Emoção e revolta em sepultamento de PM assassinado por traficante

terça-feira, 15 de dezembro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

"Ser policial é sobretudo uma razão de ser, enfrentar a morte, mostrar-se um forte no que acontecer”. Este trecho da Canção do Policial Militar reflete bem o que aconteceu na manhã de sábado, 12, no Parque Municipal do Cascatinha, quando o soldado da Polícia Militar do 11º BPM, Bruno Henrique Toledo, 28 anos, foi assassinado com seis tiros disparados por Cristiano Pereira da Rocha, 20 anos, com a ajuda do pedreiro Carlos Eduardo Souza Silva, 25.

O PM Henrique (nome de guerra) estava de folga tomando banho na cachoeira do parque quando viu Cristiano e Carlos Eduardo fumando maconha. Desconfiado de que os dois pudessem também estar vendendo drogas, ele decidiu abordá-los e foi surpreendido com a reação da dupla, que partiu para cima do policial e tomou sua arma, uma pistola com capacidade para 20 tiros.

Uma testemunha contou que o PM correu e um dos jovens disparou, atingindo-o nas costas. Depois de cair, o policial levou mais cinco tiros na cabeça e no pescoço. Os assassinos correram, deixando para trás maconha e cocaína, mas levando a pistola da vítima.

Na 7ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (CRPI), em Duas Pedras, Cristiano disse que foi ele quem efetuou os disparos e que o amigo só ajudou a tirar a arma de Henrique.

“Eu já tinha disparado uma vez e achei que seria morto pelos policiais, então decidi matar”, disse Cristiano em conversa com a reportagem de A VOZ DA SERRA na sede da 7ª CRPI, onde revelou já ter matado outra pessoa, conhecida apenas pela alcunha de Jacaré. Ele também disse ter comprado a droga que estava com ele na cachoeira numa praça de Papucaia, para revender. “Eu não trabalho para ninguém, comprei a droga para vender por conta própria”, afirmou, dizendo ser traficante e contando que já esteve preso por 28 dias, por furto de fio de cobre.

A PRISÃO

Logo que o crime aconteceu uma testemunha que estava no parque acionou a polícia. Por volta das 9h40, uma viatura chegou ao local e populares informaram que um homem tinha sido baleado próximo à cachoeira. O PM Muxinelli foi o primeiro a chegar e constatar que a vítima era seu colega de farda.

A sala de operações foi avisada de que se tratava da morte de um policial e, pelo rádio, diversas viaturas foram encaminhadas ao Cascatinha, de onde foi iniciado o cerco em busca dos assassinos. As características da dupla foram fornecidas por uma testemunha. Em pouco tempo a guarnição, formada pelos policiais Marcelo, Falcão e Bezerra, encontrou o primeiro envolvido.

Depois da prisão do pedreiro Carlos Eduardo Souza Silva, os PMs foram à casa da tia de Cristiano, onde a arma do policial tinha sido escondida. Cristiano foi localizado e preso. Na delegacia os dois contaram que estavam usando drogas quando foram abordados pelo policial e reagiram, tirando dele a arma. Cristiano afirmou que estava com droga para ser vendida, mas que o amigo não tinha nada a ver com isso. Carlos Eduardo disse que trabalha de carteira assinada em um hotel da cidade e que nunca teve passagem pela polícia.

Depois dos depoimentos da testemunha e dos acusados, Cristiano e Carlos Eduardo foram levados para a Carceragem Cidadã (base Polinter), na Vila Amélia. Na manhã de ontem, 14, havia a informação extraoficial de que ambos seriam transferidos para um presídio no Rio de Janeiro.

VELÓRIO E SEPULTAMENTO

Logo que foi liberado no Instituto Médico Legal, o corpo do policial Bruno Henrique Toledo foi levado para o templo da Igreja Batista Central, no Paissandu, onde foi velado durante toda a noite de sábado e madrugada de domingo. A escolha pelo local aconteceu por ser a vítima membro da igreja, juntamente com a esposa e parentes.

Querido por todos que conviviam com ele, Bruno Henrique tinha como característica a paciência e o companheirismo. Sempre atencioso, ele era um jovem (completaria 29 anos no dia 27 deste mês) com pretensões de carreira. Há cerca de sete anos na Polícia Militar, tinha orgulho de ser policial, agindo, com ou sem farda, como cumpridor da lei, o que acabou motivando sua morte.

