Após semanas de dias secos e calor, a chuva finalmente começou a dar o ar da graça. A novidade trouxe um pouco de alívio e esperança para a população, principalmente para os agricultores, que têm sentido no bolso as consequências da estiagem já tida como a mais severa dos últimos tempos na serra. No entanto, a contínua chuva de ontem, 28, se deve a uma frente fria que se estacionou na região e deve permanecer por aqui até o fim de semana — o que pode não resultar em grandes mudanças no nível das nascentes e rios. Por isso, com objetivo de discutir estratégias de enfrentamento dos efeitos da escassez na Região Serrana, a Emater-Rio reuniu, na última semana, os técnicos executores dos programas Rio Rural e Estradas da Produção.
O objetivo foi planejar o conjunto das primeiras ações emergenciais junto aos produtores rurais. De acordo com o cronograma do projeto, Nova Friburgo, Bom Jardim, Sumidouro, Teresópolis e Cantagalo serão as cidades contempladas a partir de novembro. No projeto constam a limpeza e o desassoreamento de pequenos poços e açudes para aumentar a captação de águas pluviais nas propriedades rurais durante o período chuvoso.
Segundo a presidente da Emater, Stella Romanos, a orientação inicial é atender apenas agricultores com Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). “Os extensionistas da Emater-Rio farão a listagem dos primeiros beneficiários nos municípios. A próxima etapa será a abertura de poços artesianos coletivos, cujo processo de licitação ainda está em andamento”, explicou.
A presidente e os técnicos da Engenharia Rural da empresa também visitaram a microbacia do distrito de Riograndina para vistoriar os trabalhos de aplicação de brita tipo bica corrida na estrada que liga a localidade de Janela das Andorinhas ao distrito de Dona Mariana, em Sumidouro. Outros 21 quilômetros de três estradas das microbacias receberam revestimento primário desde junho, beneficiando quase 800 produtores. Além disso, foram executadas as limpezas de estradas, barrancos e bueiros, a recomposição do leito de córregos, o desvio e a abertura de drenos, o redirecionamento de águas, entre outros serviços.
Sem chuvas fortes há mais de dois meses, muitos agricultores já perderam mais da metade de suas lavouras. De acordo com a Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária, só nos primeiros meses deste ano cerca de 15% da safra foi perdida, cerca de R$ 375 milhões. Conforme a pasta, os prejuízos causados pela seca neste segundo semestre ainda estão sendo levantados.
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