Francisco Gregório Filho
Esta semana estive em Angra dos Reis a convite de uma equipe que desenvolve ali atividades de promoção da leitura e difusão do livro e de bibliotecas. Realizei uma oficina sobre práticas leitoras e contação de histórias para 40 educadores sociais e professores na sede do Ateneu Angrense de Letras e Artes. Coordenado pelo Dr. Érico e a professora Maria Helena, o Ateneu é uma instituição da sociedade civil importante para a cidade da chamada Costa Verde do Rio de Janeiro.
Encontrei um grupo de pessoas muito interessante, leitores participantes da oficina. Com isso a troca de vivências sobre leituras e livros foi intensa e enriquecida com a presença de alguns escritores moradores da região sul do estado, que também inclui a cidade de Paraty.
Descobri ali bons contadores de histórias envolvidos com ações de incentivo à leitura. Entre eles reencontrei um amigo e excelente narrador, Glauter Barros, que acabara de lançar um CD “No tempo em que os bichos falavam...” com histórias contadas e cantadas extraídas de repertórios populares das comunidades caiçaras. Ouvi suas narrativas com muito prazer e recomendo sua produção, realizada com cuidado e capricho para comemorar seus 15 anos como contador de histórias.
Glauter é um bom amigo e já esteve por diversas vezes em Nova Friburgo, contando histórias em escolas e em espaços culturais. Em Angra é frequentador da Biblioteca Pública Municipal e fomos juntos visitar aquele espaço, onde tomamos um café com toda a equipe técnica. Coordenada pela professora Sebastiana e a bibliotecária Gislaine, gaúcha de Uruguaiana, a Biblioteca possui cerca de 30.000 títulos e vão adquirir mais ainda, disseram-me elas, com os recursos (R$10.000,00) que acabaram de receber de um programa do Ministério da Cultura. Muito frequentada por leitores de diferentes faixas etárias, a equipe está de parabéns pelo trabalho que realiza. É sempre muito bom e gratificante encontrar bibliotecas vivas e dinâmicas por esse país afora.
Lá em Angra lemos em grupo trechos de um livro do acervo da Biblioteca que se intitula “A Arte de ler”, escrito pelo francês Émile Fraguet, editado pela Casa da Palavra em 2009, traduzido pela escritora brasileira Adriana Lisboa: “O livro, esse pequeno móvel da inteligência, esse pequeno instrumento que põe em atividade nosso entendimento, esse motor do espírito que vem socorrer nossa preguiça e mais amiúde nossa insuficiência, e que nos dá o delicioso prazer de acreditar que pensamos, enquanto que talvez não pensemos em absoluto, é um amigo precioso e muito caro”.
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