Destaque da escolinha do Country Clube torna-se ídolo no futebol da Albânia
á alguns anos o futebol friburguense está exportando craques de categorias de base — alguns desprezados pelos clubes da cidade, outros pela sorte de conseguirem empresários reconhecidos e/ou terem pais dispostos a ver seus filhos brilhando na modalidade que é a maior paixão do povo brasileiro. Um destes exemplos é Bernardo Salim Ribeiro, hoje com 21 anos, torcedor do Flamengo, filho da Secretária de Saúde Jamila Kalil e que, através de seu pai Marco Antonio conseguiu galgar degraus mais altos: hoje está no Skenderbeu, na cidade de Korce, Albânia.
Seu começo no esporte, na verdade, foi através do basquete. Seu avô, um apaixonado pela modalidade, o colocou na escolinha de basquete do Country Clube. Foi no início da década 90. Nessa época, Bernardo era ainda muito pequeno, mas mesmo assim foi relacionado para o primeiro jogo. Quadra lotada, o jogo ganho, a bola foi parar nas suas mãos — e ele colocou na cesta do próprio time. “O jogo já estava ganho, eu fiquei nervoso, não sabia o que fazia, ginásio lotado. Acabei jogando a bola na cesta do meu time. Fui o primeiro jogador a fazer uma cesta contra; foi um trauma total, porque todo mundo riu de mim, a torcida me gozou muito, eu fiquei traumatizado com o basquete e saí”, conta Bernardo.
Mal sabia ele que começava ali seu grande passo para o futuro sucesso, até se tornar o ídolo que é hoje. Um dos maiores amigos da época, Machado, jogava futebol no Colégio Anchieta e o chamou para jogar com ele. Ele aceitou imediatamente o convite e teve como professores Renato Canela e Alessandro Cariello.
Mas a eficiência do então menino Bernardo surpreendeu a todos e os professores incentivaram o pai de Bernardo a colocar-lo numa escolinha de futebol. “Eles disseram para meu pai: ‘Seu filho é diferente dos outros, vale a penas você vir ver um treino dele, vale a pena investir’”.
Diante dessa proposta ele continuou no Anchieta. E a cada jogo, um gol — tornando-se artilheiro — e acabou sendo descoberto pelo professor Alexandre Fajardo, que o levou para a escolinha do Nova Friburgo Country Clube. Esse momento foi importante, pois o trabalho de Fajardo, acompanhado pelo também professor Daniel Abi-Râmia, o tornou um grande jogador, novamente artilheiro do time, de passes perfeitos, jogadas habilidosas e acima de tudo, técnica muito apurada para o futebol.
Do Country Clube, Bernardo foi para o Nova Friburgo, onde teve uma pequena passagem, até assinar contrato com o Flamengo, numa negociação arquitetada pelo diretor de futebol do clube rubro-verde, Brandão.
Já era o ano de 1999, o atleta com 9 anos, integrante da categoria pré-mirim, passou por todas as etapas exigidas pelo Flamengo. Foi aprovada em todas, até finalizar seu contrato com o time da Gávea.
FAMA – Começa então uma nova fase na vida de Bernardo e ele seguiu sua carreira no exterior. “Eu tinha contato com o Nuremberg da Alemanha, time da primeira divisão. Fui com a cara e a coragem, sem contrato nem nada, fui fazer testes, fiz, passei em todos os testes e acabei jogando pelo time alemão. Foi um período muito bom na minha vida, depois fui emprestado para a Itália, para o Pescara, da série B”, destaca.
Novamente entrou em campo a vontade de vencer, e Bernardo acabou se tornando novamente uma das principais peças do time italiano, pois sua facilidade em fazer gols impressionou os dirigentes e sua fama começou então a ganhar destaque na mídia europeia. A carreira acabou sendo corada com a contratação para o time atual, na Albânia.
É uma equipe da Redbull — campeã albanesa e que conquistou a vaga para a fase eliminatória da Champions League.
Hoje ele está sem contrato com o time da Albânia, mas tem várias propostas de times da Europa que estão sendo analisadas: clubes da Itália, Japão e Portugal. Ele fica em Nova Friburgo até o final da semana, e depois retorna para a Europa, onde vai analisar as propostas e escolher a melhor. “Se eu ficar na Albânia, vai ser bom porque vou estar no playoff da Champions League, um sonho antigo meu, apesar de ser um país difícil, longe, onde o futebol não tem muita tradição, mas temos que pensar melhor”, acrescenta o jogador.
