(*) Dr. Ricardo Teixeira
O câncer é uma enfermidade grave, trata-se de um sério problema de saúde pública, no Brasil e em todo o mundo. O custo financeiro do tratamento é elevado e mesmo assim, pelo SUS, os pacientes não têm acesso ao melhor tratamento naquele momento considerado como padrão-ouro, sendo assim, quem se beneficia? Sómente o proprietário do hospital filantrópico e o da clinica privada que tem o referido convênio com SUS.
Os valores são elevadíssimos, basta ser consultado o DataSUS e o susto será grande, considerando, mais ainda, a ausência total de controle social ou de auditoria, na área especifica do câncer, pelas secretarias estaduais de saúde ou pelo DenaSUS do Ministério de Saúde.
Os exemplos são muitos, clínica privada dentro do Hospital Municipal de Mesquita, no Rio de Janeiro, que foi fechada por fraudes, clínicas que aplicam Faslodex em pacientes com câncer de mama, não metastático e com receptor estrogênico negativo, paciente com câncer de colo uterino, com estádio baixo da Figo, com indicação de cirurgia exclusiva, mas que aplicam quimio-radioterapia com finalidade exclusiva e paciente com tumor mulleriano misto maligno de ovário, operada que faz radioterapia abdominal; tudo isto absurdo, descabido, exótico, mas com muita desumanidade, pois é tão sómente ganância financeira.
Enquanto isso, os hospitais, realmente públicos, passando sérias dificuldades, bem como, os universitários, sendo que se tivessem estas rubricas financeiras de Cacon ou Unacon teriam, seguramente, uma receita financeira maior e superariam aquelas dificuldades.
Urge que todos esses Cacons, Unacons em hospitais filantrópicos e clínicas privadas de câncer, sejam cancelados pelo governo federal ou pelo Ministério Público Federal, ou mesmo, pela Polícia Federal e que os hospitais gerais, públicos, federais, estaduais ou municipai e os universitários assumam esta tarefa e que forneçam os melhores tratamentos para os enfermos com câncer, leucemias e linfomas.
Temos muitos oncologistas clínicos, hematologistas, radioterapeutas e cirurgiões oncológicos, deslocados de suas verdadeiras funções ou atendendo como socorristas e que assumirão tal incumbência, após a realização de concursos públicos de provas e títulos, nas esferas federal, estadual e municipal.
(*) Oncologista – Hematologista – Título de Especialista em Cancerologia e Hematologista pela AMB .
Ex – Coordenador do Programa de Câncer da SES – RJ.
Fellow do Instituto de Oncologia da Universidade Complutense de Madrid – Espanha.
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