Ao abrir um livro transponho-me para um universo singular e repentino, porém encantador.
Creio que o prazer da leitura veio-me de forma natural, intensificado pelos meus pais e pela minha escola. Não tardou muito a surgir o prazer de escrever.
Quando comecei a escrever de forma mais séria, tomei a mania de escrever apenas com um único lápis, não escrevo com nada além desse lápis. É engraçado e até meio estranho, porém acho interessante.
Não gosto de todos os tipos de livros, tenho preferências pelos de poesia e de literatura contemporânea (não aquela literatura contemporânea que se torna contemporânea pelo simples fato de haver palavras chulas).
Não me lembro ao certo quando comecei a ler e escrever. Talvez, ainda que de forma primitiva, aos nove ou dez anos. Tenho um caderno amarelo com poesias, pequenas e inocentes, de quando tinha dez anos. Até hoje leio aquelas poesias. Hoje meus versos e prosas são mais sérios e com mais sentimentos, mas não sem inocência.
Em minha casa tenho meu acervo pessoal de dez livros: poesias de Drummond e Casimiro de Abreu, um livro de Pedro Bandeira, um livro de contos brasileiros contemporâneos entre outros. Além dos meus livros, pego sempre alguns na biblioteca da minha escola e também na Biblioteca Municipal.
Ler e escrever, para mim, são coisas fundamentais para o ser humano, não desmerecendo as outras formas de expressão e entretenimento. Acho que tocar em uma folha de um livro, pegar em um lápis para escrever, sentir e conhecer novos personagens e poder ser dono de suas palavras (que nada mais são do que reflexos dos nossos sentimentos) é algo único.
Aí vai uma das minhas poesias:
Manifesto
Não quero mais escrever versos.
Não quero mais expor minhas ideias, sentimentos.
Revoltei-me.
Estou fatigado de estrofes, sonetos, prosas, versos...
Não quero mais nada!
Não quero mais o Romantismo,
o Classissismo, o Barroco, o Contemporâneo.
Não quero nem saber quem são os parnasianos.
Não sou amigo de Drummond, Cecília, Bandeira,
Quintana, Vinícius, Henriqueta,
Camões ou Manoel de Barros.
Estou farto de tudo e de todos.
Não suporto aquelas palavrinhas juntinhas, bonitinhas,
uma rimando com a outra.
Pontos, vírgulas...
Ah, chega! Basta!
Joguei fora as canetas e os lápis,
queimei os papéis,
não leio mais livros,
Tenho pena dos poetas,
são pobres coitados,
são sentimentais demais,
são chatos...
Nunca mais leio um poema de amor.
Ah, os poemas de amor,
ninguém merece! Chega!
Termino minha revolta confessando apenas uma coisa:
os versos são ruins,
mas viciam o coração.
Nicolas Tadashi é aluno da oitava série do Externato Santa Ignez e participou da oficina de Contadores de Histórias na Biblioteca Municipal de Nova Friburgo ministrada em setembro de 2010.
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