Os primeiros passos foram dados. Na Região Serrana já são pelo menos quatro plantações de lúpulo, uma delas inclusive vem ganhando destaque no distrito de Amparo, em Nova Friburgo. A abertura desse mercado, que começou com alguns entusiastas da produção de cervejas artesanais, agrega atualmente pesquisadores e engenheiros agrônomos, com participação direta da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em um grupo de trabalho que busca fomentar a produção do lúpulo local.
O estímulo a essa produção parte também da Associação Comercial Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf), que organizou a 2ª edição da Festa da Flor do Lúpulo, evento que aconteceu no último fim de semana, contando com palestras técnicas sobre o plantio, produção, comercialização e utilização do lúpulo, feiras com produtos derivados e oficinas gastronômicas, além da visitação a produtores de mudas e plantações já instaladas na região.
Para o presidente da associação, Júlio Cordeiro, a compreensão de que a produção de lúpulo tem muito potencial e que, com o devido investimento e trabalho, a região pode vir a se tornar referência neste tipo de cultivo é importante para garantir o estímulo de pesquisas e inovação: “Nós entendemos que é uma cultura que tem um potencial muito grande de desenvolvimento, com aplicações não só na indústria cervejeira, mas também na farmacêutica, cuja matéria prima é praticamente 100% importada atualmente. Então esse evento tem como uma das suas finalidades, divulgar essa cultura para mais pessoas e fomentar o desenvolvimento dessa produção”, afirma Júlio.
Impulsionado pela produção de cerveja artesanal, que já permitiu a criação de polos cervejeiros em Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, o plantio do lúpulo na região é bastante promissor na visão do presidente da Acianf. “As primeiras plantações na nossa região estão se firmando bem, temos entre três e quatro produtores e vamos dar continuidade a esse projeto experimental”, diz Júlio.
O projeto em questão é uma forma de analisar o crescimento e o estabelecimento das plantações de lúpulo locais. Segundo Júlio, existe um grupo de trabalho que pretende avaliar esse mercado, acompanhando os investimentos feitos por pelo menos oito pequenos produtores: “É uma cultura que vai demorar entre três e quatro anos para alcançar seu ápice, portanto, a partir desse momento vamos lançar um projeto experimental para uma melhor avaliação, porque é tudo muito novo, inclusive para os técnicos e engenheiros agrônomos que estão acompanhando esse processo”, explica.
Quem também esteve no lançamento da festa e se mostrou animado com o futura da produção do lúpulo local foi o prefeito Renato Bravo. Para Bravo, o pioneirismo deste empreendimento estimulará não só o turismo, como também a abertura de novas oportunidades de emprego e renda para a cidade:
“Esse é mais um produto na cadeia produtiva da nossa economia, que já possui muitos destaques. Esse é um mercado que, prosperando, vai atrair muitos investidores locais e também de fora. Ainda estamos em um momento de descoberta, avaliando como o produto se adapta à região, mas quem sabe daqui um cinco a dez anos o lúpulo regional não poderá estar atendendo o mercado nacional?”, questiona Bravo.
A 2ª edição da Festa da Flor de Lúpul, vale destacar, foi realizada com apoio da Associação dos Amigos e Moradores de Amparo (Assamam); Cervas; Beer Alliance; Confraripa; Acerva; Sebrae; Emater Rio; Embrapa; Prefeitura Municipal; Nova Friburgo Country Clube; e Rede Lúpulo Serra Fluminense.
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