Euterpe e um ‘Concerto para máquina de escrever’ em homenagem ao jornal

Tradicional banda surpreende com solo de jornalista em homenagem aos 70 anos de A Voz da Serra
segunda-feira, 20 de abril de 2015
por Jornal A Voz da Serra
A banda Euterpe Friburguense reverenciou os 70 anos de A Voz da Serra, completados este mês, com uma apresentação especial no Country Clube. O jornalista e assessor da banda, Girlan Guilland, uniu-se aos músicos e roubou a cena ‘tocando’ uma máquina de escrever no ritmo da música (Gabriel Ventura e Nelson Alvarez)
A banda Euterpe Friburguense reverenciou os 70 anos de A Voz da Serra, completados este mês, com uma apresentação especial no Country Clube. O jornalista e assessor da banda, Girlan Guilland, uniu-se aos músicos e roubou a cena ‘tocando’ uma máquina de escrever no ritmo da música (Gabriel Ventura e Nelson Alvarez)
O teatro Barão de Nova Friburgo (primeiro presidente da história da Banda Euterte) foi palco na noite da última sexta-feira, 17, de mais um concerto da sesquicentenária agremiação friburguense, sob regência do maestro Nelson José da Silva Neto. A apresentação, com um repertório de 11 composições, constando de “Homenagem a Villa-Lobos” e ainda o tradicional “Parabéns pra você”, empolgou o público na apresentação da sétima peça, “The Typeriter”, de Leroy Anderson, na qual o jornalista Girlan Guilland, assessor de imprensa da Euterpe, acompanhou o movimento rítmico da orquestra tocando uma máquina de escrever Torpedo de mais de 80 anos, gentilmente cedida por Paulo Jordão Bastos.

De jornalista a musicista, solista... humorista, todos nós temos um pouco
Além de surpreender a plateia com uma performance teatral, ao interromper o maestro na execução de “Sinatra In Concert”, o solista da noite adentrou o palco e convidou a todos, público, músicos e maestro a ajudarem a compor um texto em homenagem ao jornal. Três minutos e meio depois, a música concluída e o texto lido pelo solista, depois consultando a jornalista Dalva Ventura se ela aprovara o conteúdo.

A mensagem foi entregue ao vice-diretor Gabriel Braga, chamado ao palco juntamente com a diretora Adriana Ventura, que receberam ainda um quadro com algumas das principais matérias sobre os 150 anos da banda, veiculadas nos últimos três anos. No texto, o assessor de comunicação da Euterpe mencionou o jornal e a banda como dois patrimônios de Nova Friburgo.

Homenagens póstumas (por Girlan Guilland)

Em março de 2013, aqui mesmo nas páginas desta A VOZ, escrevi, sob o título “Onde Deus coloca a gente”, um artigo em depoimento sobre a “missão divina” para a qual considerava ter sido convidado a contribuir com o sesquicentenário da Euterpe.

Tendo chegado a essa casa, em março daquele ano — embora já a conhecesse de “outros velhos carnavais” — para participar das reuniões comunitárias exatamente sobre os 150 anos, logo me veria envolvido no clima dos preparativos. Não demorou e o então presidente, Francisco de Assis da Silva, me convidou a participar dos festejos de forma mais efetiva.

Sempre interessado nos assuntos da cultura e da História, não pensei duas vezes. Dali a pouco estava mais do que envolvido e, hoje, três anos depois, olho o retrovisor e constato que muito fizemos, mas há um imenso potencial a ser trabalhado. Pela cultura, pela música. Nova Friburgo, rica em história, respira e tem com a música uma trajetória de grande cumplicidade. O mais prazeroso, entretanto, é constatar que vale a pena estar integrado ao que passei a entender melhor como sendo a “Família Euterpista”!
Na noite da última sexta-feira, 17, vivi a oportunidade de um dos momentos mais significativos da minha vida. O que parecia uma simples brincadeira, em tom de desafio do maestro Nelsinho, acabou resultando num momento especial. De emoção, de envolvimento e de encantamento pessoal, de amigos, familiares e tantos outros simpatizantes.
Mais do que solar o “The Typeriter” — “Concerto para máquina de escrever” —, de Leroy Anderson, repetindo o que fizeram Jerry Lewis, em 1963, e mais recentemente, Jô Soares e Banda Sinfônica de São Paulo, pude protagonizar uma homenagem ao septuagenário impresso A Voz da Serra, mas também quis lembrar aqueles tantos amigos que nas minhas últimas três décadas de “tecladas” passaram pela minha vida e de alguma forma a impregnaram com a sua magia. Conheci boa parte destes personagens, e com eles convivi exatamente no fértil território do jornal.

Entre as semanas de ensaios e, sobretudo após a bonita e concorrida festa, fui lembrando antigos e novos companheiros que já se foram deste plano, a partir sobretudo do diretor Laercio Rangel Ventura, cujo falecimento em 2013 coincidiu exatamente com o aniversário (então 16 anos) de minha primogênita, Ilana, e ainda exatamente às vésperas dos 150 anos da própria Euterpe.

