Amine Silvares
Todos os anos, milhares de estudantes de todo o Brasil prestam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em 2010 não foi diferente e o governo recebeu um número recorde de inscrições – mais de 4,6 milhões de jovens, sendo mais de 300 mil só no estado do Rio de Janeiro. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Todos os 26 estados têm, pelo menos, uma universidade que utiliza o Enem como forma de processo seletivo.
As regras da prova mudaram ao longo dos anos com a reformulação da avaliação, o surgimento do Programa Universidade Para Todos (ProUni), a criação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Este programa permite que os inscritos escolham entre três e cinco cursos e universidades diferentes, aumentando as chances de conseguir uma vaga. Também foi implementada a Teoria de Resposta ao Item (TRI), um mecanismo “antichute”, que faz com que as questões tenham pesos diferentes. Com esta medida, as questões passam a ser classificadas como fáceis, médias ou difíceis. Tudo isso para ampliar as chances de alunos de escolas públicas e tentar diagnosticar se os estudantes estão chutando as questões. O TRI já foi usado na prova do ano passado e retorna na prova deste ano.
Na prática, o TRI funciona da seguinte maneira: dois estudantes prestam a prova de linguagens, com 50 questões de múltipla escolha. Ao comparar os resultados, o estudante A descobre que acertou 30, e que o estudante B também acertou 30. No entanto, ao receber as notas da prova, o estudante A descobre que sua nota foi 30, e que a nota do estudante B foi 40. Isso é possível, pois o estudante B pode acertar mais questões consideradas difíceis, enquanto o estudante A acertou mais questões consideradas fáceis ou médias. O Inep vai dividir as 180 questões de múltipla escolha em diferentes graus de dificuldade: fácil (25%), médio (50%) e difícil (25%), mais uma redação.
Nem todas as universidades públicas do estado do Rio integram o Enem ao seu processo seletivo. A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), por exemplo, ainda realiza seu vestibular separadamente. No estado, sete instituições de ensino superior utilizam o Enem: a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf). Estas usam o Sisu para preencher todas as vagas. Já a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aproveita o teste para 60% das vagas, e a Universidade Federal Fluminense (UFF), para 20% das vagas. O Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo) só usa o Sisu para preencher vagas remanescentes. O exame também é a forma de acesso para o Programa Universidade Para Todos (ProUni).
As provas do Enem serão nos dias 6 e 7 de novembro, às 13h, em todos os estados, e encerradas às 17h30. Os temas abordados serão Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias. No dia seguinte, das 13h às 18h30, as prova aplicadas serão Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, além de Redação, e Matemática e suas Tecnologias.
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