Esgoto a céu aberto e ausência de calçamento são alvo de queixas no Parque Santa Luzia

sexta-feira, 09 de março de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Esgoto a céu aberto e ausência de calçamento são alvo de queixas no Parque Santa Luzia
Esgoto a céu aberto e ausência de calçamento são alvo de queixas no Parque Santa Luzia

Leonardo Lima

“Nem parece que estamos a apenas cinco quilômetros do centro da cidade”. Desta forma, o morador André Piran começa seu depoimento à equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA, em visita ao Parque Santa Luzia—localidade próxima ao bairro Nova Suíça. Segundo ele, diversos problemas fazem com que as condições de vida no local se tornem bastante complicadas, como, por exemplo, a falta de capina e calçamento nas ruas. “As autoridades asfaltaram a estrada que passa na Praça da Furunfa [na entrada do parque], mas se esqueceram das outras ruas. Nenhuma delas tem calçamento. Quando chove, às vezes, não consigo nem tirar o carro da garagem. Não há rede pluvial e acumula muita lama por todos os lados”, queixa-se.

De acordo com André, o próprio ônibus escolar que passa pelo Parque Santa Luzia vem encontrado dificuldades e já até mesmo atolou. “Tem uma criança moradora daqui que é deficiente e precisa pegar esse ônibus para ir estudar. Os próprios serviços de entrega quando sabem que o pedido é do Parque Santa Luzia reclamam, cobram uma taxa maior ou simplesmente não realizam o serviço”, conta. Quem corrobora suas palavras é o líder comunitário Erick Emmerick. “Moro aqui há quase 16 anos e antes não havia nem mesmo o nome das ruas. Foi prometido pela Prefeitura que o paralelo que está sendo retirado de Conselheiro Paulino virá para cá. Vamos aguardar”, afirma. Por enquanto, o jeito que os moradores vêm encontrando é resolver o problema com seus próprios esforços, como na Rua Albatroz, onde eles se uniram e colocaram o calçamento.

Outro ponto alvo de críticas está localizado em um terreno na Rua Ivo França de Carvalho. “Da última vez que a Prefeitura realizou a limpeza das ruas aqui, jogou entulho nesse local. Desde então todo mundo que realiza uma obra em casa vem fazendo o mesmo”, revela André Piran, que mudou para a localidade após perder sua casa em Córrego Dantas, na tragédia de 12 de janeiro. Já Erick Emmerick ressalta que, não bastasse a ausência de calçamento, o esgoto a céu aberto é mais um problema que aflige os moradores. “Além do mau cheiro, há um acúmulo muito grande de ratos. No próprio córrego que atravessa o bairro é despejado o esgoto de Varginha. E até mesmo a ponte de madeira desse córrego cedeu há cerca de 15 dias”, diz o líder comunitário.

Questionado a respeito da coleta de lixo, ele afirma que o serviço é prestado de maneira exemplar, três vezes por semana. Entretanto, não é o mesmo que ele comenta a respeito das rondas policias. “Isso é muito raro. No mês de janeiro, por exemplo, duas residências foram roubadas. Outro dia meu cachorro estava latindo de madrugada, fui conferir o que era e vi um homem parado na rua observando as casas. Chamei a polícia e ela não veio”, protesta. Quanto à iluminação pública, ele classifica como boa, principalmente se comparada a outras épocas. “Antigamente faltava muita luz. Os postes viviam apagados. Hoje o que acontece às vezes são variações de energia”, relata, relembrando ainda que na localidade não existe creche, posto de saúde e nem mesmo uma escola.

Por sua vez, André Piran reforça que não há entrega de correios no local. “As ruas não estão averbadas e com isso não temos CEP. Recebemos todas as nossas correspondências na casa de parentes que moram em outros bairros”, explica. Atualmente com cerca de 300 casas, a localidade se encontra em constante expansão, vide o número de novas residências que vêm sendo construídas. À medida que o Parque Santa Luzia cresce, a comunidade aguarda que os problemas, ao menos, diminuam.

Prefeitura e Águas de Nova Friburgo

respondem queixas dos moradores

Em respostas às queixas dos moradores do Parque Santa Luzia, a Águas de Nova Friburgo informa que não existe rede coletora no local e que, sendo assim, de acordo com o artigo 243 da Lei Orgânica do município, “os lançamentos finais dos sistemas públicos e particulares de coleta de esgotos sanitários deverão ser precedidos, no mínimo, de tratamento primário completo na forma da lei”. Segundo a concessionária, isto significa que as construções feitas no logradouro devem apresentar fossa, filtro e sumidouro para a realização de tratamento preliminar de seus efluentes. A Águas de Nova Friburgo também ressalta que “os distritos e bairros que ainda não possuem tratamento serão contemplados a partir de 2013, como consta no cronograma previsto no quarto termo aditivo do contrato vigente entre concessionária e poder concedente.”

A respeito da informação concedida pelos moradores sobre a falta de CEP no Parque Santa Luzia, a Prefeitura, através da subsecretária municipal de Fazenda, Tânia da Silva Trilha, esclarece que “a localidade é um loteamento e de acordo com a Portaria nº 311, de 18/12/1998, expedida pelo Ministério das Comunicações, para ser gerado um número de CEP existem algumas exigências, conforme previsto no Artigo 4ª da referida portaria”. Ela explica que, desta forma, melhor seria que a resposta fosse buscada junto aos Correios. Quanto ao fato de “as ruas não serem averbadas pela Prefeitura”, a subsecretária informa que as ruas existem e são nominadas pela poder executivo municipal. Tânia reforça ainda que a geração de código de CEP é atribuição dos Correios, desde que as exigências expressas na portaria acima sejam cumpridas.

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