Acordar de manhã, desligar o alarme, e, antes mesmo de colocar os pés no chão, dar o primeiro clique no celular para olhar as redes sociais. Esse é o ritual de milhões de pessoas atualmente, mesmo que tentem negar: antes mesmo da primeira mordida no pão, no café da manhã, as redes sociais já foram acessadas no mínimo uma vez.
O celular há muito tempo é sinônimo de distração. Desde o famoso e épico “jogo da cobrinha” aos milhares de aplicativos. É quando se está fazendo hora, esperando sua vez no consultório ou simplesmente tentando ignorar alguém, que o celular é o seu aliado, o companheiro mais fiel.
Grande parte dessa atenção é voltada para as redes sociais. O Facebook, a mais utilizada, tem servido não só para postagens próprias e aleatórias, como divulgação de trabalhos, elemento de pesquisa, marketing, notícias e ferramenta de investigação criminal (e da vida alheia também).
Muitas vezes precisamos de um “ajuda Luciano” para contar até dez, revirar os olhos e não julgar quem cai em fake news e sai compartilhando notícia falsa. Mas também, né, quem nunca?
É notório como a evolução comportamental influi no modo como se utiliza o Facebook. O uso contínuo da rede traz desgaste. Por isso, usuários que têm cinco ou mais anos de Facebook estão interagindo cada vez menos. Muitos culpam as próprias pessoas por fazerem da rede social “um local chato e de muita treta”.
Mesmo assim, o Brasil ocupa o terceiro do ranking mundial, com 140 milhões de contas no Facebook. No país, 90% dos acessos à rede são por celular.
Treta, aliás, é um dos principais combustíveis que tem movido pessoas a curtirem esse relacionamento sério com o Facebook. Antes, durante e após as eleições, os ânimos se acirraram e quando não se está discutindo, o usuário está compartilhando e gerando memes. Às vezes (quase sempre), as duas coisas são uma só.
A VOZ DA SERRA foi às ruas para saber como o friburguense costuma utilizar o Facebook. Para nossa surpresa, todos os entrevistados admitiram que não conectam mais a rede com a mesma frequência. Talvez a nossa equipe tenha dado “azar” ao abordar mais de 10 pessoas nas ruas, de diferentes faixas etárias, mas com o mesmo tipo de avaliação, para entrevistar. De qualquer maneira, é um fato curioso, que merece atenção dos analistas do tema, isto é, das redes sociais. Confira a seguir, alguns desses depoimentos:
Cristopher Muzzi e Matheus Prates
“Já usamos mais o Facebook e sempre para buscar informação sobre esporte e música, mas vi tanta informação inútil que acabei desanimando. O Facebook era a nossa segunda opção como ferramenta de pesquisa, a primeira sempre foi o Google. Depois, ao perceber coisas tipo “nada a ver”, ficamos só com o Google. Eu (Matheus) já me envolvi em uma discussão sobre Terra Plana. O nosso planeta é um globo e a pessoa quer te convencer de que não é. Como tem muita fake news rolando, a gente desanima. Já nos deparamos com várias notícias ditas ‘falsas’ que acabaram se comprovando falsas, mesmo. Isso deixa a gente desanimado em relação à rede.”
Roberta e Amanda Vassallo (avó e neta)
“Gosto muito quando vou participar de alguma campanha solidária, nem que seja só para divulgar ou algo que julgo relevante. Também gosto de colocar algumas piadinhas, de vez em quando e só, polêmica eu não gosto muito. Ainda assim, costumo ver muito pouco. Às vezes, em determinada semana estou bem conectada, mas tem vezes que passo meses sem usar.” (Roberta)
“O Facebook está muito sério e eu não gosto, por isso deixei de usar. Eu costumo usar muito o Twitter.” (Amanda)
Lívia Barreto
“Quando utilizo, posto fotos de flores, paisagens, bichos, só de coisas bonitas e que vai acrescentar alguma coisa para alguém. Hoje tem muita intolerância no Facebook, as pessoas só querem espezinhar as outras e não respeitam as opiniões.”
Ruan da Silva
“Já fui de postar muita coisa, principalmente foto, atualmente eu posto memes e algumas coisas sobre política. O Facebook se tornou um site propagador de notícias duvidosas e isso diminui muito a busca pela informação nessa rede social. Por conta disso, entro em sites com credibilidade para ficar informado e deixo um pouco a rede social de lado.”
Lélia Bullet
“Acesso o Facebook há oito anos, mas hoje em dia, muito pouco, por conta do vazamento dos nossos dados. Eu soube de pessoas que foram assaltadas por conta disso, enviei essa informação para minhas amigas e elas também cortaram. Fico antenada nas fake news e até hoje não caí em nenhuma.”
Deixe o seu comentário