Além dele, não poderia deixar de lembrar o amigo-irmão, editor de AVS, falecido em dezembro de 1992. Advogado que quase não militou, optando pelas tribunas do jornalismo,

Reginaldo Miranda, o nosso Régis, completaria também seus 70 anos em 20 de maio próximo. Fiz uma lista, mas nem cheguei a ler naquela noite, pois já ultrapassava os 20 nomes, que guardei em minhas memórias e orações, e agora compartilho com todos. Embora tenham nomes que não passaram diretamente pela redação de AVS, foram colegas com quem compartilhei, ao longo de três décadas, das agruras, mas também das satisfações deste ofício.

A atriz Aimée Madureira representou o pai, Sergio Madureira, meu amigo-irmão, parceiro de tantas ações e com quem cheguei a dividir a coluna “Ame Nova Friburgo”, publicada no jornal a partir de agosto de 2004, com a qual o sempre disposto Lelé emprestava assim o seu entusiasmado apoio a iniciativa, que virou um movimento de autoestima da cidade. E Sarah Calixto também estava representando o meu jovem amigo Gabriel Calixto, que partiu prematuramente em maio de 2011, nos deixando como legado a luta pelos pacientes renais, através do instituto que a família e amigos criaram com o seu nome.

A cada um dos que lembrei (na lista que segue, mas podem ter outros ainda) elevo minhas orações e preces em suas memórias: Girlam Miranda, Edson Magalhães, João Curty, Paulo Santos, Yedda Pereira dos Santos, o locutor Paulo Carvalho, Lourdes Gonçalves, o fotógrafo Jefferson Pinheiro; Elizete da Conceição Moraes e Silva, Tacir Dutra (pioneiro do primeiro jornal de Olaria), Fernando Reis, Osmar Jardim, o diagramador Sandro (falecido em Nova Iorque), o gráfico Joel (da época ainda da linotipia), Alcyr Franco, José Isaias Durão (ex-presidente da AFI), o diagramador Luiz Fernando Rodrigues, o Didico; Neir Mello e a decana Noêmia da Rocha Ribeiro, a pioneira mulher da imprensa friburguense, quem tive o privilégio de conhecer, alguns anos antes de sua partida; Coracy Martins; dona Coraci Flores, a dócil Dona Cora, de falar macio; Humberto Paiva, João Paulo Tavares (irmão das trovadoras Dirce Montechiari e Terezinha Tavares), Antonio Lima (o folclórico Manga) e o “quase pai de todos” que trabalhavam com ele, Avelino José (ambos da sucursal de O Flu); o fotógrafo Tim, Augustinho (também compositor de sambas-enredo), enfim... tanta gente que partiu, mas deixou em mim um rastro de aprendizado e amizades, nesta grande escola que é a vida.

  • O jornalista Girlan Guilland foi o destaque da apresentação ao acompanhar o movimento rítmico da banda tocando uma máquina de escrever, sua grande companheira na carreira de repórter (Gabriel Ventura e Nelson Alvarez)

    O jornalista Girlan Guilland foi o destaque da apresentação ao acompanhar o movimento rítmico da banda tocando uma máquina de escrever, sua grande companheira na carreira de repórter (Gabriel Ventura e Nelson Alvarez)

  • O jornalista Girlan Guilland foi o destaque da apresentação ao acompanhar o movimento rítmico da banda tocando uma máquina de escrever, sua grande companheira na carreira de repórter (Gabriel Ventura e Nelson Alvarez)

    O jornalista Girlan Guilland foi o destaque da apresentação ao acompanhar o movimento rítmico da banda tocando uma máquina de escrever, sua grande companheira na carreira de repórter (Gabriel Ventura e Nelson Alvarez)

  • Adriana Ventura, diretora do jornal, enalteceu a parceria da banda com A VOZ DA SERRA, observada pelo presidente do conselho deliberativo da banda, Jorge Carvalho, o vice-diretor do jornal, Gabriel Ventura, e o jornalista Girlan Guilland (Gabriel Ventura e Nelson Alvarez)

    Adriana Ventura, diretora do jornal, enalteceu a parceria da banda com A VOZ DA SERRA, observada pelo presidente do conselho deliberativo da banda, Jorge Carvalho, o vice-diretor do jornal, Gabriel Ventura, e o jornalista Girlan Guilland (Gabriel Ventura e Nelson Alvarez)

  • O presidente da banda, Francisco de Assis, homenageou o jornal com um quadro de reportagens sobre a Euterpe (Gabriel Ventura e Nelson Alvarez)

    O presidente da banda, Francisco de Assis, homenageou o jornal com um quadro de reportagens sobre a Euterpe (Gabriel Ventura e Nelson Alvarez)

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