Quanto à possibilidade de vestir a camisa da seleção brasileira, ele não pensa nisso ainda, mas já foi procurado pela seleção italiana, já que ele tem passaporte do país, para quem sabe jogar a olimpíada pela Squadra Azurra em 2016. Seu sonho é jogar no Milan (atual campeão italiano) e seu conselho para quem está começando agora e quer seguir a carreira é: “Quando temos um sonho, temos que correr atrás dele, treinar muito, abrir mão de várias coisas, festas, baladas, e etc. Muitas vezes deixei de viajar para jogar, meus amigos iam para a festa e eu ia para casa, porque tinha treino de manhã cedo”.
Filho de uma família de desportistas, seu irmão Biel está na Belizonia (Suíça), depois de passagem também pelo Flamengo. Bernardo está certo de que o sucesso para a carreira de profissional é fruto de empenho, dedicação, muito treinamento e levar a profissão a sério.
Ele é de opinião que o futebol na Albânia, e como em toda Europa, é mais tático — tudo é tática, estratégia, muita força, muito trabalho de musculação. A musculação é tão importante quanto o coletivo: “Aqui no Brasil eu estava acostumado a fazer coletivo, 11 contra 11 duas vezes por semana, lá eu faço uma vez por mês, eu tive um treinador na Alemanha, que achava que eu era palhaço, porque eu queria dar uma caneta, um drible e acabou me deixando de lado, ele não gostava do jeito brasileiro de jogar. Já na Itália eles respeitam muito o brasileiro, eles gostam do jogador que faz uma jogada diferente”, finaliza Bernardo.
Ele está num país — embora longe e sem tradição — onde a torcida é fanática, cobra muito, a diretoria do Skenderbeu investiu muito dinheiro para ganhar o campeonato, contratou jogadores que disputaram a Copa do Mundo da África os estádios tem média de público de 25 mil pessoas por jogo, totalmente diferente do Brasil (pais do futebol), onde os exemplos não são muito saudáveis. Neste brasileirão mesmo, na série B, o primeiro jogo do São Caetano, que inclusive já foi campeão paulista e disputou Copa do Brasil, na primeira rodada teve 54 pagantes.
Hoje Bernardo é o maior ídolo do time da Skenderbeu da Albânia, e para um time que não ganhava o campeonato há 83 anos, ele foi peça fundamental na trajetória do título de 2011.
Gol de Alves
salva o Fri em Angra dos Reis
Com gols de Rômulo, Lucas e Alves (foto) o Friburguense empatou sábado passado com o Angra dos Reis no estádio Jair Toscano e diminuiu a diferença em relação ao líder, Quissamã, para três pontos. Alves fez o gol salvador, pois o Fri perdia por 3 x 2 para o último colocado da série B do Campeonato Estadual. Das 6 partidas realizadas sábado, 4 terminaram empatadas. Apenas Sendas e Bonsucesso venceram e com a derrota do Quissamã, a chave C ficou embolada.
Resultados da rodada:
Angra dos Reis 3 x 3 Friburguense (Jair Toscano)
Sendas 3x1 Quissamã (Arthur Sendas)
Ceres 1x1 Barra Mansa (João Francisco)
Portuguesa 1x1 Estácio de Sá (Luso Brasileiro)
Serra Macaense 1x1 Tigres do Brasil (Claudio Moacyr)
Teresópolis 0x4 Bonsucesso (Antonio Salvatonni)
Classificação
1º - Quissamã, 16 pontos
2º - Bonsucesso, 15 pontos
3º - Sendas, 14 pontos
4º - Friburguense, 13 pontos
5º - Barra Mansa, 11 pontos
6º - Teresópolis, 10 pontos
7º - Serra Macaense, 8 pontos
8º - Ceres, 6 pontos
9º - Portuguesa, 6 pontos
10º - Tigres do Brasil, 5 pontos
11º - Estácio de Sá, 4 pontos
12º - Angra dos Reis, 3 pontos
Jogos desta quarta:
15h:Bonsucesso x Angra dos Reis (Estadio Leônidas da Silva)
15h: Barra Mansa x Sendas (Estádio Leão do Sul)
15h: Quissamã x Portuguesa (Estádio Antonio Carneiro)
15h: Estácio de Sá x Serra Macaense (Estádio Moça Bonita)
15h: Tigres do Brasil x Teresópolis (Estádio De Los Larios)
19:30: Friburguense x Ceres (Estádio Eduardo Guinle)
Artilharia do Fri
09 gols: Zambi
08 gols: Lucas
07 gols: Ricardinho
05 gols; Rômulo
04 gols: Marquinhos
03 gols: Cadão
02 gols: Sergio Gomes, Bidu, Ricardo, Ziquinha e Marcelo
01 gol:: Diego Guerra, Jorge Luiz, Crispin, Flavinho e Alves
51 - TOTAL
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