Estrangeiros em Nova Friburgo - Duas pátrias: para quem torcer? - 07/06/2014

O atleta sul-coreano Jong-Soo Jeong chegou ao Friburguense em 2009, junto com um grupo de conterrâneos em período de intercâmbio no clube. Seu futebol agradou ao Tricolor da Serra e o volante começa a ganhar mais espaço depois de cinco anos atuando na equipe. "João”, como é carinhosamente chamado pelos companheiros, está no time de juniores e já assinou seu primeiro contrato de profissionais aos 20 anos de idade.

"Não demorei a me adaptar, até porque os dois coreanos que estavam aqui ajudaram com a comunicação”, conta, ainda com alguma dificuldade para se expressar.

Apesar do carinho por Nova Friburgo e pelo Brasil de um modo geral — o atleta viajou bastante e conheceu outras cidades do país —, Jeong não esconde a torcida pela sua pátria em um possível confronto contra o Brasil na Copa do Mundo.

A Coreia do Sul está no grupo H, ao lado de Bélgica, Rússia e Argélia, e não está entre as favoritas da chave. O time passou por uma grande reformulação e a principal referência, o meia Ji-Sung Park, ex-atleta do Manchester United, anunciou a aposentadoria antes do mundial. 

"Eu torço pela Coreia, pois nasci lá. Mas eu gosto do Brasil, criei um carinho especial pelo país, que me recebeu muito bem. Não acho que a seleção do meu país vá muito longe, até porque eu conheço poucos jogadores do time”, afirma.

Assim como todo jogador profissional, Jeong sonha vestir a camisa da Seleção. Coreana, é claro. "Eu escolheria a Coreia, logicamente.”

Acreditem, esta é a nona participação da Coreia do Sul nas Copas, sendo que desde 1986 o país asiático não fica de fora. O melhor resultado foi em 2006, quando o mundial teve duas sedes, Japão e a própria Coreia do Sul — que surpreendeu, conquistando um histórico 4º lugar, melhor resultado em Copas até hoje. Além disso, em 2012 ficou com a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos. No ranking da Fifa, ocupa a 57ª posição. 

A seleção da Coreia do Sul chega ao Brasil renovada, trazendo apenas cinco jogadores que estiveram na África do Sul, em 2010, e seis dos que estiveram nas Olimpíadas de Londres. Park Chu-Young, que joga pelo Watford, da Inglaterra, é o destaque. Ele é um dos nove jogadores da seleção coreana que atuam na Europa, o que para o técnico Hong Myung-Bo é essencial numa equipe jovem como a deste ano. 

Com a camisa do uniforme titular na cor vermelha, os jogadores da seleção coreana são chamados de "Diabos Vermelhos” pela apaixonada torcida, que cresce a cada dia. Outros apelidos deles são "Tigres Asiáticos” e "Guerreiros Taeguk”.

Considerado um dos destaques do time, Park Chu-Youg tem uma carreira conturbada, não só em seu país, como por onde passa. Comprado pelo inglês Arsenal, em 2011, jogou apenas sete minutos pela Premier League, sendo emprestado ao Watford, da segunda divisão inglesa. A esperança é que o atacante, aos 28 anos, tenha uma ótima atuação no Brasil para voltar a ter a admiração do povo coreano e do mundo do futebol em geral.