Após longa espera desde que foram retiradas em fevereiro de 2013 dos jardins da Praça Dermeval Barbosa Moreira, as estátuas das Quatro Estações estão, enfim, totalmente restauradas. As peças em mármore de Carrara passaram por um completo trabalho de recuperação iniciado em setembro e foram entregues devidamente recuperadas à equipe da Fundação D. João VI – instituição que cuida do patrimônio histórico de Nova Friburgo e está localizada na Praça Getúlio Vargas 71, Centro.
Apesar de recuperadas, as peças não serão recolocadas na Praça Dermeval. É o que anuncia o presidente da Fundação D. João VI, Alexandre Meinhardt, em entrevista coletiva realizada na última quinta-feira, 10. Segundo ele, as quatro estátuas que representam o Verão, o Outono, o Inverno e a Primavera vão receber aplicações de cera e ficar abrigadas para garantir sua recuperação. Por serem consideradas um patrimônio público de alto valor, Alexandre destacou que as obras ficarão, a partir de agora, em uma sala da Fundação, onde será inaugurado o futuro Museu de Nova Friburgo. As obras de construção do novo espaço também incluem a reforma do Centro de Arte.
Para Meinhardt, as estátuas deixam de ser meras peças decorativas de jardins para se tornarem, de fato, um patrimônio histórico de Nova Friburgo. De acordo com o presidente da Fundação, está sendo estudada a possibilidade de serem feitas réplicas das quatro estátuas que ficarão no local de origem, na Praça Dermeval Barbosa Moreira.
Bastante deterioradas, imagens foram restauradas em 90 dias
O conjunto de estátuas foi entregue na última quarta-feira, 9, pelo restaurador George Sliachticas, de Maricá (que venceu a licitação para a restauração das peças), à gerente do Departamento Histórico e Cultural da Fundação D. João VI, Lilian Barretto, representando o presidente da fundação, Alexandre Meinhardt. Ela ressaltou o valor das peças que compõem “um acervo importante que conta um pouco da história de Nova Friburgo”.
Durante a entrega, o restaurador George Sliachticas explicou que a revitalização deu muito trabalho em razão de intervenções inadequadas realizadas anteriormente, principalmente os vergalhões colocados na altura do pescoço das estátuas, que deterioraram o mármore. O material foi substituído por pinos de aço inoxidável escamado. O restaurador também salientou que as estátuas deverão ser lavadas com sabão neutro e cera, pois o uso de material corrosivo, como cloro, também contribuiu para a degradação das peças, que estavam bastante amareladas.
Desde que foram retiradas há quase três anos, as estátuas permaneceram guardadas na sede da Fundação D. João VI até setembro passado, quando foram enviadas para a restauração, realizada em 90 dias no atelier do experiente restaurador, localizado em Maricá. O retorno das peças causou expectativa entre a equipe da Fundação D. João VI, que fez questão de registrar a abertura das grandes caixas de madeira que transportavam as estátuas. Quando a primeira foi retirada, a admiração foi grande e muitos aproveitaram para fotografar o momento histórico.
Vale lembrar que as peças são de autoria do artista francês Mathurin Moreau (1822-1912), que as produziu no fim do século 19. Encomendadas por Eduardo Guinle, ficavam na ilha central do jardim do Parque São Clemente, atual sede do Nova Friburgo Country Clube. As estátuas foram doadas à municipalidade pelo próprio Eduardo Guinle em homenagem ao centenário de Nova Friburgo, em 1918.
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