Siqueirinha revela planos do Friburguense para a temporada 2012
Em entrevista exclusiva, gerente de futebol faz balanço do desempenho
da equipe na Série B e na Copa Rio e projeta mais um ano de sucesso
Leonardo Lima
Nesta segunda-feira, 12, os atletas profissionais do Friburguense retomam as atividades visando preparação para a Série A do Campeonato Estadual. Após dois vice-campeonatos em 2011 (da Série B do Estadual e da Copa Rio) o clube mira agora o sucesso na elite do futebol do Rio de Janeiro. Quem garante isso é o gerente de futebol do clube, José Eduardo Siqueira, o Siqueirinha. De acordo com ele, o elenco já deu provas de que é capaz de manter a boa fase no ano seguinte.
“Na Série B jogamos em gramados com péssimas condições e tivemos que usar além da técnica, muita força. Já a Copa Rio serviu para mostrar de fato a qualidade desse time. Jogamos contra equipes que disputarão a Série A e fomos muito bem”, relembra Siqueirinha.
Segundo ele, a intenção do clube é manter a base da equipe deste ano. “Existe uma cultura de que quando um time sobe de divisão precisa contratar muitos jogadores; parece que os jogadores que aqui estão não são capazes de jogar a primeira divisão. E é justamente o contrário. Esse grupo tem muita força, tanto dentro quanto fora de campo. A união e a vontade dessa equipe irão superar times com nomes mais expressivos no papel”, projeta.
E além da confiança no atual elenco, as dificuldades financeiras limitam a contratação de novos nomes. “Hoje, a folha salarial do Friburguense, incluindo funcionários, comissão técnica e jogadores, gira em torno de R$ 55 mil. Ainda temos gastos de R$ 45 mil com categorias de base, alimentação, água e energia elétrica, mais a despesa dos jogos. Atualmente não temos condições financeiras de contratar novos jogadores. O que podemos ter é o retorno de alguns atletas emprestados ou uma parceria que nos ajude a trazer algum atleta”, explica o gerente.
Por enquanto, está acertado apenas o retorno do meia Rômulo (um dos destaques do time na Série B) que estava emprestado ao Botafogo. O atacante Douglas Tardin, revelação dos juniores, também pode voltar ao Fri caso o Internacional não renove seu contrato de empréstimo.
“Sentimos a necessidade da contratação de um zagueiro, um lateral esquerdo e, talvez, um atacante. Mas com recursos próprios isso se torna muito difícil”, avalia Siqueirinha.
Na estreia do campeonato estadual, o primeiro grande desafio
O Friburguense estreia no Campeonato Estadual contra o Fluminense, no dia 21 de janeiro, no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. Dos sete confrontos da primeira fase da Taça Guanabara (1º turno do torneio), apenas três serão disputados em casa (contra Bangu, Duque de Caxias e Boavista) sendo que nos jogos contra os chamados grandes que compõe a chave (Fluminense e Vasco), o Fri jogará como visitante. Se o torcedor vê isso como desvantagem, Siqueirinha já enxerga com outros olhos.
“É melhor jogar em casa contra os pequenos do que com os grandes, pois temos mais chances de somar um número maior de pontos”, explica ele, que se mostra confiante de que a partida contra o Flamengo, válida pela Taça Rio (2º turno) se realize em Nova Friburgo. “É o único jogo contra um grande em que temos o mando de campo. O Estádio Eduardo Guinle tem todas as condições de realizar esse jogo. Acho que ele só não irá acontecer aqui se houver uma manipulação na tabela para que o Flamengo não perca sua vaga na semifinal da Taça Rio”, dispara.
Se o ano de 2011 foi marcado por boas campanhas nos torneio disputados, por outro deixou entalado na garganta do torcedor o grito de campeão. Questionado se a não conquista de uma taça trouxe uma frustração para o clube, Siqueirinha não titubeia e admite que sim. “O pior não foi não ter conquistado uma taça. O prejuízo foi maior financeiramente. Deixaremos de receber a cota da Copa do Brasil [competição que o clube disputaria caso conquistasse a Copa Rio] e o valor recebido pelo campeão da Série B é muito maior que a quantia que o vice-campeão recebe. O Bonsucesso, campeão da segunda divisão, receberá R$ 440 mil de cota, já o Friburguense receberia R$ 184 mil, mas como pegamos um adiantamento de R$ 200 mil junto à Federação não vamos receber nada”, conta.
Entretanto, deixando de lado o aspecto financeiro, Siqueirinha analisa a vaga conquistada na Série D do Campeonato Brasileiro (graças ao vice-campeonato da Copa Rio) como uma ferramenta de crescimento da marca Friburguense no cenário esportivo nacional.
“Com a Copa do Brasil a equipe poderia fazer apenas um jogo. Já a Série D é o único caminho para uma equipe que queira crescer e almejar uma vaga em uma divisão superior”, analisa.
Se o Frizão terá outro ano de sucesso só o tempo vai dizer, mas segundo as palavras de José Eduardo Siqueira, não faltará muita disposição para lutar em 2012. “Esses jogadores disputaram mais de 60 jogos esse ano e foram a duas decisões sem receber nenhuma premiação extra. Há muito comprometimento, muita entrega desses atletas, e isso vai continuar na próxima temporada”, exalta o dirigente.
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