Na noite da última sexta-feira, 17, vivi a oportunidade de um dos momentos mais significativos da minha vida. O que parecia uma simples brincadeira, em tom de desafio do maestro Nelsinho, acabou resultando num momento especial. De emoção, de envolvimento e de encantamento pessoal, de amigos, familiares e tantos outros simpatizantes.
Mais do que solar o “The Typeriter” — “Concerto para máquina de escrever” —, de Leroy Anderson, repetindo o que fizeram Jerry Lewis, em 1963, e mais recentemente, Jô Soares e Banda Sinfônica de São Paulo, pude protagonizar uma homenagem ao septuagenário impresso A Voz da Serra, mas também quis lembrar aqueles tantos amigos que nas minhas últimas três décadas de “tecladas” passaram pela minha vida e de alguma forma a impregnaram com a sua magia. Conheci boa parte destes personagens, e com eles convivi exatamente no fértil território do jornal. Entre as semanas de ensaios e, sobretudo após a bonita e concorrida festa, fui lembrando antigos e novos companheiros que já se foram deste plano, a partir sobretudo do diretor Laercio Rangel Ventura, cujo falecimento em 2013 coincidiu exatamente com o aniversário (então 16 anos) de minha primogênita, Ilana, e ainda exatamente às vésperas dos 150 anos da própria Euterpe. Além dele, não poderia deixar de lembrar o amigo-irmão, editor de AVS, falecido em dezembro de 1992. Advogado que quase não militou, optando pelas tribunas do jornalismo, Reginaldo Miranda, o nosso Régis, completaria também seus 70 anos em 20 de maio próximo. Fiz uma lista, mas nem cheguei a ler naquela noite, pois já ultrapassava os 20 nomes, que guardei em minhas memórias e orações, e agora compartilho com todos. Embora tenham nomes que não passaram diretamente pela redação de AVS, foram colegas com quem compartilhei, ao longo de três décadas, das agruras, mas também das satisfações deste ofício. A atriz Aimée Madureira representou o pai, Sergio Madureira, meu amigo-irmão, parceiro de tantas ações e com quem cheguei a dividir a coluna “Ame Nova Friburgo”, publicada no jornal a partir de agosto de 2004, com a qual o sempre disposto Lelé emprestava assim o seu entusiasmado apoio a iniciativa, que virou um movimento de autoestima da cidade. E Sarah Calixto também estava representando o meu jovem amigo Gabriel Calixto, que partiu prematuramente em maio de 2011, nos deixando como legado a luta pelos pacientes renais, através do instituto que a família e amigos criaram com o seu nome. A cada um dos que lembrei (na lista que segue, mas podem ter outros ainda) elevo minhas orações e preces em suas memórias: Girlam Miranda, Edson Magalhães, João Curty, Paulo Santos, Yedda Pereira dos Santos, o locutor Paulo Carvalho, Lourdes Gonçalves, o fotógrafo Jefferson Pinheiro; Elizete da Conceição Moraes e Silva, Tacir Dutra (pioneiro do primeiro jornal de Olaria), Fernando Reis, Osmar Jardim, o diagramador Sandro (falecido em Nova Iorque), o gráfico Joel (da época ainda da linotipia), Alcyr Franco, José Isaias Durão (ex-presidente da AFI), o diagramador Luiz Fernando Rodrigues, o Didico; Neir Mello e a decana Noêmia da Rocha Ribeiro, a pioneira mulher da imprensa friburguense, quem tive o privilégio de conhecer, alguns anos antes de sua partida; Coracy Martins; dona Coraci Flores, a dócil Dona Cora, de falar macio; Humberto Paiva, João Paulo Tavares (irmão das trovadoras Dirce Montechiari e Terezinha Tavares), Antonio Lima (o folclórico Manga) e o “quase pai de todos” que trabalhavam com ele, Avelino José (ambos da sucursal de O Flu); o fotógrafo Tim, Augustinho (também compositor de sambas-enredo), enfim... tanta gente que partiu, mas deixou em mim um rastro de aprendizado e amizades, nesta grande escola que é a vida.
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