Luiz Gonzaga Carvalho e Silva
O FEMINISMO é um movimento social que defende a igualdade de direitos e status entre homens e mulheres. Seu advento remonta à época da Revolução Francesa. Enquanto os revolucionários proclamavam a declaração dos direitos do homem e do cidadão, a escritora Olympe de Gouges redigia o projeto de Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã. Em 1792, uma delegação encabeçada por Etta Palm, holandesa que vivia na França, foi até a Assembleia exigir que as mulheres tivessem acesso ao serviço público e às forças armadas. O movimento feminino foi suprimido pelo Terror. Robespierre, caudilho francês, proibiu que mulheres se associassem a clubes e o projeto de igualdade política de ambos os sexos foi arquivado.
Comemora-se em 8 de março o Dia Internacional da Mulher. Inicialmente, chamava-se “Dia Internacional da Mulher Trabalhadora”, tendo isso sido proposto em 1910, na “Conferência Internacional da Mulher Socialista”. Esse dia foi escolhido em homenagem às operárias de uma fábrica em Nova York que, no dia oito de março de 1857, fizeram uma manifestação contra as más condições de trabalho e pela redução da carga horária. Os patrões, irritados, fecharam as portas da fábrica e atearam fogo na mesma. Pela ação, 130 mulheres foram queimadas vivas.
O movimento feminista brasileiro teve como sua principal líder a bióloga e zoóloga Bertha Maria Julia Lutz—Bertha Lutz—, filha do cientista Adolfo Lutz. A propósito, tive a honra de conhecê-la e trabalhar com ela em pesquisas biológicas, no ano de 1952. Essa pioneira fundou, em 1922, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e por sua atuação direta, as mulheres conseguiram vitórias como: direito ao voto; redução da jornada de trabalho que era de 13 horas; licença gravidez, pré-parto de 3 meses; direito a candidatar-se a cargo eletivo e outros. Outra líder feminina, Nuta Bartlett James, participou das lutas políticas do país na década de 1930 e foi uma das fundadoras da União Democrática Nacional (UDN). Sabe-se, de revoltas contra as restrições e discriminações sofridas pelas mulheres, lideradas por Chiquinha Gonzaga, pianista e compositora.
Acompanhei o pioneirismo, a competência e o brilho invulgar de numerosas mulheres nas atividades comerciais, religiosas, científicas e artísticas. Caracterizavam-se essas maravilhosas figuras, pela extrema habilidade de conciliar suas complexas atividades profissionais, com suas maiores missões na vida, a maternidade e a vida familiar, sem, entretanto, negligenciar a luta diária que empreendiam pelos direitos da mulher.
Como símbolos femininos ainda cito: Madalena Tagliaferro, pianista internacional; Ada Rogato, primeira mulher piloto do Brasil; Carmem Miranda, atriz em Hollywood; Rose Marie Muraro, nomeada Patrona do Feminismo Brasileiro pelo Congresso Nacional, em 2005.
Registra-se que a maioria das grandes conquistas do feminismo autêntico ocorreu entre os anos de 1910 e 1950. Após esse período, vitórias de menor expressão foram alcançadas.
Constata-se, também, que movimentos reivindicatórios, após o seu advento, sofrem infiltração de pseudolíderes inescrupulosos, com interesses escusos, e o movimento feminista não ficou livre desse mal. Essa intromissão indevida trouxe divergências que provocaram o surgimento de líderes de ocasião, mais preocupadas com elas próprias do que com o movimento.
Um articulista registra: “Algumas mulheres se dizem feministas para conseguirem uma legitimidade das suas atitudes, que tendem a uma tentativa de superação de estilo”.
Deturpando o verdadeiro sentido do movimento, que é, rigorosamente, a igualdade de direitos entre homens e mulheres, algumas “feministas de ocasião” lançam a discórdia, com argumentos frágeis, como seja, o da comparação da inteligência entre os dois sexos, o da maior eficiência da mulher no trabalho e tantas outras afirmações, que, a rigor, só criam animosidades.
Registra outro articulista que o movimento feminista está fragilizado por sua própria culpa, pois, açodadamente, são escolhidas líderes que falam muito e pouco apresentam em benefício da classe. Decepção é a tônica, quando muitas feministas aproveitadoras chegam ao posto de líder.
A área política é um “prato cheio” para essas pseudolíderes as quais, nos palanques, são portadoras de fórmulas para a “salvação eterna” para o movimento feminista, iludindo não só o eleitorado como também integrantes do movimento, por acreditarem em suas propostas.
São muitos os exemplos de mulheres que chegaram aos seus objetivos particulares, a política, fazendo do feminismo plataforma eleitoral, porém, pouco ou nada fizeram de concreto em benefício do autêntico Movimento Feminista!
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