Cerca de 500 empresários de todas as regiões do Estado do Rio, incluindo uma comitiva de Nova Friburgo, participaram nesta segunda-feira, 20, de um encontro com o presidente da República, Jair Bolsonaro, na sede da Firjan no Rio. O evento fez parte das comemorações do Dia Nacional da Indústria, celebrado em 25 de maio, data de falecimento do engenheiro, industrial e administrador Roberto Simonsen, considerado patrono da indústria nacional.
Durante o encontro, Bolsonaro recebeu da Firjan a Medalha ao Mérito Industrial. Estiveram presentes o governador Wilson Witzel, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional; Carlos Alberto Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República; o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco; e o presidente do BNDES, Joaquim Levy. A representação regional da Firjan no Centro-Norte Fluminense, capitaneada pelo presidente regional, Carlos Alberto de LIma, também compareceu.
Em seu discurso, Bolsonaro garantiu que seu governo dará liberdade para as empresas atuarem. “Nosso primeiro trabalho é não atrapalhar a atividade dos senhores, tendo em vista o cipó burocrático que são obrigados a enfrentar no dia a dia”, afirmou aos empresários.
Bolsonaro também destacou a necessidade urgente da reforma da Previdência. “Ela é salgada para alguns, mas estamos combatendo privilégios. Não dá para o Brasil continuar com essa carga nas contas. Se não fizermos isso, em 2024 vai faltar dinheiro para pagar quem está na ativa”, afirmou.
O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, destacou a importância da livre iniciativa, que precisa de menos burocracia e mais segurança jurídica para investir e, com isso, contribuir para a recuperação econômica do país. “Temos hoje alguns sonhos, presidente. O crescimento econômico é um deles. Assim como a liberdade no exercício da atividade econômica, a presunção de boa-fé no exercício das atividades econômicas e o mínimo de intervenção do Estado”, disse Eduardo Eugenio, acrescentando que a MP 881, assinada em 30 de abril, já caminha nesta direção. "A MP da Liberdade Econômica é música para os ouvidos dos empreendedores. Ela produzirá alterações efetivas no Código Civil, na Lei das SAs e na Lei de Recuperação Judicial e Falências. Os efeitos serão sentidos já em médio prazo e com repercussões para estados e municípios", afirmou.
Eduardo Eugenio também frisou a necessidade da aprovação da reforma da Previdência para a melhoria do ambiente de negócios, citando números de estudo recente realizado pela Firjan, que concluiu que com a reforma as contas públicas deverão retornar ao campo positivo em 2024, o que interromperá dez anos de déficit público.
O estudo da Firjan sobre a refirma da reforma da Previdência
Segundo o estudo, a reforma tem potencial para destravar R$ 1,4 trilhão, sendo R$ 655 bilhões em investimentos públicos e R$ 729 bilhões em investimentos privados. O estudo deu exemplos de como setores-chave para o desenvolvimento brasileiro poderão ser beneficiados. Para a habitação popular, por exemplo, poderiam ser destinados R$ 770 bilhões. Com isso, os chamados “domicílios precários” estariam eliminados em dez anos. Para o saneamento, a reforma traria aportes de R$ 221 bilhões, propiciando a universalização do abastecimento de água e a melhoria na coleta e no tratamento de esgotos no Brasil. Na saúde, seria viável ter a cobertura efetiva na atenção primária de 100% da população, por meio de investimentos de R$ 130 bilhões. Já na educação, haveria recursos para que 100% das crianças de 4 e 5 anos estivessem na pré-escola e pelo menos metade das crianças com até 3 anos, em creches. Os investimentos seriam de 33 bilhões de reais. Ainda com a reforma e a participação do setor privado, seria possível destravar R$ 95 bilhões em investimentos para acabar com o déficit do sistema prisional brasileiro. Além de habitação, água e esgoto, segurança, saúde e educação, a reforma da Previdência ainda tem potencial para finalizar quase 4.700 obras paradas em todo o país.
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