No próximo domingo, 27, se comemora o dia de São Cosme e São Damião. A história destes dois santos começa no século III da era cristã, em Egeia, e é envolta em lendas e folclores. O que se sabe é que os irmãos, gêmeos, eram filhos de uma família que se converteu ao cristianismo quando os dois eram adolescentes e, mais tarde, já adultos, os dois foram torturados e mortos por não negarem a fé cristã. No Brasil, o culto aos santos começou em 1535, quando foi erguida a primeira igreja católica do país, em Igarassu-PE, que recebeu o nome deles. Mais tarde, como os escravos não podiam professar a própria crença, houve o sincretismo religioso da devoção trazida pelos portugueses com o culto aos orixás-meninos—os erês—da tradição africana yorubá.
Pela tradição, a forma de homenagear São Cosme e São Damião é distribuindo doces às crianças, seja para os católicos, os umbandistas ou aqueles que, de uma forma ou outra, devotam aos santos irmãos alguma graça alcançada. Embora a tradição tenha sua origem num costume pagão, a igreja católica a adotou como forma de incentivar a caridade entre os fiéis.
Catar doce: a tradição resiste
Apesar de não ter tanta força na cultura popular como já teve há algumas décadas, a corrida pelo “catar doce” ainda resiste. Entretanto, até para as tradições a crise econômica dá o ar de sua graça. Segundo o proprietário de uma distribuidora de doces—com lojas em Olaria e no centro da cidade—, este ano as empresas fornecedoras estabeleceram um limite para as encomendas. “Por exemplo: comprei 1.300 caixas de um doce ano passado; este ano, a empresa me liberou apenas 800. Isso para evitar os prejuízos e os encalhes”, diz, lembrando que apesar de poder aproveitar o estoque normalmente, há doces que são sazonais, mais específicos da época de São Cosme e que podem acabar mais rápido, já que o estoque este ano está reduzido. “É bom não deixar para comprar na última hora”. Outra medida adotada pelo comerciante foi aumentar o prazo para pagamento, passando a dividir em três vezes sem juros no cartão de crédito.
Deixe o seu comentário