Após quebrar um jejum de dez anos e garantir o título, junto com a Unidos da Saudade, a Imperatriz de Olaria promete repetir o sucesso do carnaval passado e fazer bonito na Alberto Braune neste domingo, 11. Com o enredo “O poder da cura na ciência da vida, o clamor de um povo pela proteção divina”, a escola de samba do maior e mais populoso bairro do município garante levar muita emoção, criatividade e fé para avenida.
Para isso, muito brilho, cores e história compõe os cinco carros alegóricos e 20 alas da Vermelho e Branco. E para dar conta de tantas produções, o trabalho é árduo no barracão da escola. De acordo com o diretor de Carnaval da Imperatriz, Carlos Augusto Veiga Viana, mais conhecido como Guto, cerca de 10 pessoas compõe o time de voluntários que trabalham em áreas que vão desde a confecção de fantasias até a elaboração e montagem dos carros. Isso sem contar com o chamado grupo de voluntários volante, que revensa no apoio a agremiação nos horários livres.
No samba-enredo da escola, a diversidade religiosa e a exaltação da fé do povo brasileiro. Combinação que, de acordo com o carnavalesco da agremiação, Gilson Pereira da Silva, vai surpreender o público. “Nosso enredo nasceu da inspiração do que o povo brasileiro busca hoje, que é a cura de um modo geral, dentro de cada crença. Bençãos que são conquistas através do amor que temos pelo próximo, do respeito mútuo, da doação pelo outro. Tudo que será mostrado na avenida. Faremos um culto de fé pela crença, pelo amor e pela cultura”, conta Gilson.
Pouco incentivo, muita criatividade
Com 42 anos de fundação, em 2018, a Imperatriz de Olaria fecha a série de desfiles da Alberto Braune, às 1h15. Serão 800 componentes, destes, 106 integram o grupo de ritmistas. E para colocar todo esse samba na avenida, a escola estima ter desembolsado em torno de R$ 200 mil, incluindo a subvenção da prefeitura. Questão que, assim como para outras agremiações, tem exigido ainda mais criatividade da Vermelho e Branco. Isso porque, o valor disponibilizado pelo governo municipal representa pouco mais de um quarto do necessário para a escola desfilar.
“Nossos esforços para colocar a escola na rua são muito grandes e a impressão que temos é que o poder público não tem respeito pelo que fazemos. Somos o segundo maior Carnaval do estado, no que diz respeito a desfiles, e não temos o apoio necessário para conduzir as agremiações de forma digna. Toda a alegria e beleza que levamos para avenida é investimento, é custo. O mínimo que a gente espera é incentivo. A cultura precisa ser valorizada”, critica Guto, diretor de Carnaval da Imperatriz de Olaria.
Ainda assim, a escola permanece confiante na conquista do título. “A população friburguense pode esperar uma Imperatriz diferente, com enredo que traz uma bela tradução literária, muito luxo e imponência”, garante o carnavalesco, acrescentando que “Fizemos um Carnaval no ano passado que nos rendeu um excelente resultado e isso é o que buscamos para 2018, um desfile que resulte em bicampeonato. Sempre com muito respeito as coirmãs”.
O samba-enredo
Compositores: Marquinhos Melo, João Paulo, Fabrício Corujão, Evandro das Neves, Ivanildo das Neves
Intérprete: Kaisso
O poder da cura na ciência da vida, o clamor de um povo pela proteção divina
Mistério da vida a desvendar
A cura vou festejar!
Viagem no tempo, gotas de sabedoria
No terreiro ou no altar, a fé!
É a luz que me guia
África, mãe negra!
Rezo em seu gonga
Tomo o banho de energia
Sob as bençãos de Oxalá
Firma o batuque, entra na gira sim “sinhô”
Bato cabeça pro meu Orixá
Vence demanda pai mandingueiro
Vem pra me salvar
No Egito a mumificação
Riqueza medicinal
Conhecimentos e magia
Faz da vida um ritual
É hindu a ciência da essência
Corpo, mente e espírito. Natural!
Hoje tem pajelança
Xapori já chegou
É o povo da mata
Guerreiro protetor
Creio em xamã, sagrado e o meu chão
Abençoada proteção
Uma só oração, pra rezar!
O meu canto é de fé em louvação
Divina força me ensina
Tem cura na Imperatriz
Eleva a alma, me faz feliz!!!
Ficha Técnica
Fundação: 29-03-1976
Cores: vermelho e branco
Títulos (7): 1980; 1982; 1983; 1985; 1988; 1992; 1994; 2007 e 2017
Enredo 2018: O poder da cura na ciência da vida, o clamor de um povo pela proteção divina
Presidente: Humberto Damaceno
Carnavalesco: Gilson Pereira da Silva
Diretor de Carnaval: Carlos Augusto (Guto)
Comissão de Carnaval: Rafael (Rafinha), Carlos Augusto (Guto), George, Wagner Faria, Antonio Bastos e Tony
Diretor de Harmonia: Sirley Gonçalves Menezes, Maria Sinesia Galdino, Gilda Domingos, Antonio Nery (Pretinho) e Fabrício Pinheiro
Mestre de Bateria: Fred
Rainha de Bateria: Cristina Féu
Musa: Juliana Queiroz e Emanuele Neris
Casal Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Erick e Dandara, Alessandro e Carol, Matheus e Raíssa
Compositores: Marquinhos Melo, João Paulo, Fabrício Corujão, Evandro das Neves, Ivanildo das Neves
Intérprete: Kaisso
Carro de som: Kaisso, Ezequiel do Cavaco, Kelvin, Pinguim, Andinho, Roni Mocidade, Julio Frazão, Marlon Caetano e Atila
Classificação em 2017: 1º lugar
Ordem do desfile: 4º
Horário: 1h15 - 2h30
Carros alegóricos: 5
Alas: 20
Número de integrantes: 800
Número de ritmistas: 106
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