Um pedaço da Suíça moderna chegou a Nova Friburgo. A cidade está recebendo 11 alunos suíços do curso de cinema École Cantonale D’Art de Lausanne (ECAL), de Lausanne, capital do Cantão de Vaud. A visita é uma iniciativa do governo do Cantão para celebrar o nosso bicentenário e, até o momento, não tem ligação com a programação oficial do governo local.
A estada do grupo está prevista para durar duas semanas, com o propósito de encontrar histórias e personagens genuinamente friburguenses, para produzir curtas-metragens de até cinco minutos. Os curtas serão exibidos no Festival International de Films de Fribourg, em março de 2018, um dos principais da Suíça.
O cineasta e diretor da ECAL, Lionel Baier, em visita à sede de A VOZ DA SERRA, acompanhando de alunos, bateu um papo com a equipe do jornal. Ele explicou que a ideia inicial do grupo é realizar 11 filmes com equipamentos portáteis, próprios, mas estão encontrando dificuldades para conseguir parceiros friburguenses, o que pode reduzir a quantidade de produções.
A Associação Nova Friburgo-Fribourg, comandada pelo empresário Geraldo Thurler, não tem medido esforços para ajudar. Apesar da dificuldade inicial, o grupo está animado e, para nossa satisfação, encontraram no nosso jornal uma rica fonte de pesquisa, e sugestão de personagens.
Os alunos contam com patrocínio do governo de Vaud, apoio do governo do Cantão de Fribourg, além de apoio financeiro e logístico do Consulado Geral da Suíça, no Rio de Janeiro. Nessa estadia, os jovens suíços aproveitam para conhecer nossos hábitos, história e cultura. Revelaram que estão encantados com a cidade, demonstrando surpresa com a valorização que os friburguenses dedicam às raízes suíças e seus antepassados.
Aproveitaram a oportunidade para contar que o próximo presidente da Suíça, em 2018, será Alain Berset, político nascido no Cantão de Fribourg, pianista, que esteve em Nova Friburgo há 20 anos. Na época, ele era um jovem mochileiro de 22 anos, que aprendeu a falar português e trabalhou na unidade local da Aliança Francesa.
Recepção calorosa
“A Suíça é um país pequeno na imensidão europeia. Por isso, é muito gratificante encontrar inúmeras pessoas que não se esquecem das terras do símbolo da cruz branca sobre fundo vermelho de nossa bandeira”, comentou Baier, destacando a receptividade calorosa de nosso povo.
Integram o grupo os seguintes alunos: Alan Dupasquier, Agnese Laposi, Korlei Rochat, Hans-Moëvi Louis, Lou Rambert Preiss, Lorraine Perriard, Maxime Beaud, Benjamin Bucher, Juliette Menthonnex, Colombe Rubini, Léonard Sinclair e a professora-cineasta Marie-Eve Hildbrand, realizadora do workshop do projeto na ECAL.
Também participaram do encontro: Monika Füger, coordenadora de Assuntos Culturais do Consulado Geral da Suíça, no Rio de Janeiro; Maria Fernanda Macedo, coordenadora de Comunicação do Comitê dos 200 anos de Nova Friburgo; e a historiadora Vanessa Cristina Melnixenco, da Fundação Dom João VI, que facilitou a troca de informações durante o encontro, fazendo tradução simultânea do francês para o português.
Nota importante: Um dos integrantes do grupo, Maxime Beaud, busca descendente de sua família de sobrenome Beaud (pronuncia-se Bó). Segundo ele, este possível parente teria vindo com os primeiros suíços, há 200 anos. Quem tiver qualquer informação deve entrar em contato pelo e-mail <jornal@avozdaserra.com.br>, para ajudar a realizar esse reencontro.
O aluno em questão escreveu a seguinte nota, em francês, para ajudar no processo: “Un étudiant en cinema de Fribourg, en Suisse, recherche des membres de sa famille à Nova Friburgo. Si vous êtes un descendant de la famille Beaud, arrivé au Brésil dans les années 1820, ou si vous êtes originaires de Albeuve, merci de contacter le journal A Voz da Serra”. (“Estudante de cinema de Fribourg, Suíça, procura por membros de sua família em Nova Friburgo. Se você é descendente da família Beaud, que chegou ao Brasil nos anos de 1820, ou se você tem origens em Albeuve, obrigado por contatar o jornal A Voz da Serra”. (Maxime Beaud)
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