Durante o velório muitas foram as demonstrações de carinho por parte dos amigos e parentes. Moradores do Perissê, onde Bruno foi criado, e do Catarcione, onde ele residia, se uniram aos parentes e aos policiais do 11º BPM na despedida. Durante um bom tempo Bruno Henrique serviu aos comandantes do Batalhão Tiradentes como motorista, o que levou ao velório o ex-comandante Castro, o atual comandante James de Barros e o subcomandante, major Marcelo Freiman. Atualmente Bruno Henrique estava trabalhando fora de Nova Friburgo, na 3ª Cia., em Banquete.

Após o culto foi entregue à viúva de Bruno Henrique a bandeira nacional que estava sobre o caixão e executada a Canção do Policial Militar. Na entrada do Cemitério São João Batista, onde foi sepultado, um corredor de oficiais e praças foi feito para prestar continência ao policial, como forma de reconhecimento pelo empenho ao longo do tempo que serviu à corporação. À frente do cortejo estavam parentes da vítima. Um corneteiro do 6º GBM tocou enquanto o caixão era colocado na sepultura.

Bombeiros resgatam homem jogado no Bengalas, mas vítima morre no hospital

Uma costureira registrou no domingo, 13, a morte de Jolair de Carvalho, o Perereca, 57 anos. Ela contou que ele esteve em sua casa machucado, dizendo que tinha sido espancado. Ela contou ainda que ele desapareceu quando ela foi buscar ajuda e uma vizinha disse que ele tinha sido jogado no Rio Bengalas por homens que estavam num carro escuro.

Jolair tinha como endereço a Avenida Comte Bittencourt, Centro e, segundo a polícia, já tinha diversas passagens na DP por porte ilegal de armas e tráfico de drogas. Em determinada época ele foi apontado como um dos principais traficantes de Olaria. A testemunha contou que viu quando um homem saiu do carro e obrigou Perereca a sentar-se na mureta do rio e jogou-o na água.

Os bombeiros foram acionados e levaram a vítima para o Hospital Raul Sertã, onde faleceu. A testemunha contou que Perereca não aparentava estar bêbado, mas que na semana passada ficou embriagado num bar próximo à casa. Uma testemunha chegou a dizer que os agressores eram policiais, mas não explicou como chegou a esta conclusão, pois eram homens sem farda. O caso será investigado.

Assassinato em Riograndina

Na tarde de sexta-feira, 11, por volta das 16h, na Rua Henrique Novaes, em Riograndina, o operador de máquinas Gil Vilete, 70 anos, matou com um garrucha de calibre 38 Vanderley Dama, 32. O crime, segundo a polícia, teria sido motivado por causa de uma dívida de R$ 50, da compra de um rádio.

O depoimento do assassino não foi divulgado, mas de acordo com o registro de ocorrência foram populares que disseram à polícia onde estava o autor dos disparos que mataram Vanderley. Logo que tiveram contato com Gil, ele confessou o crime e mostrou onde estava a arma de fogo. A garrucha estava numa mochila, sob um colchão. As munições deflagradas estavam no guarda-roupa. Quatro tiros foram efetuados contra a vítima.

Homem de 30 anos executado em casa

Na tarde de sábado, 12, Edimar da Silva, 66 anos, comunicou à polícia o homicídio em que foi vítima seu filho Alexsandro da Silva, 30. Ex-detento, a vítima tinha passagem por roubo e estava desempregada. O crime aconteceu na sala da casa da vítima, quando assistia a um filme com o pai.

Segundo a testemunha, Alexsandro estava deitado no chão e com a cabeça encostada no sofá, próximo à porta de entrada da residência, ao lado de uma janela. Em determinado momento, uma pessoa parou na janela e efetuou diversos disparos na direção de Alexsandro, matando-o na hora.

Edimar disse que não teve como ver quem disparou contra seu filho. Os tiros atingiram o pescoço, a cabeça e o peito da vítima. Durante os disparos o pai contou que correu para a cozinha com medo de morrer e só saiu depois que os tiros pararam. Populares informaram à polícia que três homens foram vistos deixando a casa da vítima.

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