O BANCO DO BRASIL e a Caixa Econômica Federal estão aumentando juros e já superaram os bancos privados em algumas modalidades de crédito, segundo dados disponíveis no site do Banco Central. No caso do rotativo do cartão de crédito, empréstimo tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura, a Caixa (470,56%) e o Banco do Brasil (450,23% ao ano) têm juros mais caros do que o Bradesco (424,58% ao ano), mas são mais baixos que os do Santander (557,8% ao ano) e do Itaú Unibanco (631,86% ao ano).
“SE EU DISSER que está bom é mentira”. Esta frase está na boca dos brasileiros que avaliam 2016 e esperam para 2017 um ano de retração financeira, arrocho salarial e perspectiva de aumento do endividamento familiar. Ficou mais apertado o nó do endividamento. Dados do Banco Central mostram que os compromissos com cartões de crédito, cheque especial, empréstimos bancários, gastos com habitação e financiamentos rurais das pessoas físicas preocupam e tiram o sono dos cidadãos.
EMBORA grande, os economistas reconhecem que o nível de endividamento das famílias está dentro do razoável, se comparado ao de países como o Chile e os Estados Unidos, nos quais o nível de endividamento beira os 100%. A dívida do brasileiro passa de 20% do PIB (Produto Interno Bruto), a soma da riqueza produzida no país.
O CARTÃO de crédito continua como a principal fonte desse endividamento, utilizado por 63,1% das famílias analisadas, seguida pelo financiamento de carro (22,4%), carnês (15,6%) e financiamento de casa (15,1%). Além das dívidas, a população também convive com a alta dos alimentos, com a crise de energia e o perigo sempre presente da inflação. Na prática, a dona-de-casa, o trabalhador e o aposentado convivem com realidades similares das apresentadas pelo Palácio do Planalto.
A ARMADILHA do crédito fácil está pegando os consumidores, e os economistas temem agora a escalada do endividamento. Muita gente se deixa atrair pelas facilidades de acesso ao crédito e pelo alongamento das dívidas sem se atentar que os juros bancários no Brasil são muito altos. Quanto maior for o prazo, mais cara será a dívida.
O CENÁRIO não é muito animador. As elevadas taxas de juros e o fim das reduções de impostos oferecidas pelo governo federal estão afastando o consumidor das compras a prazo e sinalizam que o ano não promete facilidades. Poupar e pechinchar ainda são a melhor solução. Porém, falta dinheiro e os sinais de aumento da renda nacional ainda ficam por conta das estatísticas e não do que realmente se passa no seio da família brasileira.
A SOLUÇÃO no momento é pisar no freio do consumo e aguardar oportunidades que sejam vantajosas, e não simplesmente se encantar com as facilidades do crediário a longo prazo. A hora, mais que gastar, é de economizar, evitando-se os supérfluos e focando os hábitos de consumo apenas nos itens indispensáveis, esperando o momento oportuno para fazer novas compras. E novas dívidas.
Deixe o seu comentário