Esses pequenos e adoráveis peludos com patinhas de veludo

Os mais temperamentais dos pets, gatos têm seu dia mundial neste sábado
domingo, 18 de fevereiro de 2018
por Ana Borges
Esses pequenos e adoráveis peludos com patinhas de veludo

São duas as principais características dos gatos: independência e forte personalidade. Ainda que os apaixonados por bichanos conheçam gatos carinhosos que não poupam mimos para seus donos, escondido atrás desse jeito de ser sempre há uma personalidade marcante, à qual nem sempre nos é permitido decifrar, penetrar em seus mistérios. De qualquer maneira, vale a pena conhecer uma ou outra coisa sobre esses peludos com patas de veludo.

Os gatos descendem dos felinos, mais precisamente do Felis catus, espécie que tem relação com os humanos há aproximadamente quatro mil anos. Os primeiros a domesticarem os gatos foram os egípcios, milhares de anos atrás. Eram, então, considerados mais do que animais de estimação: na verdade, como deuses.

O gato era um animal sagrado e adorado no antigo Egito, apreciado também pela sua natural elegância. Devido à grande quantidade de roedores na região, o gato apresentou ainda uma outra habilidade: a de caçador implacável. O que lhe conferiu ainda mais confiança e paparicos dos humanos.

Temperamentais e carinhosos: este é um dilema entre os amantes e não amantes dos gatos. Os gatos são animais com uma forte personalidade, chegando quase à arrogância, ou são animais doces e ternos? Eles são tudo isso, e muito mais.

Não é difícil encontrar um gato que ronrone ao redor de nós procurando carinho, pulando sobre nossa cama para nos dar bom dia, ou se esfregando em nossas pernas para que o acariciemos. Mas nem por isso abrem mão de sua preponderante personalidade. E doçura, chamego, exibicionismo, charme, sedução. Como sabem ser sedutores, quando nos encaram fixamente, ao mesmo tempo com aquele olhar de paisagem, e pacientemente esperam um sinal de nossa rendição... Então se aproximam e se aboletam sobre nós, aconchegantemente.

Qual dos fatores predomina? Vai depender muito do tipo de domesticação que o gato teve, de como foi educado, do tratamento que recebeu e, é claro - olha ela aí de novo - de sua própria personalidade.

Para ilustrar o modo como algumas de nossas convidadas convivem com seus amados bichanos, publicamos três depoimentos de “mães” de gatos.

Rosa Martire, jornalista, gateira há pouco tempo, mas apaixonada desde sempre. Mesmo sem saber.

“No dia 15 de outubro de 2013, minha vida começara a mudar e eu nem sabia disso. Foi quando Tico e Teca nasceram, únicos filhotes de uma gata que teve a sorte de ser resgatada ainda prenhe. Conheci os dois com pouco mais de um mês e os recebi em casa em 7 de janeiro de 2014. Foi uma das melhores decisões da minha vida: adotar dois gatos. Digo, como a maioria dos gateiros, que só não gosta de gatos quem nunca conviveu com um. São seres especiais, nada óbvios e muito inteligentes e independentes. Expressam amor demais e são extremamente carinhosos e, a seu modo, apegados. Possuem personalidades completamente diferentes: Tico é o glutão, preguiçoso, e Teca é a caçadora que está sempre por perto. Daria para escrever um livro sobre eles (quem sabe, um dia?), mas termino deixando registrado meu amor incondicional pelos meus filhos felinos, que vieram enriquecer minha vida como eu jamais imaginaria.”

Maria Lina Leite, fisioterapeuta, ganhou seu primeiro felino aos 13 anos de idade.

“Foi depois de muita insistência, pois meu pai achava que gatos não se apegavam aos donos. Desde então, minha família já teve vários gatos, inclusive viralatas. Todos adotados e vivendo até 15, 16 anos de idade. Hoje, meu pai também é apaixonado e, como médico, é um excelente veterinário, me ajudando a cuidar deles. Kotê (Maine Coon) e Magrela (Sphynx) são de raça, mas também foram adotadas. Foram presente de uma criadora especialista em melhorar a genética das raças e deixá-las mais fortes. É necessário saber de onde vêm os filhotes de raça, se os pais são bem cuidados e não são explorados. Infelizmente, tem muitos criadores que só se preocupam com dinheiro. Mas vale ressaltar que já tive viralatas, todos lindos, carinhosos e, ao contrário do que muitas pessoas ainda pensam, muito leais. Onde estou, a Kotê está. Se eu acordo, e mesmo que ela esteja dormindo, ela acorda e me segue. Fica do meu lado. Não desgruda. Quando vou dormir, ela vai na frente e simplesmente oblitera a escada. Preciso então dar carinho, mimar, falar com ela. Após o “procedimento”, ela sai da frente e me deixa passar. Cada gato tem um temperamento próprio. Não dá pra julgar todos pelo comportamento de um. Eu tive um gatinho que era extremamente especial. Dormia agarrado, adorava as visitas, deitava no colo delas, até mostrava a casa. Quando ele viu que o meu cachorro rosnava (brincando) para mim, ele não pensou duas vezes: veio de longe correndo e botou o cão para correr. Se eu for contar todas as histórias envolvendo gatos, é capaz de muitas pessoas não acreditarem. Só quem se dá oportunidade de conhecer de verdade um gato, sabe como eles são irresistíveis.”

Letícia Reitberger, jornalista, amante de bichos, todos. Adora macacos. Ainda garotinha, queria mesmo era ter um orangotango - dentro de casa! Numa noite chuvosa, em dezembro, ela resgatou da chuva, no meio da Praça Getúlio Vargas, um filhotinho que, ensopado, miava de medo e chorava de desamparo. Não hesitou. Pegou e levou para casa. O bichano cabia na palma da mão, magrelinho, pelagem escassa, olhos suplicantes, assustados. Depois dos primeiros cuidados, aquietou-se numa caixa de sapato improvisado, forrada com mantinhas. No dia seguinte, após visita ao veterinário, recuperou-se e, daí em diante, se transformou numa linda princesa. Isso foi há 16 ou 17 anos. Linda até hoje. Nem parece uma “vetusta senhora”. Vive saltitante pela casa.  

    “A Puppie foi meu primeiro bichinho. Era tão neném que a gente não sabia se era menina ou menino. No primeiro dia em casa, não conseguiu dormir até que eu a colocasse na cama comigo. Desde então, nunca mais saiu. Do colo, ela só gosta do da “avó” (e tem melhor nesse mundo?). Ela tem o pêlo mais macio que existe, um veludo. O nariz tem o desenho de coração, o mais lindo, e o olhar é o mais meigo, mais encantador. Ser mãe de gato é receber carinho quando a gente menos espera, é ver o olhar mais terno e amável de todos. É saber que a gente tem ao nosso lado o amor mais puro e sincero de todos. Ela é minha paixão.”

 

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