A partir deste mês, os medicamentos passarão a pesar ainda mais no bolso do consumidor. Isso porque, o reajuste anual foi aprovado pelo governo federal. O que chama mais atenção e preocupa quem precisa adquirir remédios com preços controlados pelo governo é a porcentagem de aumento: até 12,5%. A novidade foi publicada no Diário Oficial da União através de uma resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos na última sexta-feira, 1º de abril. Segundo o documento, a medida deve atingir mais de nove mil remédios.
Em Nova Friburgo, a maioria das farmácias ainda não passou o novo preço ao consumidor, mas o farmacêutico de um estabelecimento do centro da cidade, Rafael Ferreira, de 26 anos, alerta: a tabela nova deve começar a vigorar nas prateleiras ainda este mês. “Ainda estamos trabalhando com os valores antigos, mas daqui uns 15 a 20 dias, quando o estoque for reposto, não vai ter jeito, teremos que repassar os aumentos ao consumidor”, conta Rafael, que ainda comenta a porcentagem estipulada para este ano: “O aumento normal é de cerca de 5%, esse novo percentual realmente surpreendeu. Com certeza essa novidade vai ter um impacto considerável no bolso do consumidor, mas infelizmente não podemos segurar esse acréscimo”.
Para a doméstica Vilma Fernandes, de 63 anos, as pesquisas de preço, que já eram constantes, terão que ser intensificadas a partir de agora. “Mesmo com a tabela de preços, a diferença dos remédios de uma farmácia para a outra é muito grande. Uso remédio contínuo e já percebi um aumento no valor em algumas drogarias. Se antes eu já fazia minha pesquisa de preço, agora então”, enfatiza ela.
Segundo o Ministério da Saúde, o reajuste foi calculado com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 9 de março deste ano, em que a variação acumulada foi de 10,36% entre março de 2015 e fevereiro de 2016. De acordo com a Interfarma, associação que representa os laboratórios farmacêuticos do país, esta é a primeira vez em mais de 10 anos que o governo autoriza um reajuste acima da inflação. No último ano, o aumento máximo autorizado foi de 7,7%, já em 2014 o teto chegou a 5,68%.
Esta também é a primeira vez que há apenas uma faixa de reajuste máximo para todas as categorias de medicamentos. Nos anos anteriores, foram autorizados três níveis diferentes, conforme o perfil de concorrência dos produtos. Com a nova medida, a partir de agora, as farmácias e drogarias também ficam obrigadas a deixar à disposição dos consumidores e dos órgãos de defesa do consumidor as listas dos preços de medicamentos atualizadas.
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