Radicado há cerca de três anos em Londrina, Paraná, o ex-prefeito Heródoto Bento de Mello se mantém ativo e informado sobre os principais acontecimentos políticos do país. Sua rotina é adequada a um homem de 90 anos: acorda cedo, toma café assistindo ao noticiário dos telejornais e em seguida lê os impressos. Em dias ensolarados, passeia pelas ruas do entorno do apartamento onde vive com a esposa dona Betty, sob os cuidados da filha Inês e do genro Fernando Barros. Aos domingos vai à missa.
Sua vida social se resume às reuniões familiares, em um convívio que o satisfaz plenamente. No início deste mês dona Betty foi hospitalizada e ele a acompanhou durante a internação, visitando-a diariamente. Sentiu-se aliviado quando ela voltou para casa, e a visita dos netos o ajudou a recuperar a confiança e restabelecer a autoestima.
Interessado na cobertura jornalística dos temas nacionais, quando se depara com questões mais complexas procura se inteirar para esclarecer quaisquer dúvidas. Depois do almoço, se permite uma breve “sesta”, e no começo da noite faz questão de assistir, mais uma vez, o noticiário das emissoras de televisão, em especial a Globonews, até às 22h.
Com o mesmo gosto acompanha as partidas de futebol na televisão, em especial quando o seu Vasco da Gama e a seleção brasileira estão em campo. Sempre bem-humorado, seu semblante perde um pouco do brilho quando se fala de Nova Friburgo. Aí, ele fica triste por estar longe de sua cidade, mas consciente de que tem que cuidar de sua saúde, afinal tem 90 anos.
A VOZ DA SERRA: O senhor tem acompanhado as questões políticas no país, de maneira geral? Como resumiria as turbulências desse momento?
Heródoto Bento de Mello: Creio que o país está sendo passado a limpo pela Lava Jato. Quanto às turbulências, é um assunto complexo para resumir.
Acredita que o Congresso faça a reforma política?
Quem está fazendo a reforma política é a Lava Jato.
Está informado sobre a atual administração pública de Nova Friburgo? Qual a sua avaliação?
Muito pouco. Não tenho condições de avaliar.
Sobre as candidaturas que vêm sendo cogitadas para a Prefeitura de Nova Friburgo, hoje girando em torno de umas dez, que nome apoiaria?
Um nome que, pelo menos até o momento, não apareceu: Braulio Rezende. Gostaria muito que um dia ele fosse prefeito de Nova Friburgo. Ele tem todas as condições de concluir os projetos que elaborei em meu último governo, em especial o trem, hoje chamado de VLT, que, com certeza, iria diminuir bastante os problemas de trânsito em nossa cidade.
Entre as notícias que recebe de Nova Friburgo, boas ou ruins, alguma em particular o tocou mais? E por que?
Ainda prevalece a preocupação com as consequências do desastre climático que devastou Nova Friburgo e atingiu muitos seres humanos. Também a preocupação com a sua possível repetição no futuro. É preciso não esquecer, é preciso nos precavermos.
Sente saudades de Nova Friburgo? A mudança para outra cidade lhe fez bem? Gostaria de voltar para uma visita?
Sinto muitas saudades, pois Nova Friburgo foi a cidade que escolhi para viver, criar meus filhos. Estou certo de que contribuí de alguma forma para a melhoria da qualidade de vida de sua população. Tenho muitos amigos em Nova Friburgo e gostaria de reencontrá-los. Voltar, porém, somente quando a minha saúde permitir.
Que mensagem mandaria para a população, para Nova Friburgo?
Não percam a esperança. É preciso que a sociedade se una para reerguer nossa cidade para que ela volte a prosperar.
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