Euterpe encerra seu Ano Sesquicentenário em ritmo de homenagens e muita emoção

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Euterpe encerra seu Ano Sesquicentenário em ritmo de homenagens e muita emoção
Euterpe encerra seu Ano Sesquicentenário em ritmo de homenagens e muita emoção

Os 150 anos da Euterpe Friburguense ficarão registrados para sempre. Um ano inteiro de festas e ainda muito mais do que isso. A mais antiga banda de música civil do país em atividade ininterrupta conseguiu, em seu Ano Sesquicentenário, garantir visibilidade para um projeto que se propõe a perdurar ainda por muitos anos. Exatamente como costumam repetir diretores, maestro, músicos e aficionados, num lema desses novos tempos: "Mesmo com um século e meio de existência, a Euterpe se constitui numa história que está apenas começando”.

Nas noites dos últimos dia 20 (sexta-feira) e 21 (sábado), os derradeiros dos muitos instantes especiais proporcionados ao longo de 2013 foram vividos, primeiro na Catedral de São João Batista, com o musical "Os Dois Traços”, reunindo a banda sinfônica e o grupo Vocalis, e depois, na sede da banda, onde foi entregue pelo presidente Francisco de Assis da Silva a comenda de "Embaixadora do Sesquicentenário” à jornalista friburguense Consuelo Dieguez, durante evento de lançamento de livro do poeta Irapuan Guimarães, promovido pelo Gama (Grupo de Arte Movimento e Ação).


Sete novos "Embaixadores"

Também na sexta, 20, antecedendo a apresentação do último concerto do ano, outras seis personalidades foram condecoradas com o título de sócio honorário no grau de Comenda: os irmãos Roberto Farias e Reginaldo Faria, respectivamente, cineasta e ator, ambos friburguenses, representados pelo irmão Rogério; o jornalista friburguense Giovanni Pinto de Faria (ex-diretor executivo do Sistema Globo de Rádio e atualmente professor de jornalismo da PUC-Rio); o diretor da Rádio Nova Friburgo AM, Leonardo Asth, o radialista Ernani Huguenin e o jornalista Dib Curi, que receberam a distinção das mãos dos presidentes Assis (Diretor) e José Nilson da Silva (Deliberativo).

Mas uma homenagem, ainda antecedendo ao musical, transformou-se em momento de grande emoção. Regente da banda sinfônica da GM Rio, a Guarda Municipal do Rio de Janeiro e maestro da Orquestra Tupy, Bruno Rodrigues veio especialmente para reger a primeira apresentação da peça de sua autoria, intitulada "Marcha Presidente Euterpista Assis da Silva", uma homenagem ao presidente que se despede do mandato este ano. A beleza da composição, aliada ao fator surpresa, deixou todos muito comovidos, diante da execução impecável da Euterpe.

Mas o musical foi a grande sensação da noite. Com dez composições de autoria do músico da própria Euterpe, Tiago Vidal, a agremiação levou à catedral um público que lotou a Igreja Matriz e, realmente, conferiu à SMBEF um fechamento de sua programação deste ano com chave de ouro. O maestro Nelson José da Silva Neto, completando seus 10 anos de regência à frente da banda, conseguiu resultado surpreendente do conjunto, justamente em função dos vários ensaios do grupo nos últimos meses.


Pratas da Casa: músicos talentosos e crias da Euterpe

Tradicional formadora de talentos musicais, tendo sua Escola de Música Samuel Antônio dos Santos, criada pelo maestro-fundador junto com a própria banda, como pioneiro curso profissionalizante do município, a Euterpe teve por mais um ano a felicidade de contabilizar excelente desempenho de seus jovens músicos. Além do musical, e de ter todas as suas composições de autoria de um músico da própria casa, outra boa nova para coroar o Ano Sesquicentenário foi a aprovação do trompetista Helder da Conceição em quinto lugar na classificação nacional para a banda dos Fuzileiros Navais na categoria de terceiro-sargento, após passar pelo curso de formação pelos próximo quatro meses.

Originário de tradicional família de músicos euterpistas, Helder realiza um sonho de infância ao iniciar carreira de músico militar. Ele lembra com detalhes quando tinha oito anos e assistiu um desfile dos Fuzileiros Navais. Ele não se conteve e perguntou a um dos músicos como deveria fazer para ingressar na corporação. Incentivado pelo pai, José Roberto, e ainda pelo tio Marco Antonio da Conceição, o Marquinho, professor e primeiro-clarinetista da Euterpe, Helder ingressou na banda há 14 anos. Primeiro foi o saxhorn, depois trompa, encantando-se mesmo pelo trompete.

Helder conta ainda que essa foi a quarta tentativa de ingresso nos Fuzileiros, tendo feito provas anteriores em 2009, 2010 e 2011 e que não vê chegar a hora para iniciar seu curso no CG-CFN na Ilha do Governador, no próximo dia 10 de janeiro.

Assim também neste quesito, a Euterpe encerra o ano confirmando a tradição de formação de músicos. Sua escola mantém anualmente, uma centena de jovens estudantes e a exemplo de Helder e Tiago, pode orgulhar-se de ter outros nomes integrados a organizações militares, a exemplo de Gustavo Lucas, em Natal (Rio Grande do Norte) e de Aurimar Bento Donato, maestro da banda sinfônica e Comandante do Grupamento de Músicos do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio, que em outubro último veio reger em conjunto com o maestro Nelson José, o "Concerto da Primavera", no Nova Friburgo Country Clube.


Emoções no reencontro

Mas na noite de sábado, a sede da Euterpe foi palco de mais momentos de emoção. Ao ser homenageada pela banda, com a entrega de sua Comenda pelo presidente Francisco de Assis da Silva, a jornalista friburguense Consuelo Dieguez protagonizou alguns momentos especiais, a começar pelo inesperado encontro com sua ex-professora, Ledir Porto. O abraço de ambas foi símbolo de um momento realmente especial.

Além disso, Consuelo ficou vivamente impressionada com a história da banda. Encantada com o prédio que acabara de conhecer, viu fotos antigas em exposição, contou que a banda faz parte de sua infância e quis conhecer detalhes da história. Acompanhada de sua mãe fez questão de fazer diversas fotos com a Comenda, pela qual se mostrou impressionada, principalmente ao saber que sua capa é a reprodução da partitura do Hino do Centenário de Nova Friburgo, cujo original foi doado à Euterpe, em junho passado, pela família do maestro Sérvio Lago (autor da letra).


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