Nova Friburgo, além de dois complexos de artesanato, que funcionam no Cônego (Pavilhão das Artes) e em Conquista (Queijaria Suíça), tem três feiras de artesanato. A maior delas é a da Praça Getúlio Vargas, à qual se juntam os artesãos que ficavam na Praça Dermeval Barbosa Moreira e outros da Praça do Suspiro, onde ainda funciona a feirinha de artesanato, porém bastante reduzida. A verdade é que na feira da Praça Getúlio Vargas nem todos são artesãos na acepção da palavra, pois são encontrados também produtos industrializados. Porém esta é uma questão que vem sendo protelada há mais de 20 anos. Atualmente a questão que causa maior expectativa aos artesãos é a reforma da praça, através de um projeto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Por isso todos os artesão estão querendo marcar presença na audiência pública desta quinta-feira, 21, na Câmara Municipal de Nova Friburgo, que tem na pauta justamente a apresentação desse projeto. Finalmente.
Industrializado com toque artesanal
A presidente da Feira de Artesanato de Nova Friburgo (Friarte), Maria da Graça Nogueira da Costa, está na Getúlio Vargas, com seus colegas, de sexta a segunda-feira e feriados. São no total 65 artesãos. Novos integrantes só se forem artesãos genuínos. Afinal, já tem gente demais que trabalha com artigos industrializados, remanescentes há mais de 20 anos. Mas ninguém topa essa parada, pois como afirma a própria Graça, trabalhar só com artesanato não compensa financeiramente. O que mais acontece é a compra de um material ao qual é posteriormente agregado alguma arte. Não é um artesanato completo, diz Graça. Mas ela garante que não há produto chinês na feira da praça, como acontece no Rio e em outras cidades.
No caso de algum artesão aceitar trabalhar na feira da praça somente com os artigos que produz, deve encaminhar a solicitação a Graça, que após analisar o artesanato apresentado, preenche uma ficha eo a Graça, que verifica a real condiçgos que produz, izadosa Get a envia para o setor de Posturas da Prefeitura, que faz a devida fiscalização. A única exigência que esse setor tem feito aos integrantes da Friarte é que evitem ocupar os bancos da praça, o que está sendo cumprido. E por falar em bancos, vale um parêntesis: vários deles estão em falta. Alguns foram retirados para reparos e não mais colocados.
Reforma da praça e audiência nesta quinta
Até agora nenhuma informação foi passada ao pessoal da Friarte sobre a reforma da Praça Getúlio Vargas. O projeto do Iphan é um ilustre desconhecido para os artesãos. Aliás, poucos tomaram conhecimento dele até agora. Por isso, a audiência pública marcada para esta quinta-feira, às 18h, na Câmara Municipal se reveste de total importância. “A gente está dentro da praça. A feirinha é o cartão-postal da cidade. Todo mundo que chega à cidade o primeiro lugar que vem visitar é aqui”, garante Graça. Ela está tentando mobilizar os artesãos para que compareçam à audiência pública para que todos sejam informados como ficarão durante a reforma, se haverá necessidade de saírem ou se poderão permanecer.
A presidente da Friarte admite que muita coisa precisa mudar. Para melhor. A começar pelas próprias barraquinhas, que devem ser mais bonitas, com nova cobertura, melhor apresentação, nova pintura, identificação dos artesãos, nem que para isto fosse preciso um patrocinador.
A Friarte chegou a ter 80 artesãos, mas esse número foi diminuído com o tempo de acordo com o movimento. Hoje são 65 “heróis da resistência”, que clamam por uma parceria maior com a Prefeitura, como por exemplo, a promoção de eventos para atrair o público, o que representaria ganhos para todos: cidade, artesãos, hotéis, restaurantes, comércio. Moral da história: a feirinha, sozinha, não se basta, ou se mantém com muita dificuldade. Precisa de parcerias. Graça admite até que aceitaria a fusão das três feiras de artesanato da cidade para que um projeto nesse sentido fosse posto em prática.
No entanto, tudo isto depende do projeto de reforma do Iphan. Até comentários de que esse projeto prevê a divisão da Praça Getúlio Vargas em três, Graça já ouviu. Ou seja, a falta de informação gera uma série de hipóteses e comentários.
Enfim, os artesãos não negam ajuda, mas querem retorno, entrosamento com o governo. Reclamam que a praça precisa de uma melhora, como iluminação, segurança, eventos, animação. “A gente aqui não tem nada”, desabafa Graça.
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