Estrada velha do Amparo fica mais de 12 horas sem energia

sexta-feira, 05 de março de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Na última quinta-feira, 25 de fevereiro, por volta das 19h, um pique de luz deixou a comunidade da estrada velha do Amparo, entre Tiradentes e Loteamento Toledo, sem energia elétrica. Pelo telefone 0800 da concessionária um morador da localidade de Refúgio das Pedreiras avisou que estava sem luz, recebendo como resposta que um funcionário seria enviado ao local para solucionar o problema.

Por volta das 22h, retornando a ligação, o morador teve nova resposta, de que ainda não havia sido localizado o problema, pedindo que aguardasse mais um pouco e que a concessionária teria quatro horas para dar uma solução, podendo, entretanto, ser resolvido a qualquer momento. Doze horas depois, ao retornar a ligação para a empresa, a resposta foi de que um bambuzal estaria dificultando o acesso à rede e que na sexta-feira, 26, os funcionários retornariam ao local para resolver o problema.

“E a prevenção? Sabendo que quando chove esse tipo de problema logo acontece, a concessionária deveria ter um veículo correndo de tempos em tempos a rede de algumas localidades para tirar galhos que possam ocasionar problemas em períodos de chuva. Acho também que a concessionária deveria ter mais acesso aos sites de clima para saber quando haverá chuva, pois resolveria os problemas de galhos em rede com antecedência”, questionou o morador.

Empresa faz manutenção e quer apoio do poder público e da comunidade

O gerente da Energisa Nova Friburgo, Amaury Damiance, informou que a causa da interrupção foi bambu na rede primária de distribuição de energia, localizado dentro de terreno de terceiros. O tempo de normalização está relacionado com a dificuldade de acesso ao ponto de defeito, pois, além de estar em terreno de terceiros, ocorreu no início da madrugada, e por ser necessário que as equipes de manutenção adentrassem um curso de água, um córrego, para corrigir o problema.

Quanto à prevenção indagada pelo morador, o gerente da Energisa diz que nesta época do ano mais de 70% das interrupções do fornecimento de energia estão relacionadas à arborização. Existe forma de prevenção, sim, e são realizadas. Há equipes de inspeção que percorrem toda a rede de distribuição e apontam onde é necessário este tipo de manutenção. Associadas a essas equipes há turmas de manutenção que executam as podas que são apontadas de forma prioritária, aquelas em que o risco é eminente. Tais escolhas acontecem pelo volume de arborização que existe em Nova Friburgo.

Ainda segundo Amaury Damiance, os órgãos ambientais, a Justiça e em muitos casos os próprios moradores impedem que as podas sejam executadas, o que não permite a eficácia das ações. Para o gerente, mais importante do que as manutenções são os investimentos que são feitos para melhor adequação da rede de energia à condição do município. A utilização de cabos protegidos minimiza este tipo de problema. A questão é que são investimentos pesados e, por esta razão, são priorizados, mas a tendência é de que a médio e longo prazos toda a rede de Nova Friburgo esteja nesta condição. Contudo, adverte Damiance, como no caso do morador reclamante, se o dono da árvore, que é o responsável civil e criminal por ela, não fizer a manutenção, podar de maneira que o contato direto com a rede de energia seja evitado, nada do que a Energisa fizer será suficiente.

Quanto ao acesso da empresa a sites de clima para resolver problemas com antecedência, Amaury Damiance cita que a Energisa tem este tipo de serviço contratado já há muito tempo. As informações são utilizadas de maneira complexa, não só para antecipar os possíveis problemas, mas também para o planejamento plurianual de investimentos.

O gerente da Energisa conclui afirmando que se não houver um entendimento por parte do poder público, para o caso de arborização em via pública, e donos de propriedades, para o caso de árvores em terrenos particulares, no sentido de atuarem de forma preventiva, oferecendo manutenções periódicas, para que as árvores se mantenham a uma distância segura da rede, nada do que a concessionária fizer será maximizado em seu resultado. “Portanto, o que parece relativamente simples, tem desdobramentos complexos e dependem de entendimento conjunto de toda a comunidade”.

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