Vinicius Gastin
O quadro de Sócios Honorários, Beneméritos e Grandes Beneméritos do Friburguense Atlético Clube ganhou 12 novas personalidades na última sexta-feira, 22. Os títulos foram entregues em cerimônia realizada na sala de troféus do clube, que por um dia foi ocupada por alguns dos homens responsáveis por construir da história do Friburguense. Em meio aos quadros e conquistas que relembram a trajetória do tricolor da serra, novos nomes foram eternizados.
Wagner Faria exalta os homenageados
A solenidade teve início com o ritual de formação da mesa, composta pelo presidente do Conselho Deliberativo Marcelo Figueira, o vice Fabrício Stutz, o secretário Edmilson Debossan, os ex-presidentes Raul Marcos, Jones Cantos, Alexandre Ferreira, Carlos Alberto Nideck e o presidente do conselho diretor, Wagner Faria de Souza. Autor da indicação aprovada por unanimidade pelo conselho em 22 de fevereiro, Wagner destacou a importância de reconhecer quem muito já fez pelo Friburguense.
“É uma noite muito importante. Temos que reconhecer o trabalho prestado por esses homens aqui presentes. Todos fazem parte da nossa história e, sem eles, não seríamos o clube respeitado que hoje somos.”
O presidente dedicou parte do seu discurso para enaltecer dois dos maiores jogadores do clube, Cadão e Sergio Gomes, agraciados com o título de Sócio Honorário.
“Hoje em dia no futebol brasileiro e mundial é muito difícil encontrar jogadores que honrem e vistam a mesma camisa durante 15 anos com muita humildade e simplicidade. É um orgulho ver o Cadão e o Sergio Gomes vestindo a camisa do Friburguense.”
Após as formalidades e a execução do hino do Friburguense, teve início a entrega dos Títulos de Lauréis.
Sócios Honorários
Os primeiros a receberem as honrarias foram os indicados ao título de Sócio Honorário, entregue às pessoas que não fazem parte do quadro associativo, mas prestam relevantes serviços ao clube. Os primeiros a serem chamados foram dois dos maiores ídolos da torcida do Friburguense: Cadão e Sergio Gomes. Identificados com o tricolor da serra, defendem o clube e são titulares da equipe profissional há mais de 10 anos. O vice-presidente de futebol, Carlos Alberto Nideck, agradeceu a dedicação dos jogadores e o emocionado capitão Cadão falou em nome da dupla.
“É uma honra defender essas cores. Fazemos isso com muito orgulho e prazer. Gostaria de agradecer pela indicação e espero permanecer por muitos anos no Friburguense.”
O segundo homenageado foi o locutor esportivo Luiz Fernando Bonan. A relação do radialista com o Friburguense vai muito além do profissional e se confunde com a paixão de torcedor desde os tempos de criança.
“Só posso dizer o que o meu coração está sentindo: gratidão. Sou torcedor do Friburguense. Comecei a frequentar o clube com 11 anos de idade e me afastei quando cheguei à maioridade, pois meus pais não tinham condições de pagar um título só pra mim. Retornei mais tarde como torcedor do Fluminense nas arquibancadas e desenvolvi ainda mais essa paixão. Fundamos a Garra Friburguense e viajávamos por todos os cantos do estado. Foi quando recebi o convite para integrar a equipe esportiva da Nova Friburgo AM e sigo a carreira até hoje. Posso dizer que, depois do nascimento do meu filho Lucas, esse é o melhor presente que recebi em minha vida.”
Na sequência, o empresário Rogério Faria foi agraciado com o título. O gerente de futebol do Friburguense José Siqueira entregou o título a Helena Faria, que o representava, e agradeceu pelo apoio da Stam nos momentos de dificuldades do clube.
“Quando caímos, o Rogério e a Letícia, do marketing, entraram em contato comigo e disseram que gostariam de fazer parte do processo de recuperação do Friburguense. Só temos a agradecer o apoio da Stam em todos esses anos.”
Também homenageado, o Dr. Evandro Cruz realiza o importante trabalho de recuperação dos atletas do Friburguense. Seja em hospitais públicos ou particulares onde trabalha o médico não mede esforços para ajudar o tricolor da serra.
“Faço isso com muito prazer, porque realmente gosto. Sempre estarei à disposição do clube e ajudarei quando puder.”
Além deles, Rubens Lopes Filho foi agraciado com o título de Sócio Honorário, mas o presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro não compareceu ao evento e nem enviou um representante. A entrega da placa será feita pelo supervisor de futebol do Friburguense, Alexandre Vaz.
