Falando sério

O trágico acidente com um ônibus, ocorrido no mês de outubro na descida da serra de Teresópolis, além dos 15 mortos e 12 feridos, deixou no ar a questão da obrigatoriedade do uso do cinto de segurança nos veículos rodoviários.
sexta-feira, 09 de novembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Falando sério
Falando sério

Carlos Emerson Junior

O trágico acidente com um ônibus, ocorrido no mês de outubro na descida da serra de Teresópolis, além dos 15 mortos e 12 feridos, deixou no ar a questão da obrigatoriedade do uso do cinto de segurança nos veículos rodoviários, determinada pela Lei Federal nº 9503/97, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O texto é claro, recomendando em seu artigo 105 que “enquanto estiver a bordo, mantenha o cinto de segurança afivelado. A não utilização do cinto de segurança está sujeita a multa, classificada como infração grave”. 
As estatísticas são terríveis e indicam que no Brasil morrem em média cerca de 2.400 pessoas por ano em 17 mil acidentes com ônibus nas rodovias federais, estaduais e municipais. Quinze mil ficam feridas, sendo que 4.500 em estado grave. Um estudo da Sociedade Brasileira de Ortopedia mostrou que esse assustador número de mortos e feridos pode ter uma redução de 75% se os passageiros estiverem usando o cinto de segurança. 
Infelizmente essa determinação legal não pegou e quase ninguém liga para esse importante equipamento de segurança. Mais do que nunca está na hora de as autoridades de trânsito iniciarem uma campanha educativa, inclusive fiscalizando o seu uso durante as viagens. Qualquer medida que venha a diminuir a quantidade de vítimas do trânsito será sempre bem-vinda. 

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Você conhece o Plano Diretor Participativo de Nova Friburgo? Sabia que ele foi considerado um dos dez melhores do país, chegando a ganhar em 2007 o prêmio “Caixa – Melhores Práticas em Gestão Local”? No entanto, infelizmente uma série de pendências entre os poderes executivo e legislativo friburguenses impediram sua implantação até hoje.
De uma maneira bem simples, plano diretor é uma lei municipal que estabelece diretrizes para a adequada ocupação do município, determinando o que pode e o que não pode ser feito em cada parte do mesmo. Com a chegada de um novo governo, seria muito interessante que os moradores de nossa cidade tomassem conhecimento do seu teor, até mesmo para cobrar sua aplicação pelo futuro prefeito e secretários. Talvez os efeitos da tragédia de janeiro de 2011 não fossem tão devastadores se esse Plano Diretor já estivesse sendo colocado em prática.
De qualquer maneira, vale a pena a leitura. No link www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNPU/RedeAvaliacao/NovaFriburgo_PlanoDiretorRJ.pdf, disponibilizado pelo Ministério das Cidades, é possível baixá-lo em formato PDF. Nossa participação é muito importante e não pode ficar restrita às eleições. 

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E para entrar no clima de fim de semana, uma historinha. Há alguns anos atrás, acompanhando minha mulher em um congresso de medicina em New Orleans, nos Estados Unidos, fomos convidados para jantar em um restaurante elegante da cidade, daqueles que você só pode entrar de terno e cara de quem faz esse tipo de programa pelo menos umas três vezes por semana. 
Já que não precisávamos nos preocupar com a coluna da esquerda do cardápio, perdão, menu, onde ficam os preços, fizemos uma festa! Tudo muito bom, fino, gostoso e elegante até que o maitre serviu uma sobremesa flambada. Como com a Lei de Murphy não se brinca, não deu outra: o negócio virou, incendiou parte da mesa e queimou o braço de um dos convidados, felizmente, sem gravidade.   
Meninos, a cara do coitado do maitre era um misto de incredulidade, terror e vergonha. Mas o restaurante fez jus à fama, serviu outra sobremesa e avisou que não iria cobrar a conta, para felicidade do nosso patrocinador. Resultado: ficamos até o estabelecimento fechar as portas e aquela acabou sendo uma das melhores e mais divertidas noites da nossa viagem. 

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Pois é, por algum motivo ando sentindo muita falta do Majórica, indiscutivelmente um dos mais simpáticos restaurantes da cidade. Quantas vezes cheguei do Rio e fui direto para lá curtir o chope bem tirado, o couvert generoso, pratos bem feitos, vinhos e preços honestos e o atendimento nota mil. Sem desfazer dos nossos outros excelentes e acolhedores estabelecimentos, a velha churrascaria era um cartão-postal de Nova Friburgo. Uma pena que acabou.

carlosemersonjr@gmail.com

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