, muito jovial.
Um de nossos pioneiros e mais competentes roqueiros, Erasmo comemorou seus 50 anos de carreira com o álbum lançado no ano passado pela sua gravadora, Coqueiro Verde - Rock N’ Roll – e cujo DVD será gravado na próxima semana, no Circo Voador. Aliás, o mesmo show que vai apresentar aqui no Sesc. A única diferença é que aqui não vai ter cenário.
O CD acaba de conquistar o Prêmio da Música Brasileira (antigo Sharp) e já foi indicado para o Grammy. Rock N’ Roll é, como o nome sugere, uma homenagem ao gênero que mais o influenciou, com 12 composições próprias, sendo sete em parceria: Nando Reis (em Um beijo é um tiro e Mar vermelho), Nelson Motta (em Chuva ácida e Noturno Carioca), Chico Amaral (em Noite perfeita e A guitarra é uma mulher), e Liminha e Patrícia Travassos (em Celebridade). Destaque também para Olhar de mangá, na qual Erasmo cita nomes de 52 personalidades femininas (reais ou fictícias).
Mas nada de achar que Erasmo Carlos só vai interpretar músicas novas. Ele garante que seus velhos sucessos não ficarão de fora. “Se eu não cantar Sentado à beira do caminho sou crucificado”, diz.
Erasmo Carlos se diz muito feliz por vir de novo a Nova Friburgo, cidade pela qual tem um carinho especial. “Já vim várias vezes a Friburgo e até já tivemos uma casinha aqui, quando os meninos eram pequenos”, conta, embora não se lembre onde a mesma ficava. “Faz muito tempo e a gente quase não podia subir, acabamos desistindo”, diz.
Depois de duas cirurgias nos quadris, Erasmo diz que não consegue mais dançar nem jogar futebol. “Sem esporte nem rock, agora só posso compor e fazer amor”, brinca. Simpático e boa praça, Erasmo é daquele tipo que deixa todo mundo à vontade como se fosse um velho primo, tanto no palco como fora dele.
Extremamente simpático e comunicativo, Erasmo tem uma relação das mais cordiais com seus fãs. “Gosto que as pessoas falem comigo na rua, vou logo conversando, como se fosse íntimo delas” e completa: “Sou um cara legal, sabe? Sou mesmo, gosto de mim”.
Hoje, “viúvo convicto, mas nunca um solitário”, ele vive na Barra da Tijuca, mas tem muitas amigas e vira e mexe é visitado por um dos três filhos ou seus quatro netos. “Eu só soube fazer homem”, brinca. Neste momento, “a casa vira a coisa mais parecida com o paraíso”, diz. Mas, quando não vem filho nem neto nem amiga, ficar sozinho parece ser uma brasa, mora. Sem crise. “A solidão só é chata para os chatos”.
Rotina? Não sabe o que é isso. Depende do que está fazendo no momento. Noturno, só dorme lá pelas cinco da manhã, mas trabalha duro, nem parece que já tem quase 70 anos. Mesmo consagrado e velho de guerra, pega no batente todo dia, garante. “A ociosidade e a solidão são a oficina do diabo”, filosofa.
Erasmo tira onda da velhice e a prova é uma das músicas de seu último CD, onde diz: “Sou cover de mim/ sou a cópia fiel da minha imagem/ eu mesmo meu próprio personagem/ imito até o meu autógrafo/ gosto de ser assim”.
Então, vamos lá conferir. O Tremendão, hoje, no Sesc. Imperdível!
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