Etapa regional do programa Rio Rural é lançada em Nova Friburgo

segunda-feira, 23 de março de 2009
por Jornal A Voz da Serra

O programa Rio Rural, que também contempla a agricultura na Região Serrana, foi lançado em Nova Friburgo na quinta-feira, 20, na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) com grande participação de autoridades estaduais, municipais e produtores rurais de Nova Friburgo e região. No evento foi anunciado que, de um total de mais de R$ 200 milhões em recursos, R$ 43 milhões serão aplicados na Região Serrana nos próximos cinco anos. A mesa dos trabalhos foi composta pelo subsecretário estadual de Agricultura, Alberto Mofat; o prefeito Heródoto Bento de Mello, que representou os demais prefeitos presentes; o deputado estadual Rogério Cabral e Justino Antônio da Silva, presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). O secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, tinha reunião agendada com o governador Sérgio Cabral e compareceu mais tarde, no encerramento do evento.

O desenvolvimento sustentável do setor agropecuário é a ênfase do programa, conforme enfatizou Afonso Albuquerque, supervisor local da Emater. Segundo ele, tanto nos setores econômico, ambiental e sociocultural há grandes linhas de investimento para infraestrutura rural, produção sustentável, desenvolvimento territorial e estudos.

Ele destacou também que na produção sustentável são várias as tecnologias limpas a serem implantadas nas áreas de agregação de valor da produção, adequação ambiental da propriedade e manejo de irrigação. Na área de desenvolvimento territorial é o apoio às cadeias produtivas que deverá ser incrementado. No caso de Nova Friburgo, a floricultura, olericultura e fruticultura são as atividades mais fortes. Os estudos atuais visam ao ordenamento do território rural e aos corredores de biodiversidade, entre outros investimentos.

Ainda de acordo com Afonso, o projeto terá três fases: sensibilização, planejamento e execução. Em Nova Friburgo o programa está na fase de sensibilização das comunidades e das prefeituras. O passo seguinte será a eleição dos seus representantes, que se comprometerão a adotar determinadas tecnologias à medida que receberem recursos do governo não reembolsáveis. Cada produtor terá direito a receber R$ 8,6 mil e cada microbacia R$ 780 mil. Esses planos individuais de desenvolvimento de cada propriedade serão somados e agregados com as demandas comunitárias, a fim de formar-se o plano executivo das microbacias e, a partir daí, passar-se à execução. Todo esse trabalho será feito através da Emater, em parceira com as prefeituras e a Secretaria de Estado de Agricultura.

Atuação em favor dos produtores da região

Os recursos previstos para a agricultura da Região Serrana foram conseguidos através do deputado estadual Rogério Cabral, que também é produtor rural na região. O programa contemplava inicialmente apenas as regiões Norte e Noroeste do estado, porém, depois de muita discussão e cobranças do deputado, as áreas produtivas da Região Serrana também foram contempladas. Quatro microbacias de cada município foram inscritas e receberão os recursos, aprovados pela Assembleia Legislativa. As microbacias de Nova Friburgo beneficiadas são as de São Lourenço, Janela das Andorinhas, Macaé de Cima e Rio Grande, embora ainda esteja prevista uma votação no Conselho Rural.

Para Rogério Cabral, os benefícios serão sentidos em todas as áreas, como saúde, educação, estradas, transporte, esporte, meio ambiente, entre outras, além de implementar maior e melhor produção agrícola e melhores condições de vida para os produtores. “Isto tudo faz parte de um projeto no qual a gente vem trabalhando, que é o desenvolvimento agrícola e rural, apoio ao homem do campo, ao produtor rural, enfim, é o que eu sempre digo: nós só vamos ter uma capital forte a partir do momento em que nosso interior e nossa agricultura forem fortes”, defendeu.

Toda a Região Serrana contemplada

Alberto Mofat mostrou-se empolgado com o programa Rio Rural. Ele abordou todo o seu organograma, que tem como base o planejamento das microbacias hidrográficas. Os recursos previstos destinam-se a infraestrutura, estradas vicinais, saneamento, conservação de nascentes, recuperação de áreas degradadas, entre outras ações, sempre tendo como ponto de planejamento e organização as microbacias hidrográficas.

O programa foi iniciado nas regiões mais carentes – Noroeste e Norte – e posteriormente foi estendido para 59 municípios do estado e, entre estes, toda a Região Serrana, justamente por ter uma grande agricultura familiar e muita gente nas comunidades rurais. De acordo com Mofat, o objetivo é produzir com sustentabilidade. Aliás, este é o viés do programa, que prima pela questão da educação ambiental e o aumento da produtividade e da renda do produtor, com sustentabilidade, para que as gerações próximas também possam produzir da mesma forma.

“Nós temos que ter equilíbrio. Houve uma migração das pessoas da zona rural para a urbana. Isto é natural, mas precisamos ter a produção do meio rural de forma que atenda a necessidade de alimentação de todos nós, que moramos na zona urbana, mas que se faça isto preservando o ambiente, que é de todos. Porque senão daqui a pouco nenhum de nós terá mais ambiente para nos suster”, finalizou Mofat.

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