A primeira Secretaria de Promoção da Leitura do Brasil
Faz duas décadas a Unesco percebeu que nos países em desenvolvimento e mesmo nas sociedades avançadas, a leitura era uma prática capaz de manter os cérebros ativos e criativos, um fator decisivo no fortalecimento da educação e na qualidade de vida da população, influindo sobre o desenvolvimento socioeconômico, na formação de uma cidadania responsável e crítica, e de uma sociedade mais solidária e menos violenta.
Nova Friburgo tem a chance de se tornar o primeiro município brasileiro a se transformar em cidade leitora e esta experiência será uma referência para o Brasil, acompanhada de perto pelo Cerlalc/Unesco. O Ministério da Cultura apoia, investe e quer ter o registro do que aqui se desenvolverá com modelo próprio, ditado por seus habitantes e instituições, públicas e privadas. O plano municipal de leitura é uma costura de iniciativas existentes e por existir, sustentada pelo poder público e pela sociedade civil.
Jovens, adultos, profissionais, escolas, redes sociais, entidades de classe, todos podem e devem participar. Basta querer abrir a mente, coração e olhos para a palavra, – esta criação tão especificamente humana, que nos desembruteceu – e se integrar nas ações de leitura nos hospitais, salas de aula, transporte, espaços da justiça, associação de moradores etc..
Não se trata de uma secretaria a mais e sim de uma iniciativa para otimizar o fazer intersecretarias, para pensar uma atuação conjunta: podem-se melhorar os índices de saúde da população se a leitura entrar nos lares e hospitais? A leitura literária pode ajudar no meio ambiente, comércio, e na qualidade da vida social? A narrativa exercita a inteligência e sensibilidade pessoais?
A formação de leitores, efetivamente – não dos que respondem fichas de leitura encartada em livros, nem dos que são obrigados a ler para prestar exames –, pode realizar os que muitos nem aspiram por se considerarem incapazes de opinar e de interferir: um leitor é em princípio um eleitor, alguém que escolhe, sem barganhas, quem pode atuar pelo desenvolvimento social, cenário de possibilidades para todos, democraticamente. Por isso tantos se opõem a uma população leitora, capaz de juízos e tomada de posição. Ser leitor é ser capaz de decidir o sentido das coisas, em qualquer situação com discernimento e liberdade.
(*) Eliana Yunes, Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio
Contato com a secretaria: sproleitura@pmnf.rj.gov.br
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