Vive-se um dos momentos mais desafiadores desse começo do Terceiro Milênio. Com a globalização, o avanço tecnológico onde tudo se movimenta pelo impulso da fibra ótica, parece que os valores humanos se relativizaram. A ética, como na essência, é o conjunto dos princípios de valores que devem ser observados no exercício profissional. Entretanto, ela se desconfigurou, perdeu a referência, se relativou e tende a desaparecer do relacionamento humano. Via de consequência, vale quase tudo, especialmente no campo do exercício político representativo, daí haver necessidade de releitura, de uma nova visão, sem parada nos estereótipos modeladores do comportamento humano observados e presentes no momento atual.
A ética passou a ser vista mais como uma simples filosofia, de forma míope e distante do conjunto de princípios morais, especialmente quando se associa a visão política. É certo que no relacionamento humano as ações passam pelo interesse político. De certo modo é imperativo que, diante da nova ótica social, o interesse político seja modelador das ações, porém, não se pode distanciar da ética.
O cidadão não pode ser ativo, participativo, agente de transformação, sem os meandros políticos. Claro que a esfera política não pode ser condutora dos interesses de grupos, de partidos, de agremiações, de indivíduos e de classes. O ato de cidadania passa pelo crivo da ética; aí deixa-se a via de estigmatismo dos interesses, da política individual e atua-se na visão do interesse social.
A Ordem dos Advogados do Brasil tem sido guardiã dessa visão, principalmente na vanguarda dos princípios basilares da justiça. Em que pese os avanços da nova tecnologia, da comunicação veloz, não se pode relativisar os valores éticos e de cidadania. O triênio 2010/2012 é desafiador, impõe uma nova visão, uma retomada do verdadeiro caminho ético e cidadão, mediante a ações práticas dos Direitos Humanos, sem o que não se vive o Estado Democrático de Direito. Os problemas que se vive hoje têm solução, a partir de uma visão direta dos princípios éticos, morais e sociais, pautados na cidadania, nos valores ainda preservados no ser humano, ávido por verdadeira democracia.
Este momento é dos que têm ideais, é dos que propagam o conhecimento, é dos que não recuam ante a responsabilidade e não fogem dos deveres. Esta é a meta da Chapa 555 – Prerrogativas / Cidadania (Rodrigo Guimarães/ Daniella Lugon, a qual integro).
Dr. Sinval P. de Souza - advogado
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