Andréa Freze
A Sociedade Musical Euterpe Lumiarense sediou na noite da sexta-feira, 19, a primeira reunião extraordinária do Conselho Municipal de Cultura. Cerca de 40 pessoas – entre artistas, agentes culturais e moradores dos distritos de Lumiar e São Pedro da Serra – participaram do encontro, que serviu para apresentar à comunidade o que o Conselho, a Secretaria de Cultura e o Legislativo vêm realizando e também ouvir as demandas e propostas que a região tem na área. Dois temas dominaram a discussão: a criação de um distrito cultural e a reforma da sede da banda, que já funciona como um centro cultural e comunitário, com aulas de música, dança e teatro, além de cinema.
“O objetivo primeiro dessa reunião é conversar sobre o movimento cultural de Lumiar e São Pedro da Serra. O Plano Municipal de Cultura diz que a Prefeitura tem que estar mais presente nos distritos e surgiu a ideia de se criar, então, um distrito cultural, reconhecido por lei e com orçamento anual, conforme prevê o plano”, explicou Luiz Carlos Sil, que é membro do Conselho de Cultura, representando o Centro de Arte e Educação de Lumiar. “Esse encontro é fruto de mais de um ano. Temos que aproveitar o momento para dialogar, além de ser uma oportunidade para o pessoal conhecer a estrutura e o trabalho do Conselho e também da secretaria”, acrescentou.
Em linhas gerais, um distrito cultural é um formato de descentralização da gestão e do uso dos recursos públicos, no reconhecimento e valorização das riquezas culturais de uma determinada região, capaz de gerar conhecimento, renda e emprego para a população local. Lumiar e São Pedro da Serra, além da vocação turística, também são conhecidos Brasil afora – e até internacionalmente – por sua intensa vida cultural. Descobertos pelos hippies na década de 1970, desde então os dois vilarejos não deixaram mais receber artesãos, poetas, músicos, enfim, uma gama de artistas, sendo hoje o local de residência ou de trabalho de muitos deles.
Banda Euterpe Lumiarense
A reunião do Conselho em Lumiar foi aberta oficialmente pelo seu presidente, o secretário municipal de Cultura, Roosevelt Concy. “É uma satisfação muito grande vir a esta casa (a Sociedade Musical Euterpe Lumiarense), que está totalmente em processo de revitalização e tem uma história muito importante para a cultura, e sobre a qual a gente ainda vai conversar para vermos que ações poderemos tomar para que esse patrimônio artístico seja preservado e o trabalho aqui realizado continue no futuro”, disse, lembrando a seguir o caráter daquela visita. “Essa reunião já estava prevista e é a primeira do processo de descentralização da cultura no município”.
Além da criação do distrito cultural, outra proposta apresentada na ocasião foi a de tornar a Sociedade Musical Euterpe Lumiarense um braço da Oficina Escola de Artes (Oeanf). Inclusive, já existe um projeto de reforma da sede, que se encontra em estado precário, sendo desenvolvido para dotar o espaço com diversas salas, que não só atenderiam à demanda, como possibilitariam a implantação de outros cursos, principalmente para as crianças e jovens da comunidade que não frequentam a escola no centro da cidade pela dificuldade de deslocamento, uma vez que Lumiar e São Pedro da Serra ficam a cerca de uma hora de viagem do Centro.
Vale destacar que, além do secretário Roosevelt Concy, compareceram à reunião o vice-presidente do Conselho de Cultura, Beto Grilo; o conselheiro Gui Mallon; o vereador Marcelo Verly, vice-presidente da Câmara e presidente da Comissão de Cultura, que também representa o Legislativo no Conselho; e a diretora da Oeanf, Rose Borges. Ao final, as autoridades e todos os participantes da reunião foram convidados pelo presidente da Euterpe Lumiarense, Manoel Antônio Spitz Sodré, para um café de confraternização. Mas, antes de encerrar os trabalhos, para dar continuidade à discussão do distrito cultural, foi marcado um próximo encontro para o dia 9 de abril.
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