“Encontro Regional de Preservação e Revitalização Ferroviária”

quarta-feira, 03 de junho de 2009
por Jornal A Voz da Serra

(SECOM) - O Encontro Regional de Preservação e Revitalização Ferroviária, que visa resgatar a história da memória ferroviária de Nova Friburgo e região, contou com um dia de debates e palestras. Aberto pelo coral Allons Chanter, da Aliança Francesa de Nova Friburgo, o evento aconteceu no auditório da Casa de Cultura de Nova Friburgo (antigo Fórum Júlio Vieira Zamith), durante todo o último sábado, 30.

No evento, aconteceram palestras sobre as ferrovias fluminenses ao longo de 155 anos de história e desenvolvimento, o chamado projeto Trem do Futuro, com o sistema metroviário previsto para Nova Friburgo. Inclusive, o prefeito Heródoto Bento de Mello - que participou da abertura - falou como filho de ferroviário, pois seu pai foi funcionário da Leopoldina, deu total apoio à idéia da criação de um Museu do Trem em Nova Friburgo. Ele também recebeu o título de primeiro benemérito da Fundação Raphael Jaccoud (FRJ).

“O progresso de Nova Friburgo teve início a partir da inauguração da ferrovia, em 1873. A cidade está profundamente ligada à história do trem, a um passado bonito e romântico que devemos preservar”, relatou o prefeito Heródoto que, ao finalizar seu breve discurso, acrescentou: “Me entusiasmo com o passado! A idéia da criação de um museu é um movimento que não pode parar, vamos unir forças e a colaboração de todos”.

A idéia de implantação do trem

Entre os diversos palestrantes, o arquiteto Luiz Cláudio Ferreira, responsável pelo projeto do Sistema Metroviário de Nova Friburgo, iniciou sua palestra mencionando que “a ideia de implantar um trem suspenso como nova alternativa de transporte público no município surgiu através do movimento Nova Friburgo 200 anos, liderado pelo jornalista Girlan Guilland, hoje secretário de Comunicação Social. À época, ele começou a chamar diversos técnicos da cidade para pensar e apresentar um conjunto de projetos com melhorias para o município até 2018, quando Nova Friburgo completará o bicentenário de sua fundação”.

A idéia inicial de implantar o trem suspenso, segundo o arquiteto, vem sendo motivo de análises minuciosas e muitos estudos sobre o custeio e manutenção desse projeto, que podem resultar em adaptações à proposta inicial. “O alto custo em milhões de euros para a implantação e o fato de todas as peças de reposição terem de ser importadas contribuem para a pensarmos em alternativas, que vêm sendo analisadas, e entre as quais o VLT – Veículo Leve sobre Trilho tem se mostrado a mais adequada”.

Além de ser totalmente fabricado pela indústria nacional e estar de acordo com o padrão adotado no país pelo Ministério das Cidades, em diversas capitais, este projeto é destaque da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que também apoia o desenvolvimento de pesquisas para o transporte nas cidades brasileiras.

Durante sua palestra, o arquiteto Luiz Cláudio ainda apresentou uma série de características positivas para a implantação deste sistema: primeiramente, os baixos custos para a implantação dos VLT’s que são parcialmente compensados por conta da redução do consumo de combustível e do custo da manutenção de vias e estradas; a alta durabilidade dos trens e os reduzidos custos com manutenção que amortizam os investimentos iniciais; pode ser elétrico ou utilizar biodiesel, álcool, GNV, como combustível (no caso de Nova Friburgo, a opção será pelo elétrico), além da facilidade de adaptação de largas portas e rampas para portadores de necessidades especiais, e alturas dos degraus em relação às calçadas; a capacidade de transportar mais passageiros (a cada quatro carros, ou seja, um comboio comporta até 800 pessoas, para o que seriam necessários 10 ônibus), além da durabilidade dos materiais usados na fabricação dos trens, que podem durar até 50 anos após o processo de modernização.

Além da facilidade de implantação, por não envolver grandes estruturas e estações, e a facilidade de fornecimento de equipamentos e materiais nacionais, o VLT é silencioso, não poluente e, portanto, não causará grande impacto ambiental, além de diminuir o tempo de percurso e a liberação das principais artérias de tráfego para a implantação de futuras ciclovias.

A princípio, as linhas de ônibus permanecerão normalmente dentro dos bairros e as estações de trens ficarão localizadas em Conselheiro Paulino, Jardim Ouro Preto, Duas Pedras, Paissandu, Parque São Clemente e Olaria, segundo explicou Luiz Cláudio, que disse ainda que a abrangência do projeto pode estimular parcerias entre o setor público nas esferas federal, estadual e municipal, além da indústria ferroviária e o empresariado.

Ao finalizar sua apresentação, o secretário Luiz Cláudio foi categórico: “A minha intenção como arquiteto é fazer uma cidade mais bonita, não causar impacto ambiental, e preservar Nova Friburgo!”.

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