Desde a sua abertura na sexta-feira até ontem, 14, o Festival da Flor e do Morango (Florango) recebeu um grande público, a ponto do corredor da exposição, numa tenda armada na Praça Dermeval Barbosa Moreira, se tornar estreito demais, com os visitantes se locomovendo com dificuldade.
Nos discursos da abertura, com a presença do prefeito interino Sérgio Xavier, os secretários de Agricultura, Roberto Wermelinger, e de Cultura, Roosevelt Concy, vereadores e convidados, foi exaltado o trabalho dos agricultores, que com seus produtos proporcionavam uma bela festa em Nova Friburgo.
Sucessor da Festa da Flor, o Florango juntou também os produtores de morango—já que o município é o maior centro produtor de ambas as culturas. As flores são cultivadas principalmente na localidade de Vargem Alta, enquanto o morango tem entre seus maiores produtores em Conquista, no distrito de Campo do Coelho.
Roberto Wermelinger elogiou Carlos David Hosken e Darcy Condack, respectivamente presidentes da Associação de Produtores de Flores de Vargem Alta (Afloralta) e Associação de Produtores de Morango (Amorango), “entidades que toparam o desafio e estão organizando esta festa”. O secretário de Agricultura agradeceu o apoio do prefeito Sérgio Xavier que, apesar de ter assumido a Prefeitura havia poucos dias, envidou todos os esforços para a realização do festival. Ele estendeu os agradecimentos aos vereadores, a Roosevelt Concy—que contribuiu com o evento mesmo com parcos recursos—e a todos os expositores e produtores, destacando um dos mais antigos floricultores, Gilson Knust, de Conselheiro Paulino. “Todos os estandes são de pessoas de Nova Friburgo que aqui vieram mostrar a sua produção”, salientou. Wermelinger ainda agradeceu ao governo do estado e entidades parcerias que ajudaram na organização do festival.
Na sequência, Roosevelt falou que a reconstrução de Nova Friburgo não deve ocorrer só com pedra, cimento e areia, mas deve ser também do orgulho, autoestima, alegria e confiança e que Nova Friburgo há de crescer e ser uma cidade melhor. Salientou o fato de Nova Friburgo ser o segundo maior produtor de flores de corte do país, o primeiro produtor de morango e de trutas do estado. Citou que paralelamente ao Florango, Nova Friburgo sediava um encontro de geólogos e outro de gestores de jardins históricos, proporcionando grande movimento nos restaurantes e no comércio da cidade. Lembrou que a marca Florango surgiu com os alunos do curso de comunicação do campus Nova Friburgo da Universidade Candido Mendes, juntado a flor e o morango para caracterizar aquele festival, realizado pela primeira vez. O secretário de Cultura externou sua satisfação em ver o grande público que prestigiou o festival desde sua abertura.
Também fizeram seus pronunciamentos na abertura do Florango os vereadores Márcio Damásio—recentemente empossado e produtor rural—, Marcos Medeiros e o presidente do Legislativo friburguense, Luciano Faria. O prefeito Sérgio Xavier falou de sua alegria ao abrir o Florango como um de seus primeiros atos oficiais, que servia para valorizar as raízes e as riquezas de Nova Friburgo e das dificuldades enfrentadas pelos agricultores na tragédia de janeiro, quando alguns chegaram a perder tudo. Para ele, a realização do Florango representava a reconstrução do município, o momento de ressurgimento da economia de Nova Friburgo, que obrigatoriamente passa pelos agricultores.
Sérgio Xavier enalteceu o ato de coragem das secretarias de Agricultura e Cultura com a organização do Festival da Flor e do Morango, citando a atuação dos secretários Roberto Wermelinger e Roosevelt Concy. “Eu acredito que o Florango, juntando a força da produção da flor com a força da produção do morango, simboliza um novo tempo para Nova Friburgo”, disse o prefeito, desejando sucesso a todos.
A força das duas produções
Carlos David Hosken falou à reportagem deste jornal salientando que o Florango foi realizado com a participação dos produtores das duas culturas de Nova Friburgo. Para ele, o festival se constituiu numa oportunidade de friburguenses e visitantes conhecerem o potencial dessas duas produções. Otimista, o presidente da Afloralta destacou o restabelecimento do entrosamento dos agricultores com o poder público municipal, em parte perdido nos últimos anos.
Para Darcy Condack, a princípio a proposta do festival chegou a ser quase assustadora, pois são somente sete os associados da Amorango, de um universo de mais de 20, ao contrário da Afloralta que conta com mais de 150 floricultores associados. Por ser o primeiro, não havia como saber quanto do produto seria comercializado. “Nós temos que estar preparados e não fazer feio. Afinal, é a primeira festa que fica na história, mas nós temos que mostrar nossa competência”, exclamou Condack, que tem mais de 30 anos de atuação nesta atividade, já conhecido nacional e internacionalmente como produtor de morango. Ele garante que atualmente, com a divulgação feita, a procura já é maior que a oferta do morango produzido em Nova Friburgo.
Elogios do público
O movimento foi intenso nos quatro dias de festa e para atestar como o público julgou a primeira edição do Festival da Flor e do Morango, A VOZ DA SERRA ouviu três visitantes. Confira as opiniões.
“Foi uma ideia boa, uma boa atração que estava precisando mesmo ser realizada para levantar a cidade. Foi válido e temos que ter mais eventos assim.”
Érica Lemos Mello Coimbra, 39 anos, professora, Cônego
“Eu achei muito bonito, muito bacana. Foi uma ideia que deu certo e tinha mesmo que acontecer. Afinal, não temos só flores, temos também o morango, legumes, temos de tudo. Eu gostei do espaço, melhor que no Sesc, aqui ficou melhor, mais organizado. Quarta-feira eu saí daqui mais de meia-noite e meia. Ficamos aqui fazendo os arranjos, preparando os estandes. Eu gostei muito, pois já trabalho com flores mesmo. E esse evento pode ser realizado todo ano aqui no Centro. Apareceu mais gente, é mais fácil de vir. Eu achei aqui melhor.”
Darcília Paredes Tardin, 63, floricultora, Vargem Alta
“Foi bom, foi válido juntar a flor e o morango, uma festa boa que deve continuar. Eu gostei mais do estande com o morango plantado, as mudas. Para mim está mais bonito que as flores.”
Rui dos Santos, 35, servidor público, Cônego
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