Espetáculo que mostra riqueza da cultura popular brasileira chega a Nova Friburgo

Baseada em depoimentos reais de brincantes da Zona da Mata, peça é sucesso de crítica e público
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Espetáculo que mostra riqueza da cultura popular brasileira chega a Nova Friburgo
Espetáculo que mostra riqueza da cultura popular brasileira chega a Nova Friburgo

Para comemorar seu décimo aniversário, o grupo de teatro Pedras preparou seu quarto espetáculo, “O Reino do Mar sem Fim”, de autoria e direção de Adriana Schneider. Baseada em materiais reunidos pela autora ao longo de 14 anos de pesquisa de campo na Zona da Mata pernambucana sobre o mamulengo e o cavalo-marinho, a peça conta a fabulosa história da princesa Elizabete, filha do rei do Mar Sem Fim, que se livra de um encanto graças ao heroísmo do valente Adriano. Segundo a pesquisadora, o épico da história remete o público a textos clássicos da literatura erudita, como “A Odisseia”, de Homero.

A dramaturgia é construída a partir de depoimentos reais de brincantes da Zona da Mata, em especial, do mamulengueiro, barbeiro e cantador de romances Severino da Cocada. No encontro ocorrido em agosto de 1999, Severino cantou para Adriana um dos romances orais de seu repertório, um folheto intitulado “O romance da princesa do reino do mar sem fim”, do poeta pernambucano e violeiro de cantoria Severino Borges da Silva, falecido em 1991 aos 72 anos.

Sucesso de crítica e público, o espetáculo estreou em outubro de 2010 no Teatro do Jockey, no Rio de Janeiro, com patrocínio da Eletrobrás, da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, da Prefeitura e do Governo do Estado. No início deste ano, o espetáculo retornou ao mesmo palco para uma nova temporada, seguindo para as cidades de Resende, Volta Redonda, Teresópolis, Petrópolis e Cabo Frio. O projeto, que faz parte da 4ª Edição do Circuito das Artes, segue agora para as cidades de Nova Friburgo (12/11, às 20h, no Teatro Municipal de Nova Friburgo) e Caxias (17/11, às 19h, no Teatro Municipal Raul Cortez), contando com o apoio das secretarias municipais dessas cidades.

Em cena estão Marina Bezze, Georgiana Góes, Diogo Magalhães e Adriana Schneider, que também atua na peça. A encenação reúne momentos de rara beleza com uma vigorosa e divertida interpretação dos atores, que se revezam por vários personagens.

Integra também o projeto uma exposição de bonecos de mamulengo, montada no foyer dos teatros. São 25 obras expostas em estruturas de bambu construídas especialmente para a ocasião. Textos e fotos complementam a mostra. No fim das apresentações, o público é convidado a participar de um debate com os atores sobre o processo de criação do espetáculo.

O projeto também oferece a possibilidade de uma visita guiada à exposição de Bonecos de Mamulengo nas cidades onde houver interesse.

Serviço:

O Teatro Municipal de Nova Friburgo fica na Praça do Suspiro, s/nº. Tel.: (22) 2523-4568

Ingressos a R$ 10,00 (inteira)

e R$ 5,00 (meia)

Início do espetáculo: 20h

Sobre a autora

Adriana Schneider é professora do curso de Direção Teatral ECO / UFRJ. Formada em jornalismo (PUC-Rio) em 1994, mestre em Teatro pela Unirio em 2001 (com a dissertação: “Mamulengos dos mestres Zé Lopes e Zé de Vina: etnografia e estudo de personagens”), doutora em Antropologia pela PPGSA/IFCS/UFRJ em 2007 (com a tese “A Zona da Mata é rica de cana e brincadeira: uma etnografia do mamulengo”) e pós-doutorada—bolsa CNPq na Unirio em 2008. Entre dezembro de 2004 e maio de 2006, obteve bolsa de doutorado sanduíche DAAD/CNPq para estudar em Berlim, na Alemanha. Em abril de 2006—bolsa de estudos pelo Institut International de la Marionnette em Charleville-Mézières, na França. Em 2009, atriz no espetáculo “Pessoas”, direção de Susanna Kruger—Espaço Sesc e no Teatro Sergio Porto. Foi integrante da Cia de Teatro Atores de Laura, na qual atuou em: A Entrevista (1993), A Casa Bem Assombrada (1998), A Flauta Mágica (1999) O Mundo não me quis (1998), As Rosas de Nossa Senhora (1999) e Auto da Índia ou Arabutã (1999/2000).

Ficha técnica do espetáculo

Realização: Grupo Pedras

Com: Marina Bezze, Georgiana Góes, Diogo Magalhães, Adriana Schneider

Direção, pesquisa e concepção: Adriana Schneider

Direção de manipulação e bonecos: Miguel Vellinho

Assistência de direção: Camila de Aquino

Criação material dramatúrgico: Adriana Schneider, Camila de Aquino, Diogo Magalhães, Helena Stewart, Luiza Leite, Marina Bezze e Miguel Vellinho

Texto em verso: Luiza Leite

Direção musical, músicas originais: Kiko Horta

Sonoplastia: Ronaldo Alves

Produção musical: Kiko Horta e Ronaldo Alves

Cenografia: Carlos Alberto Nunes e Marcos Feio

Figurino: Ana Paula Secco

Figurino Princesa Elisabete: Marcelo Marques

Iluminação: Luiz André Alvim e Guiga Ensá

Direção de produção: Roberta Schneider

Produção executiva: Érika Neves

Assistência de Produção: Francisco Quiorato

Assessoria contábil: Alexandre Marins

Assessoria jurídica: Pedro Genescá

Preparação vocal: Adriana Piccollo

Programação Visual: Pedro Pamplona

Produção gráfica: Marcos Correa

Design da Exposição e objeto “águia”: João Bina Neto

Fotografia e curadoria da exposição: Maria Mazzillo

Fotografia still: Cristiane Cotrim

Vídeo: Rodrigo Savastano

Execução de figurino: Nilse Maldonado e Cris Dutra

Pintor de arte: Nilton Katayama

Esculturas de bonecos: Bruno Dante

Músicos: Kiko Horta, Thiago Queiroz, Ricardo Cotrim, João Bina Neto, Cachaça, Luis Flavio Alcofra, Rodrigo Scofield, Eduardo Almeida Prado, Carlos Prazeres, Mariana Zwarg, Ivan Machado

Gravação, masterização, limpeza audio Severino e mixagem: Oswaldo Vidal

Gravação “Tema Elisabete”, “Cavalgada de Adriano”: Ricardo Kalafate

Colaboração: Ana Paula Secco, Georgiana Góes, Luiz Andre Alvim e Flavio Souza

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