O VERÃO foi embora e deixou alguns indicativos que modificaram a cara do país em diversos aspectos. Crise energética, ajuste fiscal com aumentos generalizados, aumento da conta de luz, do transporte público e ainda o descontentamento com o governo federal, o pedido de impeachment da presidente Dilma, protesto nas ruas, panelaços, sem falar na continuidade da apuração dos escândalos na Petrobras. E ainda crise no política no Congresso Nacional. Foi uma estação verdadeiramente acalorada.
É ÓBVIO QUE, na grande manifestação do dia 15 de março, houve eleitores inconformados com os resultados das urnas. Mas há também muitos brasileiros descontentes com a corrupção, com o desgoverno e com a alta dos preços de produtos e tarifas públicas. Falta humildade à presidente para reconhecer que a deterioração da economia não pode ser atribuída apenas à crise internacional ou à seca, pois se deve em grande parte a equívocos cometidos em seu primeiro mandato.
POUCO MAIS de dois meses do segundo período de gestão foram suficientes para que a presidente contrariasse as linhas básicas de campanha. Ao contrário do que prometeu aos eleitores, a energia e o combustível estão mais caros, os juros se elevaram, a inflação foge do controle. Restou ao governo o recurso do ajuste fiscal, antes atribuído à oposição, que é necessário, mas impõe um custo a todos.
O QUE ESTÁ por trás dos protestos, portanto, não é o desejo de um terceiro turno eleitoral, mas decepção mesmo. O que a presidente da República precisa fazer é parar de se defender com subterfúgios e negociar com o Congresso e com a nação, de forma transparente, as medidas necessárias para assegurar estabilidade política e econômica.
DEVEMOS torcer que, com a chegada do outono, os ânimos serenem e o diálogo construtivo possa fazer parte da pauta de governabilidade do país, adequando-se ao clima ameno da nova estação.
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