Escola Américo Ventura Filho completa 20 anos

Toda comunidade sonha em ter uma infraestrutura capaz de atender as suas necessidades e desejos. Partindo deste princípio, há 20 anos os moradores da Rua Candido Pardal e das localidades próximas ao bairro Alto de Olaria conseguiram conquistar mais acesso à educação para as suas crianças com a inauguração da Escola Municipal Jornalista Américo Ventura Filho. Não bastasse ser o patrono de A VOZ DA SERRA, Américo Ventura Filho se tornou nome de rua e também da instituição de ensino. "Américo Ventura Filho — ou Venturinha, como também era conhecido — foi um homem incomum, pioneiro e talentoso”, citou Dalva Ventura em um de seus textos sobre o jornalista. De fato, Venturinha fez e ainda faz história ao ser eternizado por sua trajetória.

A escola municipal que leva seu nome foi inaugurada em 4 de maio de 1994 e hoje conta com 30 funcionários, entre direção, professores, merendeiras e serviços gerais, atendendo cerca de 150 crianças da educação infantil até a primeira fase do ensino fundamental. "Finalmente a comunidade pôde contar com uma instituição de ensino que fosse referência e uma esperança para um futuro melhor para seus filhos. Muitas crianças e profissionais já passaram pela Escola Américo Ventura Filho e cada uma delas construiu um pouco de nossa história”, diz a orientadora educacional Jussara Lamim, que trabalha na instituição há 19 anos.

Localizada em uma comunidade carente, nestes 20 anos a escola municipal já atendeu muitas crianças e um dos maiores orgulhos dos educadores da instituição é o de ter formado dois alunos que hoje se dedicam ao jornalismo. "Devido ao histórico de vida sofrida dessas crianças e seus familiares, algumas acabaram se destacando. Temos dois alunos que escolheram a comunicação como profissão; um já se formou e o outro está se formando. Isso é muito legal, porque é uma escola cujo patrono é um jornalista. É um motivo de muito orgulho para nós”, conta Jussara. Também para ela, um dos motivos de tamanho sucesso no ensino e inclusão das crianças é a junção da grade curricular obrigatória com a inserção de atividades práticas e que façam parte do dia a dia dos alunos. "Queremos trabalhar em prol de uma educação de qualidade, em que seja possível levar um aprendizado às crianças e que todas tenham acesso a isso. E aliada a essa aprendizagem, conseguir combater a evasão escolar e a repetência utilizando novos meios educacionais gerados pelo mundo conectado e globalizado em que vivemos”, afirma a orientadora. Para a diretora adjunta Tatiane Evangelista, para se obter um bom resultado também é preciso realizar um trabalho com as famílias. "O que buscamos é a educação das crianças como um todo. Até no âmbito familiar, que também é a base para que a criança se torne um cidadão. A nossa esperança é mostrar o mundo de oportunidades que eles são capazes de ter, é isso que esperamos que todos tenham na escola.”

Para relembrar a história de seu patrono, todo ano os alunos da escola abordam um aspecto da vida do jornalista. "Trabalhamos a história da escola para que os alunos saibam quem foi nosso patrono, quem foi Américo Ventura. Um ano marcante foi quando abordamos a história profissional de Américo, desde os tempos que trabalhava numa quitanda até se tornar jornalista”, explica Jussara. 

No centenário de Venturinha, a comunidade local foi envolvida na comemoração e o Bloco Unidos do Imperador criou um samba-enredo para homenageá-lo. Como os próprios educadores fazem questão de dizer, "é uma relação de amor com escola, com a família Ventura e com a história da própria instituição de ensino”. Este ano, a festa em celebração ao aniversário de 20 anos será ainda mais especial. O tema — "Um sonho que virou realidade” — contará com a participação de ex-alunos e ex-funcionários que fizeram parte da história da instituição. "Precisamos lembrar o ontem que nos trouxe até onde chegamos”, diz a diretora adjunta Tatiane. As comemorações que já estão acontecendo desde o início do mês entre os alunos terão festa aberta à comunidade local hoje, 31, mas a pretensão é que outras programações especiais continuem ao longo deste ano. "Comemoramos os cinco, dez e quinze anos de forma mais marcante e não queremos que este ano seja diferente. Temos que festejar”, conclui a orientadora educacional.