Existem coisas que só acontecem em Lumiar. Provavelmente você já ouviu falar que turistas que visitaram o lago no centro do quinto distrito no final do ano passado receberam choques elétricos ao encostarem no corrimão. O caso, que deixou muita gente com medo, e outros curiosos, foi muito comentado, tanto em Lumiar como nas redes sociais. A preocupação em saber quão grave eram os riscos que os choques poderiam provocar nas pessoas fez com que a presidente da Associação de Moradores de Lumiar, Sílvia Faltz, solicitasse à Secretaria municipal de Serviços Públicos que o lago fosse inspecionado por uma equipe de eletricistas.
Por estarmos em uma época de muitas chuvas, a solução encontrada, em caráter emergencial, enquanto não se descobre a razão dos choques, foi desligar a rede elétrica em torno do lago. Mesmo após o desligamento da energia, os choques continuaram e, curiosamente, sempre em dias quentes e não em dias de chuva. As informações sobre os choques se disseminaram e o movimento de turistas no lago caiu.
“No final do ano passado muitas pessoas reclamaram de choques elétricos ao encostarem no corrimão de ferro e a Secretaria municipal de Serviços Públicos decidiu desligar a energia para evitar transtornos maiores. Mesmo com a energia desligada os choques continuaram acontecendo. Curiosamente, esses choques eram percebidos quando estava muito calor e em dias ensolarados, sem chuva. Chamamos um profissional e foi constatado que o choque não oferecia perigo pois era eletroestático”, explicou Sílvia.
Ainda de acordo com a presidente da associação de moradores, depois de um tempo o problema desapareceu. “Durante o tempo em que não tínhamos a certeza do que causava o choque, ficamos sem a iluminação do lago. Depois que identificamos o problema e contatamos que esse choque não oferecia riscos aos moradores e turistas, às vésperas do carnaval, pedimos para a Secretaria municipal de Serviços Públicos restabelecer a energia. Até o momento tudo está tranquilo. Desde então, até mesmo por conta do tempo instável, não tenho ouvido mais reclamações a respeito do choque”, contou Sílvia.
Segundo Silvia, para solucionar o problema de vez, duas medidas podem ser realizadas. “Uma solução é trocar o piso, porque os parafusos que prendem as madeiras do deck do lago é que causam esse choque. A outra opção é aterrar parafuso por parafuso. Todas essas intervenções, no entanto, cabem à prefeitura”, disse Sílvia.
Para entender
O fenômeno é facilmente explicado pelas leis da física. A ação é decorrente de uma descarga eletroestática (produção de carga proveniente do atrito entre materiais distintos) e acontece justamente em dias muitos secos. A carga desse fenômeno não é suficiente para causar danos severos ao corpo.
Quando a pessoa coloca a mão ou o antebraço no corpo de metal, acontece o choque. Isso porque há uma diferença de carga entre o corpo humano (condutor) e a barra de ferro (isolante), há uma busca de equilíbrio entre as cargas e por isso acontece o choque.
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