A reportagem de A VOZ DA SERRA teve acesso a uma informação bombástica na manhã de sexta-feira, 27. Durante período ainda indeterminado, a atual administração da Secretaria Municipal de Saúde trabalhou sob a vigilância ilegal de uma escuta de ambiente, com alcance de 150 metros e com bateria para transmitir durante três meses. O aparelho estava instalado sobre um dos pontos de iluminação no próprio gabinete do secretário Rafael Tavares, que, procurado pela reportagem, preferiu não comentar o episódio.
A informação foi devidamente confirmada pela reportagem, que teve, inclusive, oportunidade de fotografar o aparelho, que foi desmontado após ter sido descoberto. Uma fonte interna à secretaria, cuja identidade será preservada, mostrou indignação em relação ao caso. “Esse é o tipo de situação que a gente enfrenta no trabalho. Tem muita gente que torce contra, que não quer ver a saúde funcionando. Pessoas, inclusive, que em algum momento tiveram acesso a este gabinete. A secretaria não fez alarde, abafou a situação, estamos apenas trabalhando seriamente. Mas é importante que a população saiba a verdade, principalmente neste momento em que tanta gente tem feito da saúde um palanque eleitoral. Tenho a certeza de que o responsável por esta escuta não ouviu nada de comprometedor, mas apenas a verdade sendo dita sobre os responsáveis pelos problemas que estamos tentando combater”, garantiu a fonte.
A constatação leva a algumas perguntas inevitáveis. Quem teria interesse em espionar o que acontece no gabinete do secretário de Saúde? Dessas pessoas, quais têm ou tiveram acesso ao gabinete, com tempo suficiente para instalar e esconder o aparelho? Teria esta escuta alguma ligação com a CPI em andamento? E mais: considerando o alcance limitado da transmissão, parece óbvio que entre os responsáveis pelo grampo há quem circule pelas proximidades da Secretaria de Saúde, num pequeno raio de 150 metros. Raio este que, coincidentemente ou não, abrange boa parte da administração pública municipal.
Deixe o seu comentário