Sócios Beneméritos
Para ser um Sócio Benemérito do Friburguense é preciso ter no mínimo dez anos de vida associativa e serviços relevantes prestados ao Friburguense. Tales e Marcelo Cintra, Dielson e José Siqueira são exemplos de homens que dedicaram uma grande parcela de suas vidas ao clube e por isso receberam o título.
No caso de Tales e Marcelo Cintra, a paixão pelo azul, vermelho e branco foi uma herança. A família esteve presente na cerimônia e protagonizou um dos momentos mais emocionantes da noite. Após o discurso do pai Tales, sócio desde 1967, Marcelo falou sobre o reconhecimento e revelou o desejo de assumir a presidência do clube em breve.
“Não sei se eu merecia essa homenagem e agradeço muito por isso. Vou continuar contribuindo da maneira que eu puder e, quem sabe um dia, eu não estarei à frente do clube para contribuir mais um pouco?”
Um dos mais antigos sócios do Friburguense, Dielson Thiago de Azevedo, o Baiano, também recebeu o título de Benemérito. Dielson associou-se em 1964 e desde então participa ativamente, seja como torcedor, associado ou mesmo jogador.
Homenageado na sequência, um dos grandes nomes da história do Friburguense não faz gols e nem calça chuteiras. Há quem diga que a história do clube se divide em duas fases: antes e depois de sua gestão. Desde 1998 à frente do futebol, o gerente José Eduardo Siqueira abdicou de sua loja e de vários bens por amor ao clube.
“Quando eu assumi a presidência, nós tínhamos 18 pés de chuteiras diferentes para jogarmos. Não havia nem pares completos. Depois de muita tentativa, conseguimos convencer o Siqueirinha a trabalhar com a gente. Com ele, resgatei outras pessoas como o Carlos Alberto Nideck. Temos orgulho em tê-lo conosco”, declarou o ex-presidente Alexandre Marcos.
Em seu discurso de agradecimento, Siqueira citou os nomes de pessoas que o ajudaram a manter o futebol do Friburguense durante esses 15 anos.
“É muito difícil agradecer o reconhecimento quando fazemos o trabalho de coração. Desde 1998 nós trabalhamos com a paixão, mas a razão tem que andar junto. Uma homenagem como essa é muito gratificante. A palavra que eu sempre uso é a gratidão, pois ela nos dá o equilíbrio e faz superar muita coisa. Ficamos tristes quando ouvimos inverdades, como a que eu teria recebido dinheiro pra tirarmos a partida de Nova Friburgo e jogar contra o Flamengo, em Macaé. Mas as pessoas que estão ao nosso lado nos motivam e dão forças para que possamos continuar.”
Grande Benemérito
Receber o título de Grande Benemérito não é para qualquer um. A honraria é concedida a quem continua contribuindo e prestando relevantes serviços ao clube dez anos depois de ser conclamado Benemérito. Carlos Webber Jacoud é um exemplo clássico. Bimba herdou o amor pelo antigo Serrano, do pai, um dos fundadores do alvirrubro de Olaria, e acrescentou o azul ao coração após a fusão entre a sua equipe e o Fluminense. Há 37 anos Bimba desenvolve o trabalho com a sua Escolinha de Futebol e se orgulha por conseguir mudar o rumo da vida de várias crianças.
“Meu pai deve estar muito feliz nos céus. Ele foi um dos fundadores do Serrano e eu segui os passos dele. Joguei pelo clube e até hoje continuo trabalhando por ele, através da Escolinha que vai completar 37 anos. Revelei muitos talentos e alguns, inclusive, passaram pela Seleção Brasileira de Futebol. Mas a maior gratificação é formar homens. Nenhum aluno meu seguiu pelo caminho do tráfico.
Fechando o dia de homenagens, Celio Ivo da Costa Freitas foi agraciado. O Catita, como é conhecido, foi o braço direito de Antonio Felippe Deccache e ajudou a erguer o espaço onde funciona o Friburguense Atlético Clube. Celio Ivo relembrou algumas histórias, as dificuldades para construir o estádio Eduardo Guinle e disse estar à disposição para contribuir um pouco mais com o clube.
“Se um dia ninguém quiser ser presidente eu assumo”, brincou, lembrando em seguida que não poderá ocupar nenhum cargo por motivos de saúde.
Para finalizar a noite festiva, um coquetel foi servido aos convidados para celebrar esses 12 homens que serão para sempre tricolores.
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