O mais representativo representante da Oposição, porque detendo mandato político, reeleito consecutivamente, é o sr. Aécio Neves. O senador e ex-governador mineiro abriu a temporada de contestações e pronunciou vigoroso discurso na tribuna da Câmara Alta verberando posições e atitudes do Governo da presidente Dilma Rousseff. Foi também a estreia do senador na liderança nacional da Oposição, fato que dividiu igualmente com sua presença nas páginas policiais da imprensa nacional ao ser flagrado pela "Operação Lei Seca", na madrugada, e se recusar a passar pelo exame, tendo a carteira apreendida e a multa correspondente. O episódio é de pouco alcance e não vai manchar a biografia do protagonista que quando governador de Minas Gerais encetou ativa campanha contra os motoristas que se negam a cumprir a lei e os que se escondem atrás de importantes cargos e funções entendendo que a lei não é para eles. Clássico exemplo do Façam o que eu digo, não façam o que eu faço. Mais representativo da classe política foi a "solidariedade" que Aécio Neves recebeu de seus pares no Senado da República.
A imunidade parlamentar tem colocado nos caminhos do desvio de caráter, do nepotismo, da negociata, e das mil e uma desonestidades que são armadas e consumadas a partir dos gabinetes do Senado e da Câmara dos Deputados, dos Ministérios e dos cargos públicos em Brasília e no Brasil. Quase fui às lágrimas quando assisti ao vigoroso discurso do então senador José Roberto Arruda (DEM-DF) repudiando a acusação de que teria manipulado o painel de votações da Casa para saber quem votava em quem. Foi a mais legítima defesa da honra e da integridade que já havia assistido. Contudo, no dia seguinte, denunciado por uma funcionária do Senado, cooptada por ele e pelo cúmplice (outro senador, já falecido) o acusado renunciou para não ser cassado, vindo, posteriormente, a se eleger governador de Brasília e protagonizar o "mensalão do DEM", encerrando sua carreira nas celas da Polícia Federal. Os políticos de nosso país nunca vão deixar de nos surpreender por dizerem uma coisa e fazem outra, completamente diferente e imoral. E não importa o cargo. De vereador de um pequeno burgo à sofisticação da Presidência da República, são todos iguais. Pelo menos até prova em contrário...
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