Juliana Scarini
A ideia surgiu por acaso e hoje já reúne cerca de 4 mil membros que resgatam e relembram a história de Cordeiro. “Eu tinha fotos antigas da cidade, algumas que ninguém conhecia e resolvi criar um grupo no Facebook para publicar essas fotos”, contou Tadeu Ornelas de Souza, conhecido como Tadeu Santinho. O objetivo da página na internet é resgatar pessoas, fatos, fotos e histórias de gerações passadas, além de pessoas que já moraram em Cordeiro e não moram mais, amigos que estudaram juntos, entre outros.
Em apenas dois meses, o sucesso do “Eu sou Cordeirense” é tão grande que os membros do grupo já pensam em organizar a 1ª Festa do Reencontro no dia 17 de novembro. A princípio, uma grande confraternização será realizada no Parque de Exposições e, em seguida, um baile no Clube Social Cordeirense com apresentações de bandas locais e várias atrações. Para isso, os integrantes estão à procura de patrocínio.
Júlio Carvalho é friburguense e morou durante 26 anos em Cordeiro. Ele conta que o grupo é muito importante para o resgate da história da cidade, das tradições e das famílias. Fotos de 1912 e de pessoas e lugares conhecidos na cidade fazem o maior sucesso na comunidade.
Jorge Plácido Ornelas, cordeirense, publicou no grupo a foto da visita de Garrincha depois da Copa do Mundo de 1962 e fez com que as novas gerações tomassem conhecimento de um fato marcante e importante para os que viveram aquela época. A visita do time do Fluminense na cidade também está registrada. Sobre as histórias mais comentadas e acessadas, Júlio Carvalho explica que não existe história mais importante que outra. “Os membros postam fotos de pessoas como forma de homenagem”, revela Júlio, lembrando que a foto da parteira Dona Irene Vidal foi publicada por sua neta e rendeu muitos comentários de quem a conheceu, revelando a importância dessa senhora na história de Cordeiro.
Outro membro postou fotos de rótulo de vinho da fábrica de bebidas São Geraldo localizada, em 1930, na linha de Cantagalo. Documentos referentes à construção e despesas com a Capela de Santa Antônio também já fazem parte do “acervo” do grupo. Entre histórias e lembranças, os amigos vão se reencontrando e trazendo à tona o passado da cidade que, hoje, possui mais de 25 mil habitantes.
“Eu acesso o grupo todos os dias e já criei vários álbuns com fotos de paisagens, esportes, coisas antigas, tem de tudo”, explicou Tadeu Santinho. Já Júlio Carvalho ressaltou que o grande diferencial do “Eu sou Cordeirense” é que não existe classe social, são empresários, classe média, pessoas humildes, todos reunidos para debater, reencontrar amigos e relembrar a história da cidade. “O grupo se tornou um instrumento de informação”, esclareceu.
“É muito importante frisar que o grupo não é político. Não tem propaganda comercial, política ou pessoal. As pessoas que tentaram fazer isso, eu exclui a postagem”, esclareceu Tadeu Santinho. “Tem muita gente de fora da cidade que está no grupo, até pessoas nascidas em Cordeiro e que moram em outros estados”, informou Santinho, contando que todo mundo contribuiu com uma foto ou história diferente.
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