No sertão do Rio Bonito, que aflui suas águas para o vale do Macaé, vive um povo cujos costumes e tradições trazem as marcas dos pioneiros colonos suíços e alemães que povoaram a região. Aqui, como no passado histórico, as pessoas retiram o seu sustento diariamente da terra. As casas de pau a pique, por exemplo, são feitas com o engenho humano e material da terra: barro, madeiras e pedras locais. A habilidade deste povo lhe permite produzir jacás, peneiras, cestos para transportar alimentos, muitos dos quais passarão pelos fogões e fornos à lenha.
Hoje, com a modernidade e o dinheiro, os bens se misturam: pneus e madeira. Muitos parentes se foram para as cidades. E o Rio Bonito continua bonito até quando o desmatamento permitir. Como o tempo, parece não se esgotar. Traz lembranças e leva os sentimentos de quem espera. Como nos tempos passados, os descendentes dos colonos aprenderam a ser parceiros do Rio Bonito, do tempo, da terra. O rio nutre este povo, o qual esquecido e em silêncio, recolhe pedaços da modernidade. Juntam-se aos objetos que lhes falam de plantas, de terra, de animais. E o velho e o novo se cruzam na infância, que, como sempre, brinca. (texto de Jorge Miguel Mayer, que integra a exposição fotográfica de Regina Lo Bianco)
Fotos de Regina Lo Bianco homenageiam os 191 anos de Nova Friburgo
Em comemoração aos 191 anos que Nova Friburgo completa neste sábado, 16, a fotógrafa Regina Lo Bianco inaugura exposição de fotos inspiradas nas marcas deixadas pelos colonizadores do município. Intitulada “Encontro com as raízes”, a mostra integra o evento turístico cultural de mesmo nome, que acontecerá no fim deste mês, nos distritos de Mury, Lumiar e São Pedro da Serra, numa realização do Arranjo Produtivo Local (APL) das três vilas. As belas fotos que ilustram esta página poderão ser vistas na Usina Cultural Energisa (Praça Getúlio Vargas 55, Centro), a partir da próxima quarta-feira, 20, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Vale conferir. Informações: 2102-2523.
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