Conhecer a Nasa uma vez deve ser muito legal. Imagine voltar, um ano depois, para fazer um curso com quase tudo pago pelo programa educacional da Agência Espacial Norte Americana? A estudante a Mylena Peixoto, de 17 anos, não vê a hora de outubro chegar para viver a experiência que pode ajudá-la a estar ainda mais perto do sonho de estudar ciência aeroespacial. Ela busca agora ajuda para pagar a passagem de ida e volta.
Mylena está morando em Nova Friburgo desde fevereiro, quando ganhou uma bolsa estudos integral do Colégio CPM para se preparar para o concorrido vestibular do ITA, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, uma das mais importantes escolas de engenharia do país. Com poucos recursos, ela deixou a família em Campos dos Goytacazes, no Norte fluminense, e foi acolhida pelas irmãs dorotéias, com quem mora no Colégio Nossa Senhora das Dores.
“Muita gente tem me ajudado, e eu tenho me agarrado a essas oportunidades para realizar meu sonho. Não sei como poderei recompensar o apoio de todas as pessoas que estão me ajudando”, disse a jovem, que estudou a vida inteira em escola pública.
Em setembro do ano passado, ela foi convidada para ir à Nasa, pela primeira vez, depois de compor a equipe que descobriu cinco asteroides orbitando entre Marte e Júpiter ao participar, em 2015, do projeto Caça aos Asteroides, do programa International Astronomical Search Collaboration (Iasc), dos Estados Unidos, coordenado pelo Clube de Astronomia de Campos. A iniciativa reúne estudantes do mundo inteiro.
Quando chegou lá, Mylena conheceu, junto com a comitiva brasileira, o Centro Espacial Johnson, em Houston, no Texas, almoçou com astronautas e participou de um jantar na casa do gerente da Nasa. “Eu fiquei impressionada com a simplicidade deles”, disse. Em Washington, capital dos Estados Unidos, ela conheceu museus de ciências e fez um curso de sinais radiotelescópios no estado americano da Virgínia. Ela era a estudante mais jovem da turma.
“A experiência mudou meus planos para o futuro”, comentou a jovem.
À época estudante do terceiro ano do ensino médio na Escola Técnica Estadual João Barcelos Martins, da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), em Campos, Mylena fez uma “vaquinha” online para arrecadar recursos para a passagem. Contou que, além do Rotary Club Internacional, que doou a maior parte dos recursos para a viagem, ela vendeu rifas e criou a página “Mylena na Nasa”, no Facebook, onde compartilhou a experiência no exterior.
“Voltei de lá com um misto de emoções, sonhando cada vez mais alto e feliz, com sentimento de que não só eu tinha conseguido, mas todo mundo que me ajudou. Foi a realização de um sonho coletivo. Recebo mensagens de pessoas pela internet, do Brasil e do mundo, que me motivam a continuar, da minha família que me apoia muito. Eu sempre gostei de ciência, mas eu não tinha noção do quanto ela ia mudar minha vida”, declarou a estudante.
Antes de vir para Friburgo, a jovem foi aprovada no vestibular para Ciências da Natureza, no Instituto Federal Fluminense (IFF) e em geografia, na Universidade Federal Fluminense (UFF), mas não pôde cursar porque não tinha concluído o ensino médio na ocasião. Ela não se importa mais com isso. A jovem de família simples está focada agora em cursar engenharia aeroespacial no ITA. Ou, quem sabe, em universidade americana, por que não?
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